Telepatia para todos?
Pesquisa liderada pelo brasileiro Miguel Nicolelis prova pela primeira vez que é possível transmitir pensamentos de um cérebro para o outro
Juliana Tiraboschi
Entenda, em vídeo, como dois ratos, localizados em países diferentes, trocaram informações por ondas cerebrais:
TRANSMISSÃO DE PENSAMENTO
Quando percebe que seu colega não decifra a mensagem,
o rato envia sinais cerebrais mais claros
No experimento, dois ratos receberam implantes de microeletrodos no cérebro (leia quadro ao lado). O primeiro, chamado de codificador, deveria seguir um sinal de luz e pressionar a alavanca correspondente para ganhar uma recompensa. A sua atividade cerebral era traduzida para um padrão elétrico e transmitida diretamente para o cérebro do segundo animal, que deveria pressionar a mesma alavanca. Curiosamente, os cientistas perceberam que, quando o decodificador errava, o codificador passava a transmitir sinais elétricos cerebrais mais claros.
Em uma segunda tarefa, os codificadores foram treinados para distinguir entre uma abertura estreita e uma larga usando os bigodes. Mais uma vez, os animais transmitiram informações com sucesso. Para testar os limites dessa comunicação, os pesquisadores repetiram o teste com um rato nos EUA e outro em Natal e enviaram as informações de um ao outro via internet. Além de ajudar no estudo de doenças neurológicas, a nova pesquisa pode possibilitar a criação de uma rede de cérebros conectados. “Há coisas que o cérebro faz de maneira mais eficiente do que um computador, então há a possibilidade de obter uma estrutura poderosa”, afirma Nicolelis em entrevista à ISTOÉ, ainda falada, e não transmitida por ondas cerebrais.
A arma de guerra mais cara da história está ameaçada
O caça F-35 vira um pesadelo financeiro e tecnológico para os EUA, que avaliam se vale a pena gastar US$ 400 bilhões no desenvolvimento e fabricação de um concorrente para os drones
Lucas Bessel
Confira, em vídeo, os testes da variante B dessa máquina:
Enquanto o Brasil cogita importar o caça
F-18 Super Hornet, que voa desde 1995, os Estados Unidos estudam o que
fazer com o sucessor dele, o F-35 Lightning 2, a arma mais cara da
história. Com custo estimado de desenvolvimento e construção na casa dos
US$ 400 bilhões, o avião – que foi concebido para ser o principal
armamento da Força Aérea, da Marinha e dos Fuzileiros Navais americanos –
deveria ter entrado em operação no campo de batalha em 2010. Mas as
complicações de montar um único caça para três forças com necessidades
diferentes fizeram com que o Pentágono, de maneira pouco usual, adiasse o
início das missões do F-35 indefinidamente. Hoje, a estimativa mais
otimista, e não oficial, é de que o jato comece a guerrear apenas em
2016.
Aquele que pode ser o último caça tripulado desenvolvido pelos EUA – já que os drones, aviões-robôs, são cada vez mais comuns – é uma maravilha tecnológica que sofre com os mandos e desmandos. “O desafio de criar um só avião para três forças americanas não tem precedentes”, disse à ISTOÉ Richard Aboulafia, vice-presidente da consultoria americana Teal Group, especializada em projetos de defesa. Ao mesmo tempo que precisa substituir aeronaves da Força Aérea, o F-35 também deve resistir aos castigos nas curtas pistas dos porta-aviões da Marinha e decolar e pousar verticalmente, como um helicóptero, nas operações em terra e no mar dos fuzileiros.
O F-35, que voou pela primeira vez em 2006, também se tornou o único caça a sair da linha de montagem da Lockheed Martin, no Texas, enquanto o desenvolvimento de sistemas críticos, especialmente os eletrônicos, ainda era feito. O resultado: uma conta de US$ 370 milhões em consertos de aviões já comprados pelos militares. Além disso, uma característica crucial da aeronave – sua quase invisibilidade a radares (stealth) – se torna cada vez mais questionável. “Sensores e computadores melhorados estão acabando com o stealth”, disse à revista “Time” o almirante Jonathan Greenert, chefe de operações navais dos EUA.
O custo de cada aeronave, estimado em US$
160 milhões, também assusta potenciais compradores que poderiam ajudar a
reduzir a conta final. “O clube de nações dispostas a gastar esse monte
de dinheiro é extremamente limitado”, diz Aboulafia. Os cortes de
gastos por causa da recessão, aliados a um cenário em que grandes
conflitos entre nações são pouco comuns, fazem do F-35 uma arma cada vez
menos viável, embora igualmente mortal.
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