Borges e  Nicolau
Considere um frasco de capacidade  V0 completamente cheio de um líquido à  temperatura θ1. Aquecendo-se o conjunto  até a temperatura θ2, parte do líquido  transborda.
O volume transbordado não mede a  dilatação real (ΔVr) que o líquido  sofre e sim a dilatação aparente (ΔVap), uma vez que o frasco também se dilata  (ΔVf).
Assim, temos:
ΔVr = ΔVap + ΔVf (1)
Mas ΔVr = V0 . γr . Δθ
Mas ΔVap = V0 . γap . Δθ
Mas ΔVf = V0 . γf . Δθ
γr - coeficiente de dilatação  volumétrica real do líquido
γap - coeficiente de dilatação  volumétrica aparente do líquido
γf - coeficiente de dilatação cúbica ou  volumétrica do frasco
De (1), resulta: γr = γap + γf ou
γap = γr - γf: o coeficiente de dilatação aparente  depende do líquido e do frasco.
Dilatação anômala da  água
A  água líquida contrai-se ao ser aquecida de 0 ºC a 4 ºC e dilata-se quando  aquecida a partir de 4 ºC. Assim, a 4 ºC o volume de dada massa de água é mínimo  e a densidade é máxima.
Exercícios básicos
 
Exercício 1:
Um frasco completamente cheio de um  líquido é aquecido e sua temperatura passa de θ1 para θ2. Três situações, apresentadas na coluna da  esquerda, podem ocorrer. Faça a associação entre as colunas da esquerda e da  direita:
I) O  líquido se dilata mais do que o frasco xxxxxxA) γap = 0
II) O líquido se dilata menos do que o  frasco xxxxB) γap < 0
III) O líquido e o frasco se dilata  igualmente xxxxC) γap > 0 
Exercício 2:
Um frasco de capacidade 1000 cm3 está completamente cheio de  mercúrio cujo coeficiente de dilatação volumétrica (real) é igual a 1,8.10-4 ºC-1. O conjunto é aquecido de 20 ºC a 100  ºC e ocorre o transbordamento de 4,0 cm3. Determine o coeficiente de dilatação  cúbica do frasco.
Exercício 3:
Um motorista colocou combustível no  tanque (50 L) de seu carro, pela manhã, quando a temperatura era de 22 ºC.  Deixou o carro num estacionamento e ao retira-lo à tarde, quando os termômetros  indicavam 32 ºC, notou o derramamento de combustível. Sendo o coeficiente de  dilatação cúbica do material que constitui o tanque igual a 60.10-6 ºC-1 e 9,0.10-4 ºC-1 o coeficiente de dilatação volumétrica  do combustível, determine o volume de combustível que  extravasou.
 Exercício 4:
Os tanques dos postos de combustíveis  são convenientemente isolados, de modo que o efeito da dilatação térmica não  seja apreciável. Se tal não ocorresse no período mais quente do dia a densidade  do combustível seria menor do que no período mais frio. Considerando-se que a  massa é o que mais interessa na utilização do combustível, em que período seria  mais vantajoso abastecer o carro?
Exercício 5:
Determinada massa de água é aquecida de  0 ºC a 10 ºC. Analise o que ocorre com o volume de água e com sua  densidade.
Exercício 1:  resolução
I)  Como o líquido se dilata mais do que o frasco, temos:  γr > γf  
e  portanto  γap > 0. Item C
II) Como o líquido se dilata menos do  que o frasco, temos:  γr < γf 
e  portanto γap < 0. Item B
III) Como o líquido e o frasco se  dilatam igualmente, temos:  γr = γf   
e  portanto γap = 0. Item A 
Respostas:
I) C
II) B
III) A 
Exercício 2:  resolução
ΔVap = V0 . γap . Δθ => 4 = 1000. γap . 80 => γap = 0,5.10-4 ºC-1
γr = γap + γf => 1,8.10-4 ºC-1 = 0,5.10-4 ºC-1 + γf 
γf = 1,3.10-4 ºC-1
Resposta: 1,3.10-4 ºC-1
Exercício 3:  resolução
ΔVap = V0 . γap . Δθ => ΔVap = 50.(9,0.10-4 - 60.10-6). 10 => 
ΔVap = 0,42 L
Exercício 4:  resolução
Para o mesmo volume V quanto menor a  densidade d menor é a massa m: m = d.V. (Num dia quente temos menos massa por  litro)
No período  mais frio a densidade do combustível é maior. Logo, maior é a massa. (Num dia  frio, temos mais massa por litro). 
Resposta: Período mais  frio.
Exercício 5:  resolução
De  0 ºC a 4 ºC o volume diminui e a densidade aumenta. A partir de 4 ºC o volume  aumenta e a densidade diminui. A 4 ºC o volume é mínimo e a densidade é  máxima. 

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