A MENTE QUE SE ABRE A UMA NOVA IDEIA JAMAIS VOLTARÁ AO SEU TAMANHO ORIGINAL.
Albert Einstein

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Existe vida em Marte?


♦ Uma nova pesquisa sugere que nossas melhores esperanças de encontrar vida existente em Marte não estão na superfície, mas enterradas nas profundezas da crosta.

Vários anos atrás, o rover Curiosity da NASA mediu traços de metano na atmosfera marciana em níveis várias vezes maiores que o fundo. Mas alguns meses depois, o metano desapareceu, apenas para reaparecer novamente no final do ano. Essa descoberta abriu a intrigante possibilidade de a vida ainda existir em Marte, pois isso poderia explicar a variabilidade sazonal na presença de metano.

Mas enquanto Marte já foi o lar de oceanos de água líquida e uma atmosfera abundante, agora é um deserto desolado. Que tipo de vida poderia chamar o planeta vermelho de lar? A maior parte da vida na Terra não sobreviveria por muito tempo nessas condições, mas há um subgrupo de vida terrestre que pode encontrar em Marte um bom lugar para se viver.

Estes são os metanógenos, um tipo de organismo unicelular que consome hidrogênio para obter energia e excreta metano como um produto residual. Os metanógenos podem ser encontrados em todos os tipos de lugares inóspitos na Terra, e algo parecido com eles pode ser responsável pelas variações sazonais nos níveis de metano em Marte.

Em um artigo recente submetido para publicação na revista AstroBiology, e disponível no servidor de pré-impressão arXiv, uma equipe de cientistas vasculhou a Terra em busca de possíveis análogos aos ambientes marcianos, procurando metanógenos prosperando em condições semelhantes às que podem ser encontradas em Marte.

Os pesquisadores encontraram três condições potenciais semelhantes a Marte na Terra, onde os metanógenos fazem um lar. O primeiro é profundo na crosta, às vezes a uma profundidade de vários quilômetros, onde pequenas rachaduras nas rochas permitem que a água líquida penetre. O segundo são os lagos enterrados sob a calota polar antártica, que mantêm seu estado líquido graças às imensas pressões do gelo acima deles. E o último são bacias supersalinas e privadas de oxigênio no oceano profundo.

Todos esses três ambientes têm análogos em Marte. Como a Terra, Marte provavelmente retém um pouco de água líquida enterrada em sua crosta. E suas calotas polares podem ter lagos de água líquida enterrados embaixo delas. Por fim, tem havido evidências tentadoras - e fortemente contestadas - de água salgada aparecendo nas paredes das crateras.

No novo artigo, os pesquisadores mapearam as faixas de temperatura, níveis de salinidade e valores de pH em locais espalhados pela Terra. Eles então mediram a abundância de hidrogênio molecular nesses locais e determinaram onde os metanógenos estavam prosperando mais.

Para a última etapa, os pesquisadores vasculharam os dados disponíveis sobre o próprio Marte, descobrindo onde as condições melhor correspondiam aos locais mais favoráveis da Terra. Eles descobriram que o local mais provável para uma possível vida era em Acidalia Planitia, uma vasta planície no hemisfério norte.

Ou melhor, por baixo dele. Vários quilômetros abaixo da planície, as temperaturas são quentes o suficiente para suportar água líquida. Essa água pode ter os níveis certos de pH e salinidade, juntamente com hidrogênio molecular dissolvido suficiente, para sustentar uma população de criaturas semelhantes a metanogênios.

Agora só temos que descobrir como chegar lá.

🔹 MAIS INFORMAÇÕES: Andrea Butturini et al, Habitabilidade potencial do subsolo atual de Marte para metanógenos semelhantes aos terrestres, arXiv (2024). DOI: 10.48550/arxiv.2411.15064

🌏 Créditos/fonte/Publicação: por   Paul M. Sutter, Universo Hoje . phys.org

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