A MENTE QUE SE ABRE A UMA NOVA IDEIA JAMAIS VOLTARÁ AO SEU TAMANHO ORIGINAL.
Albert Einstein

quarta-feira, 30 de junho de 2010

13 dicas de um ex-gordo para você emagrecer

Saúde & Bem Estar

Confira alguns dos segredos de um homem que emagreceu 180 quilos e tem que cuidar da alimentação para não voltar a engordar
Fonte : Revista Época



Cid Loureiro Penteado Junior tinha 300 quilos em 1999, quando foi parar no hospital com vários problemas de saúde. Depois de seis meses, e com a ajuda de uma equipe multidisciplinar de médicos e psicólogos, perdeu 40 quilos para fazer a cirurgia de redução de estômago. Hoje com 120 quilos – 20 só de pele –, é dono de um site que mostra às pessoas obesas como perder peso faz bem para a saúde e a autoestima. Também fundou uma ONG que luta contra o preconceito da sociedade em relação ao obeso. Em www.exgordo.com.br, ele faz indicações de equipes médicas, coleciona depoimentos de pessoas que emagreceram e dá 110 dicas de como conseguir emagrecer. ÉPOCA escolheu as 13 melhores para ajudar quem está acima do peso a combater os males da obesidade.

13 dicas do ex-gordo

1. Não assista à televisão deitado ou comendo, ou as duas coisas juntas;

2. Só faça compras no supermercado depois de se alimentar;

3. Mantenha os alimentos que engorda fora de sua visão e, de preferência, fora de seu alcance. E, claro, tenha visíveis os alimentos mais saudáveis;

4. Não leve panelas e travessas com comida à mesa – apronte seu prato antes de se sentar, assim você comerá menos;

5. Levante-se da mesa após terminar a refeição. Melhor conversar na sala, sem tentações à vista;

6. Procure alternativas para compromissos sociais que o levem a comer e beber. Em vez de convidar seu amigo para beber cerveja, por exemplo, chame-o para uma caminhada;

7. Pratique atividades físicas informais. Algumas: parar o carro numa vaga mais distante, evitar uso de controles remotos, pegar coisas no chão flexionando os joelhos e mantendo a espinha ereta e usar mais escadas, no lugar de elevadores e escadas rolantes;

8. Torne apetitosa a alimentação: alimente-se quando realmente estiver com fome, pois assim apreciará e gostará do prato escolhido mesmo que seja light. Quando a pessoa não está com fome, a tendência é comer sempre o que gosta, e não o que é necessário para matar a fome;

9. Coma devagar e mastigue bem a comida, pois a mensagem de saciedade demora 10 minutos para chegar ao cérebro e nas pessoas com excesso de peso este tempo é ainda maior;

10. A sensação de fome significa que você gastou a energia da refeição anterior. Se retardar essa sensação por 15 minutos tomando dois copos d’água, você estará tirando gordura reservada e transformando em energia, portanto irá emagrecer;

11. É mais fácil emagrecer quando a família toda está envolvida no processo, porque é essencial mudar os hábitos alimentares. Se você convive com muitas pessoas gordas e que não se alimentam bem, dificilmente conseguirá comer de forma balanceada e saudável. A comida sempre seguirá a tendência da maioria;

12. Se o seu maior prazer é comer, vale tudo para mudar a situação. Viaje, vá ao teatro, ao cinema, busque a ajuda de um terapeuta;

13. Antes de ir a uma festa, tome um suco ou coma uma fruta. E, lá, aproveite para conversar e dançar.

Ps. Estou postando por estar precisando, vc também pode seguir as dicas do Globo Reporter e se divertir no recesso:

segunda-feira, 28 de junho de 2010

O brasil quer a bomba atômica

Para o físico, ao defender o direito nuclear do Irã, Lula deixa a porta aberta para fazer a bomba



Fonte: Revista Época

O Brasil aderiu ao Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) em 1998, durante o governo FHC. O tratado tem 189 signatários. Entre as exceções estão Israel, Paquistão, Índia e Coreia do Norte – países detentores de arsenais nucleares. Desde 2008, os Estados Unidos pressionam o Brasil a assinar o Protocolo Adicional do TNP. Mais restritivo, o protocolo obriga os países a abrir quaisquer instalações suspeitas à inspeção. O Irã não aderiu e construiu uma usina secreta, revelada em 2009. O Brasil se recusa a assinar o protocolo e defende o direito do Irã de ter a energia nuclear – oficialmente apenas para fins pacíficos. Para o físico José Goldemberg, uma autoridade internacional em assuntos de energia, essas são evidências, somadas a outras, de que o Brasil busca a posse de armas nucleares.

ENTREVISTA - JOSÉ GOLDEMBERG

QUEM É
Gaúcho de Santo Ângelo, José Goldemberg, de 82 anos, é físico nuclear


O QUE FEZ
Foi reitor da Universidade de São Paulo (1986-1990), ministro da Educação (1991-1992), secretário federal da Ciência e Tecnologia (1990-1991) e do Meio Ambiente (1992)

PRÊMIOS
Prêmio Volvo do Meio Ambiente (2000) e Prêmio Planeta Azul (2008), o “Nobel” do Meio Ambiente

ÉPOCA – Por que o senhor afirma que o governo Lula vê com simpatia a posse da bomba?
José Goldemberg – Motivos não faltam. Eles vão desde o apoio ao programa nuclear do Irã até as declarações de membros do primeiro escalão, como o vice-presidente José Alencar. Ele defende o desenvolvimento de armas atômicas. Parece uma volta aos tempos da ditadura.

ÉPOCA – Qual era a posição dos militares com relação à construção da bomba?
Goldemberg – O governo Geisel fez o acordo nuclear com a Alemanha. Era caríssimo. Previa a construção de oito reatores com grau crescente de nacionalização. Cobria todas as etapas da tecnologia nuclear, incluindo o enriquecimento e o reprocessamento de urânio. Lê-se na ata de uma reunião do Conselho de Segurança Nacional, em 1975, que o projeto era para fins pacíficos, mas seria mantida aberta a opção militar. Do ponto de vista técnico fazia sentido. Para quem domina o ciclo nuclear pacífico, o militar não é tão diferente. Claramente, em 1975, o governo deixou a porta aberta para fazer armas nucleares.

ÉPOCA – O programa não andou.
Goldemberg – A Alemanha iria repassar a tecnologia de supercentrífugas para enriquecer urânio, mas os EUA vetaram. Em troca, os alemães ofereceram outra tecnologia, experimental e duvidosa, a das centrífugas a jato. Aí veio a crise dos anos 1980, tornando o programa nuclear inviável. Das oito usinas, só Angra 1 saiu do papel (em 1984). No governo Sarney, em 1986, revelou-se a existência do poço cavado pelos militares para testes nucleares subterrâneos na Serra do Cachimbo, no Pará. Em 1988, a nova Constituição proibiu o uso da energia nuclear para fins militares. Em 1990, o governo Collor contrariou os militares ao desativar o programa nuclear do Exército e da Força Aérea. A Marinha continuou enriquecendo urânio, nominalmente para fins pacíficos – e sonhando com o submarino nuclear. Em 1998, o governo Fernando Henrique aderiu ao Tratado de Não Proliferação Nuclear.

ÉPOCA – O que prevê o TNP?
Goldemberg – Foi criado em 1968 para impedir a proliferação de armas nucleares. Sua posse ficou restrita às potências que já as possuíam: EUA, União Soviética, Inglaterra, França e China. O TNP visa o desarmamento nuclear e o uso pacífico da energia nuclear. Até hoje deu certo. Nenhuma bomba foi usada desde 1945. Os americanos cogitaram usar na Guerra da Coreia (1950-1953) e na Indochina, em 1954, para evitar a derrota francesa. A Crise dos Mísseis de 1962 foi o auge da Guerra Fria. Os EUA e a União Soviética tinham 65 mil ogivas. Hoje, EUA e Rússia têm 2 mil cada um.

ÉPOCA – Como é a fiscalização do TNP?
Goldemberg – É feita pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Ela tem acesso às instalações nucleares oficiais dos signatários – não às secretas.

ÉPOCA – Como assim?
Goldemberg – A AIEA só pode fiscalizar instalações oficiais. O TNP não permite à AIEA investigar instalações suspeitas. Os EUA temiam o desenvolvimento de programas nucleares secretos no Iraque, no Irã e na Coreia do Norte. Em 1997, criou-se o Protocolo Adicional do TNP. Ele autoriza inspecionar qualquer instalação passível de uso nuclear – como o reator secreto do Irã, revelado em 2009.

ÉPOCA – O Brasil apoia o direito do Irã de desenvolver energia nuclear para fins pacíficos. Há relação com o protocolo?
Goldemberg – Claro. Desde 2008, os EUA pressionam o Brasil a assinar o Protocolo Adicional. O governo se recusa. O Irã de hoje poderá ser o Brasil de amanhã.

ÉPOCA – O secretário de Assuntos Estratégicos, Samuel Guimarães, diz que “foi um erro assinar o TNP” porque a Constituição brasileira já proíbe o uso militar do átomo.
Goldemberg – Ele tem razão. Mas, se um dia algum governo decidir mudar a Constituição, não abrirá nenhum precedente. A Constituição de 1988 é a oitava desde a Independência e acumula 62 emendas. Em comparação, os EUA têm a mesma Constituição desde 1776, só com 27 emendas, e a Inglaterra nem Constituição escrita tem. Quando pressionam Brasília a assinar o protocolo, as potências devem estar olhando com atenção nosso histórico constitucional.


”O silêncio de Lula encoraja a desconfiança de que o Brasil teria
intenções de fazer armas nucleares para exercer sua soberania”


ÉPOCA – Ter o submarino nuclear na defesa do pré-sal é o argumento do ministro da Defesa, Nelson Jobim, contra a assinatura do protocolo.
Goldemberg – Não assinar o protocolo pode tornar o Brasil alvo de sanções internacionais, como as impostas ao Irã pelas Nações Unidas (ONU).


ÉPOCA – Nossa economia é muito maior e mais diversificada que a do Irã. Neste cenário, qual sanção teria efeito contra o Brasil?
Goldemberg – A ONU pode congelar os bens e as contas bancárias brasileiras no exterior, paralisar o comércio externo e barrar transferências de tecnologia. Se nossa economia é maior e estamos mais integrados ao mundo, isso nos torna mais vulneráveis às sanções, não menos.

ÉPOCA – O vice-presidente José Alencar disse o seguinte: “Arma nuclear usada como instrumento dissuasório é de grande importância para um país com 15.000 quilômetros de fronteiras e um mar territorial com petróleo na camada pré-sal. Dominamos a tecnologia nuclear. Temos de avançar nisso aí”.
Goldemberg – Alencar pode dizer o que quiser. Ele foi eleito, não é um político nomeado. Mas não concorrerá às eleições. Está doente e no fim da vida. O que me preocupa é ver o ministro da Defesa e o secretário de Assuntos Estratégicos, auxiliares diretos do presidente da República, se manifestarem contra o Protocolo Adicional. Em nenhum momento o presidente veio a público desautorizá-los. O silêncio de Lula encoraja a desconfiança de que o Brasil teria intenções de fazer armas nucleares para exercer sua soberania. O Brasil quer a bomba.

ÉPOCA – Alencar vê a posse da bomba como uma via de acesso ao assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. Ele citou o exemplo do Paquistão, um país pobre, mas com assento em vários organismos internacionais.
Goldemberg – Não me parece que passe pela cabeça de alguém de bom-senso ceder ao Paquistão uma vaga no Conselho de Segurança. O Paquistão é uma fonte de preocupação. Está em guerra civil. Suas instituições estão desmoronando e parte do território caiu sob controle da guerrilha islâmica e da rede Al Qaeda. Se o Paquistão deixar de existir, quem será o primeiro a tentar pôr as mãos numa de suas bombas? Osama Bin Laden.

ÉPOCA – Temos gente para fazer a bomba?
Goldemberg – Sim, muita. A tecnologia não é nova. Havendo vontade governamental e recursos, bastaria alguns anos.

ÉPOCA – Não basta ter a bomba. É preciso meios de lançá-la.
Goldemberg – O governo retomou o projeto de lançador de satélites. Se existisse, poderia levar ogivas.

Créditos: Peter Moon

Bem curiosa a leitura em? vem ai a caminho do tudo - parte IX

A REVOLUÇÃO COPERNICANA
Copérnico : Detonando as esferas de Aristóteles

Boas provas...

domingo, 27 de junho de 2010

::: F1: o que é + importante: velocidade ou aceleração? :::


Fonte : prof. Dulcidio Braz Júnior

Para responder a esta pergunta, precisamos antes de tudo definir o que é velocidade e o que é aceleração.

:: Definições

Velocidade - é a taxa de variação do espaço no tempo.Em outras palavras, é a grandeza física que mede a rapidez com que um corpo se desloca, ou seja, quão rapidamente o corpo muda de lugar.

Aceleração - é a taxa de variação da velocidade no tempo. Em outras palavras, é a grandeza física que mede a rapidez com que a velocidade de um corpo varia.

:: Análise com um exemplo esclarecedor

Todo carro de corrida deve ir no limite de velocidade permitido pelas regras da competição, ou seja, deve ser o mais veloz possível. Na F1 este valor limite de velocidade está atualmente um pouco acima de 300 km/h (cerca de 90 m/s).

Mas, se demorar muito para atingir a velocidade máxima, perde tempo. E, ao perder tempo, fica para trás pois também perde em deslocamento. Logo, ter uma aceleração alta também parece ser fundamental para um bom desempenho na corrida, certo?.

Para começar, vamos tentar estimar a aceleração escalar média de um carro de passeio e um carro de F1.

Carro de passeio:
Na prática um carro de passeio vai de 0,0 km/h (0 m/s) até 108 km/h (30 m/s) em 15s. Assim, sua aceleração escalar média será de:

a = ΔV/Δt = (30 - 0) / 15 = 2 m/s²

Carro de F1:
Um carro de F1, para atingir os mesmos 108 km/h (30 m/s), partindo do repouso, leva cerca de 2s. Sua aceleração(2) escalar média será de:

a = ΔV/Δt = (30 - 0) / 2 = 15 m/s²

Para termos uma ideia quantitativa da importância da aceleração numa corrida, vamos imaginar uma disputa entre um carro de F1 e um carro de passeio numa reta de apenas 500 m (0,5 km). O que vai acontecer se os dois largarem juntos, em t = 0s, do repouso (V = 0)?


Carros emparelhados na largada (t = 0 s, V = 0 m/s)

Antes que você me diga que o carro de passeio vai perder feio porque mal chega aos 150 km/h contra cerca de 300 km/h do F1, vamos equilibrar um pouco as coisas instalando nos dois veículos um limitador eletrônico de velocidade em 108 km/h (30 m/s). Assim impedimos o F1 de atingir os pouco mais 300 km/h (cerca de 90 m/s) deixando o carro de passeio bem lá para trás. Agora os dois carros podem atingir velocidade máxima idêntica de apenas 108 km/h (30 m/s).

Note que limitamos a velocidade dos dois carros. Mas não limitamos as suas acelerações que permanecem, respectivamente, 2 m/s² e 15 m/s². Certo?

Será que, mesmo limitados a uma velocidade máxima idêntica, haverá um ganhador nesta corrida? Acompanhe o raciocínio abaixo para respondermos a esta pergunta.

Carro de passeio:
Supondo aceleração constante de 2 m/s², a velocidade cresce linearmente com o tempo. Para atingir a velocidade máxima limitada em 108 km/h (30 m/s) ele vai demorar 15s e depois, nos próximos instantes, vai manter velocidade constante por causa do limitador eletrônico. O gráfico abaixo, de velocidade (V) X tempo (t), nos mostra exatamente o que acontece com a velocidade do carro de passeio no decorrer do tempo:



Carro de F1:
Da mesma forma, considerando que o carro de F1 acelera a uma taxa constante de 15 m/s², para atingir a velocidade máxima limitada em 108 km/h (30 m/s) ele vai demorar apenas 2s. Depois, nos próximos instantes, tal como o carro de passeio, manterá velocidade constante de 108 km/h (30 m/s) limitada pelo dispositivo eletrônico.

Também é conveniente construir o o gráfico da velocidade (V) X tempo (t) para o carro de F1. Veja:



Importante: De cara, comparando os dois gráficos V X t acima, chama-nos a atenção o fato de que o carro de F1 chega muito rapidamente à velocidade limite de 108 km/h (30 m/s) enquanto que o carro de passeio demora bem mais tempo para atingir a máxima rapidez de seu movimento. Esta diferença para chegar à velocidade final, partindo do repouso, é justamente o que medimos como acelerações diferentes para cada um dos carros (2 m/s² para o carro de passeio e 15 m/s² para o carro de F1). A taxa de variação da velocidade no tempo (aceleração) do carro de F1 é 7,5 (15/2) vezes maior que a do carro de passeio. E, quem chega antes numa velocidade alta, tem uma enorme vantagem: mais tempo de sobra para, com velocidade maior, percorrer uma distância também maior e se distanciar do seu opononente. Para visualizarmos isso que estou afirmando, basta lembrar de uma propriedade importante que diz que que no gráfico de velocidade (V) X tempo (t) a área nos dá o deslocamento escalar ΔS (neste caso coincidente com a distância percorrida d(3)). Mais uma vez vamos comparar os dois carros. Vamos aproveitar os mesmos gráficos acima já construídos, apenas destacando a área citada cujo valor equivale ao ΔS.

Carro de passeio:
Em 15s de disputa o carro de passeio terá percorrido uma distância igual à área do gráfico. Veja:



Esta área correponde a um triângulo de base B = 15 e altura h = 30 que pode ser facilmente calculada por:

Área = B.h/2 = 15.30/2 = 225 m.

Conclusão: o carro de passeio, em 15s, atinge a velocidade máxima limitada em 108 km/h (30 m/s) percorrendo uma distância total dpasseio = ΔSpasseio = 225 m.

Carro de F1:
Ao final de dos mesmos 15s o F1 terá percorrido uma distância igual à área do gráfico abaixo:



Esta área coreponde a um trapézio de base maior B = 15, base menor b = 13, e altura h = 30 que pode ser facilmente calculada por:

Área = (B + b)h/2 = (15 + 13)30/2 = 420 m.

Conclusão: o carro de F1, em 2s, atinge a velocidade máxima limitada a 108 km/h (30 m/s). Depois, por mais 13s, viaja com velocidade constante. Assim, em 15s percorre uma distância total dF1 = ΔSF1 = 420 m.

A ilustração a seguir resume nossos cálculos de distância percorrida para cada um dos carros entre t = 0s e t = 15s.



Mas, olhando atentamente os dois gráficos acima, nem seria necessário calcular as duas áreas (como já fizemos). Dá para ver facilmente que a área do gráfico do carro de F1 (trapézio amarelo) é significativamente maior do que a área do gráfico do carro de passeio (triângulo triângulo). Para visualizarmos esse detalhe de forma ainda melhor, podemos fazer um outro gráfico destacando em vermelho a diferença das áreas (triângular e trapezoidal) que corresponde exatamente a quanto o carro de F1 andou a mais em relação ao carro de passeio nestes primeiros 15s de disputa. Confira:



No gráfico acima também fica bem evidente que nos mesmos 15s o carro de F1 andou ΔSF1 - ΔSpasseio = 420 - 225 = 195 m a mais do que o carro de passeio (exatamente o valor correspondente à área destacada em vermelho no gráfico acima) e, portanto, em t = 15s, está vencendo a disputa! Concorda?

E a partir deste instante, momento em que os dois carros igualaram as suas velocidades, a distância entre eles, então de 195 m, não muda mais. O carro de passeio ficou irremediavelmente para trás e não terá como descontar esta desvantagem. Portanto, o carro de F1 que está na frente vai cruzar a linha de chegada antes do oponente e vencerá a disputa!


É certeza que o F1 cruzará a linha de chegada antes do carro de passeio

Note que, mesmo limitados à mesma velocidade máxima, houve um vencedor, justamente o carro de F1, aquele que tem maior aceleração.

Percebeu o efeito prático da aceleração na corrida? Quem tem maior aceleração acaba tendo também uma grande vantagem na disputa!


:: Afinal, quem é mais importante: velocidade ou aceleração?

Fisicamente, a melhor resposta é admitir que um bom carro de corrida deve atingir a máxima velocidade possível no menor tempo que conseguir, ou seja, deve ter velocidade máxima bem alta e também grande aceleração. É a conjugação dos dois fatores (velocidade e aceleração) que vai tornar o carro mais competitivo.

Deu para entender?

Obs. Para quem pensa que a bola entrou no jogo Alemanha x Inglaterra aqui está a prova que não! confira.

sábado, 26 de junho de 2010

A caminho do tudo – Parte VIII

A REVOLUÇÃO COPERNICANA
Das trevas, de novo a LUZ


“Ao interpretar as escrituras, quando o evento descrito não admite explicação natural, então, e apenas então, devemos recorrer a milagres.”
André de São Victor


Senhores, a onda do conhecimento primeiro encontrou morada nos monastérios e nas escolas urbanas que começavam a pipocar por toda a Europa. Muitas foram fundadas por frades franciscanos chamados de frades cinzentos. Como o cristianismo era agora a força cultural de todo continente esse centros de culto e oração também estavam se transformando nos centros culturais; no fim da idade média eles abraçaram a ciência, naquele tempo chamada de filosofia natural. Os lideres religiosos dependiam do trabalho de astrônomos que através de observações do firmamento determinavam a data da páscoa, o dia mais sagrado do calendário cristão.

Na verdade, o monastério não eram as únicas instituições que abrigavam aqueles que sabiam ler, escrever e ensinar, as primeiras universidades começaram a aparecer e por volta de 1400, quase toda nação européia tinha uma. O problema era que não era esperado dos professores que fossem originais e inovadores mais que selecionassem, preservassem e passassem adiante o conhecimento tradicional. No caso da filosofia natural isso significava ensinar os textos do velho Aristóteles e de seus seguidores, inclusive Ptolomeu.


Como papeamos no episódio V, Ptolomeu construiu um modelo de universo baseado na visão de que a terra era o centro de tudo, ou geocêntrico de Aristóteles, nas quais os corpos celestes são transportados através do céu em esferas cristalinas. O problema não era que Aristóteles e Ptolomeu ignoravam o que viam no céu, acho que queriam estabelecer um modelo que permitisse aos astrônomos acertar de modo correto as posições futuras dos astros celestes. Considerando seu conhecimento do movimento aparente daqueles corpos, o sistema das esferas cristalinas era plausível e sua descrição do universo, lógica. Em vez de observar se os planetas se moviam em círculos perfeitos, diziam os astrônomos que o movimento era circular e se empenhavam para que todos seguissem sua onda. A história da terra fixa se tornara tão enraizada e inquestionável que nenhum espaço sobrou para os encrenqueiros duvidosos e permaneceu incontestável por mais de 1000 anos.

O cristianismo aos pouco adotou as idéias de Aristóteles e Ptolomeu e a teoria parece ter um senso comum de que a terra parece ser firme e imóvel debaixo dos pés; As estrelas e os planetas pareciam girar em torno de nós.
Jovens parece que estou lendo Josué, na Bíblia, onde ele ordena que o Sol pare, e não a terra, para que o dia seja prolongado permitindo que o povo de Deus fosse vitorioso em uma Batalha contra os Cananeus.



Ps. Neste momento o meu lado religioso me abala, o confronto religião x ciência me perturba muito, são 23:45 e vou tirar uma soneca quando acordar continuo; perdão por registrar esse momento de conflito. Seria muito bom estudar essa história da Bíblia pelo lado cientifico como também a tomada de Jericó com o soar das trombetas. Tenho uma boa teoria (ressonância).

Puts são 13:22 e foi Brasil 0 x0 Portugal, espero Chile x Espanha e vou fechar este post, então..

Aos poucos o que se chama ciência voltou a clarear novamente, haviam muitos dogmas na Europa, algumas posições sem questionamentos e não mais um deserto intelectual. Alguns estudiosos estavam lentamente promovendo uma nova visão da ciência moderna, vou citar alguns nomes encontrados na pesquisa:

Albertus Magno, naturalista alemão fez estudos detalhados em insetos, aves e mamíferos. A natureza, disse ele, era algo para ser vista com os próprios olhos, e não apenas lida nos livros e nós amazonenses não conhecemos a nossa região;

Tómas de Aquino, deu a razão e a revelação uma igualdade na busca da verdade, pensamento não aceito pela igreja ;

Robert Grossetest, Roger Bacon e John Pecham estudaram a luz e a óptica e enfatizaram o valor do experimento;

André de São Victor, recomendou enfaticamente a investigação racional em vez de atribuir cegamente os fenômenos naturais a Deus.

William de Ockham, sugeriu que ao comparar duas teoria diferentes a que faz menos suposições sobre os fatos conhecidos é a melhor explicação. O argumento hoje conhecido como “navalha de Ockham”ainda repercute entre os cientistas.


Aos poucos a ciência como uma Fênix começou a emergir das sombras da filosofia medieval. Um campo em particular, a astronomia, iria deferir um nocaute na visão de mundo na Europa medieval.

A ciência moderna, em especial a física moderna, só pôde ver a luz do dia depois que as esferas cristalinas de Aristóteles foram desmanteladas, mas isto é uma outra história; um abraço a todos, pra frente Brasil, boas avaliações e férias no meio do ano.


Ps. Durante o período de estudo, leitura e escrita, lembrei-me de meus avós materno e de seu sobrenome que muito me orgulha...LUZ de meu avô Raimundo da LUZ o primeiro a esquerda.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Os 10 animais + estranhos do mundo

10º Dragão de Komodo:


Chegando a atingir 2–3 m de comprimento e 70 kg de peso. O seu tamanho invulgar é atribuído a gigantismo insular, uma vez que não há outros animais carnívoros para preencher o nicho ecológico nas ilhas onde ele vive, e também ao seu baixo metabolismo.Como resultado deste gigantismo, estes lagartos, juntamente com as bactérias simbiontes, dominam o ecossistema onde vivem. Apesar dos dragões-de-komodo comerem principalmente carniça, eles também caçam e fazem emboscadas a presas incluindo invertebrados, aves e mamíferos. Antigamente acreditava-se que as bactérias em sua saliva, mas em 2009 foi descoberto que ele produz veneno, uma das toxinas mais complexas do planeta.

9º Macaco Narigudo


Esses animais habitam os mangues e seu nome popular deriva do fato dos machos possuírem um nariz longo e flexível,e na época de acasalamento, eles emitem um som usando seu nariz como instrumento.(tenho um amigo com o nariz idêntico a esse)

8º Narval


O narval é um cetáceo de grande porte, com 4 a 5 metros de comprimento e cerca de 1,5toneladas de peso. O dente incisivo superior esquerdo dos machos, que se encontra enrolado em espiral, se projeta como um chifre. Este dente é feito de marfim e pode atingir até 3 metros de comprimento, quase de metade do comprimento do animal. A presa do macho do narval é fonte de marfim de valor comercial e constitui um atractivo à caça da espécie. Cerca de um macho em 500 tem duas presas em vez de uma.

7º Pangolim


Este animal tem o corpo coberto de escamas. Adota uma forma enrolada, semelhante à do ouriço-cacheiro, quando ameaçado. Não possui dentes e alimenta-se sobretudo de formigas que captura dentro dos formigueiros com a sua longa língua viscosa, estando filogeneticamente mais próximo dos carnívoros que os papa-formigas sul-americanos. Trata-se de um caso de evolução convergente, em que espécies de grupos distintos evoluíram para morfologias semelhantes.

6º Peixe Voador


A espécie chega a medir até 25 centímetros de comprimento, de corpo alongado, dorso azul-acinzentado, flancos prateados e ventre claro, nadadeiras pélvicas muito curtas, peitorais extremamente desenvolvidas e caudal furcada com lobo inferior maior. Quando o peixe-voador salta para fora d'água para "voar" ele pode atingir uma altura de 6 metros e planar por uma distância de 90 metros. Pra quem ainda duvida, assista o vídeo desse peixe, pairando no ar durante 45 segundo:



5º Lagarto Basilisco


O que há de curioso nese Lagarto é que pode correr sobre a água (razão pela qual também é conhecido com lagarto-jesus), durante uma fuga de um predador, dirigem-se para um curso de água, que pode ter até 50 m. de largura, e colocam-se correndo sobre as patas traseiras como uma pessoa ou ave. Os longos dedos traseiros possuem uma dobra de pele cada que, quando o basilisco se põe a correr, se abrem durante a descida da pata, e se fecham imediatamente quando puxado para cima. Então esta dobra apresenta uma certaresistência que o permite se manter acima da superfície até que consiga escapar do perigo. Ele Alimenta-se de insetos, aranhas e outros animais pequenos e é um exímio nadador e um escalador excelente.

4° Peixe-diabo negro


É realmente assustador...O peixe-diabo negro (Melanocetus johnsonii) é uma espécie de peixe encontrada em todos os oceanos, porém, mais especificamente em profundidades que variam entre 100 e 2 mil metros. É capaz de atrair suas presas com uma falsa isca, uma espécie de saliência luminescente que se agita sobre a cabeça. Há um grande dimorfismo sexual, uma vez que as fêmeas chegam a medir 18 centímetros, mas os machos, porém, crescem apenas até três centímetros .

3º Toupeira-de-nariz-estrelado

Essa toupeira Vive no Canadá,mas poucas pessoas no seu país sabem que ela existe,e é considerada(injustamente) um dos animais mais feios do mundo. Ela possui vinte e dois tentáculos móveis na ponta do focinho,que se movimenta muito rápido para a toupeira sentir tudo que está ao seu redor,esse focinho também possui uma enorme sensibilidade,pois a toupeira não enxerga muito bem,então,seu mundo é praticamente voltado ao tato,e está no Guinness Book of World Records por ser o comilão mais rápido do mundo e por ser o primeiro mamífero a que se sabe ser capaz de sentir o cheiro de sua presa debaixo d’água apenas soltando um pouco de ar e aspirando de volta, como na imagem a seguir.

2º Elysia Chlorotica


A habilidade de fazer fotossíntese, por aproximadamente nove meses após se refestelar em algas marinhas, ocorre devido a ingestão dos plastídios durante o desenvolvimento juvenil do molusco (por isso sua cor esmeralda) já havia sido descrita em artigos anteriores do mesmo grupo de pesquisa de Mary E. Rumpho, responsável pela identificação do gene PsbO no genoma da E. Chlorotica. Mas como foi que a lesma "roubou" o gene da alga e começou a fazer fotossíntese? Essa característica de roubar, é conhecida técnicamente como cleptoplastia, e deve ter acontecido com os ancestrais da lesma e da alga, que possuem essa profunda intimidade há milhares de anos atrás, onde acidentalmente o gene foi sequestrado no genoma da lesma em uma transferência horizontal gênica.

1º Turritopsis nutricula


É o mais impressionante de todos, é um hidrozoário (uma medusa), e é considerado pelos cientistas o único animal que consegue enganar a Morte. Todos os organismos (de acordo com a actual crença) estão condenados a morrer, depois de terem completado o seu ciclo de vida. Os hidrozoários são uma grande classe de animais predadores que vivem principalmente em água salgada, e o seu ciclo normal de vida começa com um ovo fecundado, que se desenvolve embrionáriamente e culmina numa larva minúscula e ciliada, estas larvas quando encontram um substrato no mar, fixam-se, desenvolvendo-se então num pólipo, como é mostrado na imagem a seguir.


O pólipo é a segunda fase do desenvolvimento, lembra grosseiramente uma pequena árvore e nos seus caules forma-se pequenos rebentos (brotos) e o pólipo reproduz-se assexuadamente, Nas extremidades, porém, formam-se medusas, a forma adulta dos hidrozoários. No interior da medusa formam-se gónadas que libertam óvulos e espermatozóides na água do mar. Após o sexo a medusa tem o bom senso de morrer. No mar ocorrerá a fecundação e recomeça o desenvolvimento embrionário e a larva, fechando o ciclo. Mas a Turritopsis nutricula faz uma magia biológica, ela, depois de libertar os óvulos e espermatozóides, reverte o seu ciclo biológico, e retorna para a forma juvenil. Este processo é chamado de transdiferenciação e é muito parecido com o envelhecimento normal. Um dos mecanismos mais usados neste processo é a apoptose, um suicídio celular programado. Aparentemente o processo de envelhecer e rejuvenescer pode acontecer ad infinitum, tornando o organismo virtualmente imortal Aparentemente simples, este processo tem feito com que muitos investigadores se interessem por estas medusas de 5 mm numa corrida pelo elixir da juventude.

terça-feira, 22 de junho de 2010

A caminho do tudo – Parte VII

A REVOLUÇÃO COPERNICANA

Uma nova visão, um novo despertar



Iahweh, Deus meu (...) Assentaste a Terra sobre suas bases, inabalável para sempre e eternamente.
Salmos 104

Está claro que a terra não se move, e que ela não se encontra em nenhum outro lugar senão no centro.
Aristóteles


O que os gregos realizaram foi tremendo, mas não durou. Depois que atingiu o seu pico no quinto e quarto séculos a.C. com grandes pensadores como Sócrates, Platão e Aristóteles, o mundo grego começou a desmoronar. Os séculos que se seguiram trouxeram guerras entre as cidades gregas, ataques dos macedônios e por fim a conquista pelo exercito de Alexandre o grande. Com a perda da vida estável da política, veio o fim da prosperidade; sem prosperidade o “lazer” dos meninos foi perdido; e sem lazer, a atividade científica foi perdida.

Nossa história precisa, então, fazer o furo do Paracuba; O que passa é que é difícil procurar uma teoria unificada da física quando ninguém está praticando a física. Para conectar a ciência grega com a ciência de hoje, precisamos explorar uma picada fragmentada (pequeno caminho na mata), depois que os primeiros experimentos de investigação racional chegaram ao fim.

Depois dos soldados de Alexandre vieram os do império Romano. Os Romanos eram muitos bons em leis e história, e produziram grandes obras de literatura; a arquitetura era bem desenvolvida entre eles, mas para ciência pura, aquela vinda da Grécia tinham pouco tempo.Por fim Roma também desmoronou quando asterix e obelix, ops, tribos do norte e leste da Europa avançaram pela Itália.




Um elemento do mundo Romano sobreviveu, O cristianismo, oferecendo uma mensagem de esperança aos pobres, famintos e desabrigados da Europa. Ela prometia salvação no mundo vindouro mas acho que pouco fez para investigação científica, dizia agostinho:

“Não é necessário sondar a natureza das coisas, como faziam aqueles que os gregos chamavam de physici”,

ou ainda “É suficiente que os cristãos acreditem que a única causa das coisas criadas... é a bondade do criador, o único e verdadeiro Deus”.

Tudo bem,mas acho que a observação da natureza ficou para depois.

Depois da queda de Roma uma sensação de desalento e desespero dominou o continente; tudo que restava era a fé em um mundo invisível e sofrimento dos dias presentes. A Terra e os céus não eram mais dignas de uma análise intelectual.




No oriente, províncias antes de Roma, agora do império Bizantino, as coisas eram diferentes. A língua grega foi mantida viva e o que os gregos escreveram, preservado. Quando os muçulmanos de língua árabe varreram a região, eles absorveram o conhecimento grego nas terras que conquistaram.

Durante 500 anos os árabes foram os “guardadores mundiais” do conhecimento científico, mantendo vivas as idéias dos gregos e acrescentando as suas própria invenções e descobertas. Eles construíram universidades e bibliotecas, também grandes observatórios e usaram astrolábios e quadrantes para mapear o céu. Catalogaram centenas de estrelas e seu legado sobrevivem em nomes de várias delas, eram sábios. Estudaram a navegação e a bússola magnética. Da índia tomaram emprestado o sistema decimal que usamos hoje, baseado no que chamamos agora de “algarismo arábico”. Para o grande desgosto de alguns pequenos amigos estudantes, os árabes inventaram a álgebra e a trigonometria. Talvez tenham traduzido e preservado incontáveis textos gregos. Parece que a Europa mergulhava nas trevas da idade média e o mundo árabe manteve a chama do conhecimento acessa.

Muito tempo se passou para todo esse conhecimento desaguasse na Europa. Quando os cristãos reconquistaram as terras da Sicília e Espanha, ganharam também um tesouro de conhecimento de muitos séculos. Idéia escritas pelos gregos e estudadas pelos árabes foram então traduzidas de novo, desta vez para o latim. Em cidades Espanholas multilingües copiavam texto após texto, manuscritos gregos agora enriquecidos com as idéias dos árabes e dos indianos. O trabalho deles detonou uma explosão de conhecimento que mudou o mundo, mas essa é uma outra história.
Seja bem vindo a Revolução Copernicana, aguardo comentários, sugestões, roteiros de trabalho e contribuição literária. Um abraço.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

O ponto de vista do cão

Amigos estou estudando e escrevendo a caminho do tudo parte VII, enquanto isso se você tem um cão em casa é bom saber...

Os cientistas começam a desvendar um mistério milenar: como os cachorros veem o mundo e por que eles são tão apegados a seus donos.


Revista veja, Edição 2133 / 7 de outubro de 2009

Não há parceria como a do homem com o cão. Ainda assim, em termos de estudos científicos, os ratos recebem maior atenção que o cachorro. Devido a seu uso como cobaia, sabe-se quase tudo sobre o comportamento dos roedores e até já se descobriu como tornar sua existência mais longeva. Por outro lado, o convívio por mais de 14 000 anos permitiu ao homem entender, na prática, bastante bem o comportamento canino. Mas também levou à concepção emotiva de que, de certa forma, o totó tem um lado humano, ainda que insista em fazer xixi no poste. Sobre esse assunto já não se está completamente no escuro. Uma série de estudos recentes lançou luzes sobre, digamos, a vida interior dos cães. Obviamente, o que se está descobrindo nada tem de humano.
A apreciação científica mais completa sobre a mente canina está no livro Inside of a Dog: What Dogs See, Smell and Know ("Dentro de um cão: o que os cães veem, cheiram e sabem", em inglês), da americana Alexandra Horowitz. Desde o lançamento, no início de setembro, a obra está na lista das mais vendidas. Psicóloga da Universidade Colúmbia, com especialização em ciência da cognição, Alexandra se propõe a explicar o que significa ser um cachorro. Em outras palavras, como é o mundo do ponto de vista canino. Cinco meses atrás, a Universidade Harvard abriu um laboratório de pesquisas com 1 000 cães, e a Universidade Duke, na Carolina do Norte, vai abrir o seu neste mês. "O número de estudos sobre cães aumenta porque esses animais, antes estigmatizados pela ciência, são tão interessantes para as pesquisas de convívio social quanto os chimpanzés", diz o biólogo Marc Hauser, chefe do Laboratório de Evolução Cognitiva de Harvard. No início deste ano, ele deixou a pesquisa de primatas para se dedicar aos cães.
Apesar de toda nossa convivência com os cães, talvez seja mais simples entender os chimpanzés, primos na árvore da evolução. Os cães percebem o mundo de um modo tão próprio que só pode ser descrito por analogias. Para poder explicar, a psicóloga Alexandra Horowitz tentou imaginar a vida do ponto de vista de um animal cujo sentido principal é o olfato. Para os cães, o cheiro equivale à visão humana. É o primeiro recurso usado para reconhecer o ambiente ao redor. Quando acordam, esses animais farejam a casa para saber se algo aconteceu enquanto dormiam. Dependendo da raça, um cão pode ter entre 200 milhões e 300 milhões de receptores de olfato nas narinas. O nariz humano só tem 5 milhões. Odores imperceptíveis para nós, como os das moléculas de ácido butírico provenientes das células da epiderme, deixadas por uma presa, compõem para os cães um rastro que pode ser seguido com segurança.
O cão tem maior interesse pelo que é cheirado do que por aquilo que é visto. Paisagens que deixam as pessoas boquiabertas só se tornam interessantes para um canino se o vento trouxer algum cheiro significativo. Cheirar o sapato de um recém-chegado, para um cão, é uma experiência que rende informações que o homem não tem como obter sozinho. O animal consegue saber por onde a pessoa andou e com que frequência esteve naquele lugar, se teve contato com outros animais, se fez sexo recentemente, se está tomada pelo medo ou pela ansiedade. O tempo como uma cadeia contínua de eventos nada significa para o cão. Tempo também é cheiro. Essa capacidade funciona como um relógio sem ponteiro: o passado, para um cachorro, significa odor enfraquecido; um fato novo tem fragrância forte. Ele realmente é capaz de prever chuva, como se acredita tradicionalmente. Não se trata de clarividência, e sim da transmissão pelo vento do cheiro da tormenta que se aproxima. "Imagine se cada detalhe de nosso mundo visual tivesse um odor correspondente", escreveu Alexandra Horowitz. "Para um cão, cada pétala de rosa pode ser diferente, pois foi visitada por insetos que deixaram indícios olfativos de sua presença." O olfato age até mesmo enquanto os cães dormem. O homem, que tem a visão como sentido primordial, sonha com imagens. Provavelmente, o sonho dos cães é repleto de odores. O costume dos donos e veterinários de lavar os cães com xampus cheirosos é terrível para eles. Funciona como se fosse apagada a memória dos episódios das últimas semanas. "A menor fragrância dos produtos de limpeza é quase um insulto olfativo para o cão", escreve Horowitz.



Com um nariz tão desenvolvido, os cães se valem de olhos e ouvidos como sentidos complementares. A gama de cores que os cães percebem varia entre o azul, o verde e o amarelo, com menos nuances de tons que as captadas pelo olho humano. Com um número menor de fotorreceptores que o olho humano, eles têm dificuldade em ver objetos próximos. Em compensação, a visão periférica pode ser sensacional em certas raças, chegando a 270 graus (a do homem é de apenas 180 graus). A audição canina é mais sensível e tem um espectro muito maior que a humana. Um ambiente silencioso, como um quarto escuro durante a madrugada, é cheio de ruídos para os cães. Eles percebem sons muito baixos, como passos do outro lado da rua ou o movimento dos ratos entre as paredes, e também sons inaudíveis para o homem, como as ondas de alta frequência emitidas por relógios digitais. Da mesma forma, um cão pode localizar a origem de um som mais rápido que um ser humano. Os dezoito ou mais músculos especializados permitem ao cão dobrar, girar, levantar e baixar as orelhas. No homem, apenas seis músculos sustentam as orelhas.
Os cães descendem dos lobos, e a separação se deu há tão pouco tempo que as duas espécies ainda podem cruzar e gerar descendentes. Mas as diferenças já são enormes. O cérebro do animal doméstico é, em média, 20% menor que o de seu ancestral. Talvez para sobreviver entre os homens eles não necessitem da astúcia de um lobo silvestre. De acordo com Alexandra Horowitz, a ideia de que o dono precisa mostrar que é uma espécie de macho alfa não faz sentido. Os cães também não formam matilhas. Não existe entre eles um macho dominante como há entre os lobos. Talvez o cão veja no homem um companheiro, e não necessariamente um chefe. O animal domesticado se tornou especialista nas reações humanas. Ele percebe o sentido pela entonação da voz e é capaz de diferenciar o elogio da reprimenda. Da mesma forma, ele olha para o rosto humano em busca de informações, orientações e segurança. No final, é mesmo o melhor amigo do homem.





domingo, 20 de junho de 2010

Bola na trave não altera o placar

por que que algumas bolas na trave entram no gol e outras não?!


Fonte: Prof. Dulcidio Braz Júnior

Para começar, quando uma bola bate num obstáculo (uma parede de tijolos, por exemplo) exerce sobre este uma força (Ação). Automaticamente, recebe do obstáculo outra força, de mesma intensidade, mesma direção e sentido oposto (Reação). Esta afirmação é feita com base na Lei da Ação/Reação de Isaac Newton (1643-1727) que todo aluno de início de Ensino Médio já conhece muito bem. E a força de reação do obstáculo sobre a bola, perpendicular (ou normal) à superfície de contato, embora seja muito rápida, tem intensidade e tempo suficiente para alterar a trajetória da bola, desviando-a.

E aí vale o Princípio Fundamental da Dinâmica para valores médios que afirma:

F.Δt = m.ΔV

onde F é a intensidade da força trocada entre a bola e o obstáculo, Δt é o curtíssimo intervalo de tempo que dura esta interação, m é a massa da bola e ΔV a variação da sua velocidade vetorial.

Não é difícil provar que, do ponto de vista meramente espacial, a trajetória da bola antes e depois da colisão com um obstáculo comporta-se mais ou menos como a trajetória de um raio de luz que atinge um espelho e sofre reflexão. Na reflexão, o ângulo de incidência i medido em relação à direção perpendicular (ou normal) N tem o mesmo valor do ângulo de reflexão r. A figura abaixo ilustra a idéia para uma bola colidindo contra uma parede plana.



Se a bola tiver trajetória coincidente com a direção normal, então teremos i = 0o. Logo, r = i = 0o, ou seja, a bola retorna pela mesma trajetória inicial, direto para o atacante que a chutou.




Com a bola batendo na trave é a mesma coisa. Só que determinar a direção normal N na superfície curva da trave (que é cilíndrica) requer um pouco mais de cuidado geométrico. Mas é fácil A normal N pode ser definida como a direção da linha imaginária que une o ponto de contato da bola com a trave e o centro de curvatura C da circunferência da trave (vista em corte transversal na figura abaixo).




Dependendo da trajetória inicial da bola em relação à normal N, pouco antes de bater na trave, após a colisão a bola pode sair nesta ou naquela trajetória. Muitas vezes a bola sai numa trajetória que vai para dentro do gol. Noutras, volta para o pé do atacante que tem nova chance de tentar outro chute a gol. Há ainda casos em que a bola sai numa direção que não coloca em risco o time que sofre o ataque. A ilustração abaixo mostra cinco possíveis trajetórias (A, B, C, D e E) da bola chocando-se contra a trave.




O que acontece com a bola em cada uma das trajetórias de A a E? Para responder, basta analisar a trajetória inicial da bola em relação à normal N em cada ponto de contato. É o que será feito para cada caso logo a seguir, encontrando a normal N ligando o ponto de contato da bola com a trave ao seu centro C de curvatura. Acompanhe:

Trajetória A


Neste caso a bola sai numa direção à esquerda do atacante que a chutou!

Trajetória B


Aqui também a bola sai à esquerda do atacante, mas num ângulo menos aberto do que no acaso anterior.

Trajetória C


Aqui, como a trajetória inicial coincide com a direção normal (i = 0o), a bola volta pela mesma trajetória (r = i = 0o), direto para o pé do jogador que deu o chute.

Trajetória D


Nesta nova trajetória a bola sai à direita do atacante.

Trajetória E


Aqui, depois de colidir com a trave, a bola também sai à direita do atacante, só que num ângulo um pouco mais aberto.

Se você reparar bem, em cada um dos cinco casos acima o ponto onde a bola bate na trave muda sutilmente. E isso faz com que a trajetória final da bola se altere. Mesmo numa pequena mudança do ponto de contato bola/trave da ordem de poucos centímetros, a trajetória e o destino final da bola podem mudar drasticamente. E isso pode ser a diferença entre a bola cruzar a linha de gol ou a linha de fundo!

É interessante notar que todos os infinitos pontos espalhados pela lateral externa da trave na parte voltada para o atacante vão produzir efeitos diferentes na trajetória final da bola. As possibilidade previstas pela Física são inúmeras, com resultados finais totalmente distintos. Não é por acaso que o futebol judia dos corações mais apaixonados pelo seu time!

Os leitores mais observadores ainda vão dizer que na minha análise estou apenas considerando trajetórias no mesmo plano horizontal de corte transversal da trave. É verdade! Na prática, supondo outros possíveis planos, saindo da horizontal, teremos ainda mais possíbilidade de bolas rebatidas em diferentes direções. Todas as possibilidades são devidamente regidas pelas leis da Física das colisões. Existe ainda a possibilidade de colisão da bola com o travessão, a trave que, diferentemente das duas verticais, é horizontal. Mas a idéia é a mesma. E os efeitos finais equivalentes, com a bola entrando ou não no gol dependendo do ângulo de incidência i em relação à direção normal N. Entenderam?

Até o próximo.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

A caminho do tudo – Parte VI

Raspa do Tacho: O legado grego




Para fazer justiça ao que eles iniciaram...devemos encará-los pelo menos como protocientistas, que estavam no limiar daquela parte de filosofia antiga que era chamada de física.
A. A. LONG

Caros amigos, até que ponto existe uma conexão entre a ciência grega e a física moderna? De algum modo perdoavelmente claro, os gregos estavam errados. O átomo revelou ser divisível, e a química do Aristides já tem mais de cem elementos em vez dos quatro abraçados por Empédocles. A cosmologia de Arquimedes e Ptolomeu, iria enfrentar uma mudança profunda. Mas de muitos modos os gregos acertaram na mosca. O mundo físico é realmente explicável em termos de partes invisíveis das quais só existem umas poucas variedades. Vamos bater um papo e comparar o que Demócrito disse: “ não existe nada além de átomos e vazio”, já o pioneiro da teoria quântica Erwin Schorodinger, o cara do gato preto, afirma que “a matéria é formada por partículas, separadas por distâncias grandes; ela está envolvida pelo espaço vazio”. Me parece que o pensamento grego é altamente moderno, concordas?
Lembramos os gregos, não pelas conclusões, falhas muitas vezes, mas pelo raciocínio que usaram para chegar lá. Considerando o que conheciam do mundo, convenhamos, era válido. Pela primeira vez, pessoas começaram a estudar a matéria que constitui o mundo em que vivemos e as forças que governam o seu comportamento. E a partir da diversidade e desordem do que viram, elas tentaram compreender os princípios compreensíveis das leis naturais. Os gregos podem não tem sido tão sofisticados quanto os físicos de hoje, e seus métodos eram limitados, mas sua meta era a mesma.
Conclusão deste tacho: eles foram os primeiros a procurar a unificação da natureza sem apelar para Tupã ou Zeus, mas examinando o mundo e procurando ordem de dentro do caos aparente. Eles queriam encontrar uma explicação que fosse ao mesmo tempo simples e abrangente. Em resumo, se camisetas existissem na Grécia no lugar de túnicas, a de Tales iria dizer “Tudo é água”, e a de Demócrito “Está tudo nos átomos”. Que bacana em? No entanto jovens o progresso nem sempre foi rápido; a teoria atômica, por exemplo, demorou tempos pacas. A chama da curiosidade humana, da investigação científica, nem sempre iria ardem com vontade, porém uma vez acesa, jamais seria apagada. Beleza estudar os gregos. Senhores vou tentar mudar de fase neste jogo, os gregos foram tremendo e atingiram o máximo no quarto e quinto séculos a.C. mas depois tudo começou a desmoronar. Se preparem para a próxima fase e novas histórias na “REVOLUÇÃO COPERNICANA”, até breve.

Ps. Foi um sufoco mais o Brasil ganhou. Aguardo comentários e contribuições literárias.

Textos de apoio:

1. Antiga filosofia grega , de Jonathan Barnes
2. As origens da ciência ocidental, de David C. Lindberg

Se você é curioso, que tal essas respostas. Não extressem seus professores com elas, eles têm mais o que fazer; procurem suas respostas em?


::: 125 QUESTÕES EM ABERTO :::



Para comemorar 125 anos de existência, a Science Magazine elaborou uma lista com 125 perguntas ainda não respondidas pela ciência. Confira abaixo, sem perder o fôlego, com destaque para as 25 primeiras.

1. De que o Universo é feito?
2. Qual é a base biológica da consciência?
3. Por que os humanos têm tão poucos genes?
4. Até que ponto há um elo entre variação genética e saúde?
5. As leis da física podem ser unificadas?
6. Quanto a vida humana pode ser aumentada?
7. O que controla a regeneração de órgãos?
8. Uma célula de pele pode virar um neurônio?
9. Como uma única célula "adulta" pode gerar uma planta inteira?
10. Como o interior da Terra funciona?
11. Estamos sozinhos no Universo?
12. Como e onde a vida na Terra surgiu?
13. O que determina a diversidade das espécies?
14. Que mudanças genéticas nos tornaram humanos?
15. Como as memórias são gravadas e recuperadas?
16. Como o comportamento cooperativo evoluiu?
17. Como dar abrangência às descobertas da biologia molecular?
18. Até onde podemos levar a automontagem química?
19. Quais são os limites da computação convencional?
20. Podemos desligar seletivamente respostas imunológicas?
21. A incerteza quântica tem fundações mais profundas?
22. É possível criar uma vacina contra o HIV?
23. Quão quente será o mundo-estufa?
24. O que pode substituir o petróleo, e quando?
25. Malthus continuará errando?
26. O nosso é o único Universo?
27. O que causou a inflação do cosmos?
28. Quando a como as primeiras estrelas e galáxias se formaram?
29. De onde vêm os raios cósmicos de energia ultra-alta?
30. O que dá energia aos quasares?
31. Qual é a natureza dos buracos negros?
32. Por que há mais matéria do que antimatéria?
33. O próton decai?
34. Qual é a natureza da gravidade?
35. Por que o tempo é diferente das outras dimensões?
36. Há partículas menores do que os quarks?
37. Os neutrinos são sua própria antipartícula?
38. Há uma teoria unificada que explica todos os sistemas eletrônicos correlacionados?
39. Qual é o laser mais poderoso que os cientistas podem construir?
40. Os pesquisadores podem fazer uma lente óptica perfeita?
41. É possível criar semicondutores magnéticos que trabalham em temperatura ambiente?
42. Qual é o mecanismo de pareamento por trás da supercondutividade de alta temperatura?
43. Podemos desenvolver uma teoria geral da dinâmica de fluxos turbulentos e do movimento de materiais granulares?
44. Existem elementos atômicos estáveis mais pesados?
45. A superfluidez é possível num sólido? Se sim, como?
46. Qual é a estrutura da água?
47. Qual é a natureza do estado do vidro?
48. Há limites para a síntese química racional?
49. Qual é a eficiência máxima das células fotovoltaicas?
50. A fusão será sempre a fonte de energia do futuro?
51. O que conduz o ciclo magnético solar?
52. Como os planetas se formam?
53. O que causa as eras glaciais?
54. O que provoca as inversões do pólo magnético da Terra?
55. Há precursores de terremoto que podem levar a previsões úteis?
56. Há - ou houve - vida em alguma outra parte do Sistema Solar?
57. Qual é a origem da homoquiralidade na natureza?
58. Podemos prever como proteínas se dobram?
59. Quantas proteínas há nos seres humanos?
60. Como as proteínas encontram suas parceiras?
61. Quantas formas de morte celular existem?
62. O que mantém o tráfego intracelular coordenado?
63. O que permite que componentes celulares se repliquem sem auxílio do DNA?
64. Que papéis as diferentes formas de RNA cumprem na função do genoma?
65. Que papéis os telômeros e centrômeros cumprem na função do genoma?
66. Por que alguns genomas são realmente grandes e outros bem compactos?
67. O que é todo o "lixo" presente nos nosso genomas?
68. Quanto as novas tecnologias irão reduzir o custo do seqüenciamento?
69. Como órgãos e organismos inteiros sabem quando parar de crescer?
70. Como o genoma pode mudar, além de por mutações herdadas?
71. Como a assimetria é determinada num embrião?
72. Como membros e faces se desenvolvem e evoluem?
73. O que inicia a puberdade?
74. As células-tronco estão ligadas a todos os cânceres?
75. O câncer é suscetível ao controle imunológico?
76. Os cânceres podem ser controlados, em vez de curados?
77. A inflamação é um grande fator em todas as doenças crônicas?
78. Como as doenças de príon funcionam?
79. Quanto os vertebrados dependem do sistema imune para combater infecções?
80. A memória imunológica exige exposição crônica aos antígenos?
81. Por que uma mulher grávida não tem rejeição ao feto?
82. O que sincroniza o relógio circadiano do organismo?
83. Como os organismos migratórios se localizam?
84. Por que nós dormimos?
85. Por que nós sonhamos?
86. Por que há períodos críticos para o aprendizado da linguagem?
87. Os feromônios influenciam o comportamento humano?
88. Como anestésicos gerais funcionam?
89. O que causa esquizofrenia?
90. O que causa autismo?
91. Até que ponto podemos conter o mal de Alzheimer?
92. Qual é a base biológica do vício?
93. A moralidade está gravada na configuração do cérebro?
94. Quais são os limites de aprendizado para as máquinas?
95. Quanto da personalidade é genético?
96. Qual é a raiz biológica da orientação sexual?
97. Por que sempre haverá discordância em árvores genealógicas da vida?
98. Quantas espécies há na Terra?
99. O que é uma espécie?
100. Por que a transferência lateral ocorre em tantas espécies e como?
101. Quem era LUCA (o último ancestral universal comum, na sigla em inglês)?
102. Como as flores evoluíram?
103. Como as plantas fazem as paredes celulares?
104. Como o crescimento de plantas é controlado?
105. Por que todas as plantas não são imunes a todas as doenças?
106. Qual é a base para a variação em tolerância a estresse em plantas?
107. O que causou as extinções em massa?
108. Podemos evitar extinções?
109. Por que alguns dinossauros eram tão grandes?
110. Como os ecossistemas reagirão ao aquecimento global?
111. Quantos tipos de humanos coexistiram no passado recente e como eles se relacionavam?
112. O que deu à luz o comportamento humano moderno?
113. Quais são as raízes da cultura humana?
114. Quais são as raízes evolutivas da linguagem e da música?
115. O que são as raças humanas e como se desenvolveram?
116. Por que alguns países crescem e outros param?
117. Que impacto grandes déficits governamentais têm nas taxas de juros e de crescimento econômico dos países?
118. As liberdades política e econômica estão intimamente ligadas?
119. Por que a pobreza aumentou e a expectativa de vida diminuiu na África subsaariana?
120. Há um teste simples para determinar se uma curva elíptica tem um número infinito de soluções racionais?
121. Pode um ciclo de Hodge ser escrito como uma soma de ciclos algébricos?
122. Os matemáticos conseguirão libertar os poderes das equações de Navier-Stokes?
123. O teste de Poincaré identifica esferas no espaço quadridimensional?
124. Soluções de valor zero matematicamente interessantes da função zeta de Riemann todas tem uma forma a + bi?
125. O Modelo Padrão de partículas repousa sobre sólidas fundações matemáticas?

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Pênalti um quase gol

Fonte: prof. Dulcidio Braz Júnior

Aproveitando o clima futebolístico de hoje, lanço uma questão: dá para estimar fisicamente a dificuldade que um goleiro tem de defender uma penalidade máxima?
Dá sim. Basta calcular o tempo médio gasto pela bola para percorrer a distância entre a marca do pênalti e a linha do gol. É exatamente este o tempo que o goleiro tem para reagir, ou seja, tomar a decisão entre ficar parado ou pular para um dos dois lados. Vamos fazer esta continha?



Veja a figura acima que representa a vista superior da área do goleiro de um campo de futebol. De acordo com as regras do futebol, a marca P do pênalti fica a exatos 11 m da linha do gol, distância medida na mediatriz do segmento de reta que une as traves (verticais) aqui designadas por A e B e separadas pela distância de 7,32 m. Assim, AB = 7,32 m e PM = 11,00 m.

Se o cobrador chutar a bola rasteira, bem no meio do gol, ela percorre uma distância mínima DSmin = PM = 11,00 m. Se cobrar rasteira num dos cantos, percorre uma distância máxima DSmáx = PA = PB de valor ainda desconhecido e que vamos calcular. Usaremos os triângulos retângulos DPAM ou DPBM dos quais conhecendo os catetos PM = 11,00 e AM = BM = 7,32/2 = 3,66 m. Pelo Teorema de Pitágoras escrevemos:

AM2 + PM2 = PA2 e, de forma equivalente, BM2 + PM2 = PB2

Assim:

AM2 + PM2 = PA2
3,662 + 112 = PA2
13,39 + 121 = PA2
133,39 = PA2
PA = PB = 11,59 m



Concluímos que, para um chute rasteiro, A distância percorrida pela bola na cobrança de um pênalti deve variar entre DSmin = PM = 11,00 m e DSmáx = PA = PB = 11,59 m.

Considerando que a bola parta após o chute com velocidade V e percorra uma distância DS num intervalo de tempo Dt,teremos:



DtR é o tempo de reação do goleiro, ou seja, o tempo que a bola leva para viajar entre a marca P do pênalti e a linha do gol.

É o DtR que pretendemos calcular e, para tanto, vamos supor uma cobrança de pênalti com velocidade V = 90 km/h (ou 90/3,6 = 25 m/s) para distâncias que já sabemos que variam entre 11,00 m e 11, 59 m. Assim obteremos o intervalo de valores possíveis de DtR. Veja:



O goleiro tem algo entre 0,44 s e 0, 46 s para defender um pênalti rasteiro! Muito pouco, não? Eu diria que é praticamente impossível esperar pela cobrança para decidir o que fazer, para que canto pular. O goleiro tem que tomar a decisão antes do chute, escolher entre ficar parado no meio do gol ou escolher um canto e pular. Caso contrário, antes de pensar já levou gol.

A Física prova que quem diz que cobrança de penalidade é loteria não está tão errado. O goleiro tem que "sortear" sua decisão antes da cobrança e, neste aspecto, o fator sorte conta e muito. O resto é competência, lógico.