A MENTE QUE SE ABRE A UMA NOVA IDEIA JAMAIS VOLTARÁ AO SEU TAMANHO ORIGINAL.
Albert Einstein

sábado, 2 de março de 2013

A semana na Ciência

Telepatia para todos?

Pesquisa liderada pelo brasileiro Miguel Nicolelis prova pela primeira vez que é possível transmitir pensamentos de um cérebro para o outro

Juliana Tiraboschi

Entenda, em vídeo, como dois ratos, localizados em países diferentes, trocaram informações por ondas cerebrais:
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TRANSMISSÃO DE PENSAMENTO
Quando percebe que seu colega não decifra a mensagem,
o rato envia sinais cerebrais mais claros

Um rato ocupa uma gaiola em Natal, no Rio Grande do Norte. Outro está na cidade de Durham, Carolina do Norte, EUA. Entre eles, um fio ligado ao cérebro e uma conexão de internet. E eles se comunicam. Esse é o resultado de nova pesquisa liderada pelo neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, da Universidade de Duke (EUA). Para estudiosos entusiasmados, esse pode ter sido o primeiro passo da telepatia ao alcance de todos, mas o cientista brasileiro faz um diagnóstico mais modesto. Diz que criou uma nova forma de comunicação entre animais.
No experimento, dois ratos receberam implantes de microeletrodos no cérebro (leia quadro ao lado). O primeiro, chamado de codificador, deveria seguir um sinal de luz e pressionar a alavanca correspondente para ganhar uma recompensa. A sua atividade cerebral era traduzida para um padrão elétrico e transmitida diretamente para o cérebro do segundo animal, que deveria pressionar a mesma alavanca. Curiosamente, os cientistas perceberam que, quando o decodificador errava, o codificador passava a transmitir sinais elétricos cerebrais mais claros.

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Em uma segunda tarefa, os codificadores foram treinados para distinguir entre uma abertura estreita e uma larga usando os bigodes. Mais uma vez, os animais transmitiram informações com sucesso. Para testar os limites dessa comunicação, os pesquisadores repetiram o teste com um rato nos EUA e outro em Natal e enviaram as informações de um ao outro via internet. Além de ajudar no estudo de doenças neurológicas, a nova pesquisa pode possibilitar a criação de uma rede de cérebros conectados. “Há coisas que o cérebro faz de maneira mais eficiente do que um computador, então há a possibilidade de obter uma estrutura poderosa”, afirma Nicolelis em entrevista à ISTOÉ, ainda falada, e não transmitida por ondas cerebrais.

A arma de guerra mais cara da história está ameaçada

O caça F-35 vira um pesadelo financeiro e tecnológico para os EUA, que avaliam se vale a pena gastar US$ 400 bilhões no desenvolvimento e fabricação de um concorrente para os drones

Lucas Bessel

Confira, em vídeo, os testes da variante B dessa máquina:
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Enquanto o Brasil cogita importar o caça F-18 Super Hornet, que voa desde 1995, os Estados Unidos estudam o que fazer com o sucessor dele, o F-35 Lightning 2, a arma mais cara da história. Com custo estimado de desenvolvimento e construção na casa dos US$ 400 bilhões, o avião – que foi concebido para ser o principal armamento da Força Aérea, da Marinha e dos Fuzileiros Navais americanos – deveria ter entrado em operação no campo de batalha em 2010. Mas as complicações de montar um único caça para três forças com necessidades diferentes fizeram com que o Pentágono, de maneira pouco usual, adiasse o início das missões do F-35 indefinidamente. Hoje, a estimativa mais otimista, e não oficial, é de que o jato comece a guerrear apenas em 2016.

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Aquele que pode ser o último caça tripulado desenvolvido pelos EUA – já que os drones, aviões-robôs, são cada vez mais comuns – é uma maravilha tecnológica que sofre com os mandos e desmandos. “O desafio de criar um só avião para três forças americanas não tem precedentes”, disse à ISTOÉ Richard Aboulafia, vice-presidente da consultoria americana Teal Group, especializada em projetos de defesa. Ao mesmo tempo que precisa substituir aeronaves da Força Aérea, o F-35 também deve resistir aos castigos nas curtas pistas dos porta-aviões da Marinha e decolar e pousar verticalmente, como um helicóptero, nas operações em terra e no mar dos fuzileiros.

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O F-35, que voou pela primeira vez em 2006, também se tornou o único caça a sair da linha de montagem da Lockheed Martin, no Texas, enquanto o desenvolvimento de sistemas críticos, especialmente os eletrônicos, ainda era feito. O resultado: uma conta de US$ 370 milhões em consertos de aviões já comprados pelos militares. Além disso, uma característica crucial da aeronave – sua quase invisibilidade a radares (stealth) – se torna cada vez mais questionável. “Sensores e computadores melhorados estão acabando com o stealth”, disse à revista “Time” o almirante Jonathan Greenert, chefe de operações navais dos EUA.

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O custo de cada aeronave, estimado em US$ 160 milhões, também assusta potenciais compradores que poderiam ajudar a reduzir a conta final. “O clube de nações dispostas a gastar esse monte de dinheiro é extremamente limitado”, diz Aboulafia. Os cortes de gastos por causa da recessão, aliados a um cenário em que grandes conflitos entre nações são pouco comuns, fazem do F-35 uma arma cada vez menos viável, embora igualmente mortal.

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