A MENTE QUE SE ABRE A UMA NOVA IDEIA JAMAIS VOLTARÁ AO SEU TAMANHO ORIGINAL.
Albert Einstein

quinta-feira, 31 de maio de 2012

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Qual é o tamanho do microcosmo?


Faça uma viagem fantástica ao coração da matéria

 

Aos interessados em visualizar o que significaria uma viagem dimensional do Big Bang ao coração da matéria, sugiro uma visita ao site A escala do universo.

PETER MOON
 Peter Moon Repórter especial de ÉPOCA vive No mundo da Lua, um espaço onde dá vazão ao seu fascínio por aventura, cultura, ciência e tecnologia.  petermoon@edglobo.com.br (Foto: ÉPOCA)
Na coluna Qual é o tamanho do universo?, convidei os leitores a construir uma imagem mental das dimensões do cosmo. Aqui faremos uma trajetória no sentido inverso. O destino é o coração da matéria. Trata-se de uma travessia muito mais distante. Não, não me enganei. É isso mesmo. O caminho até o coração da matéria é muito mais longo do que aquele que leva às fronteiras do cosmo.
O universo é incompreensivelmente colossal. Embora as dimensões do nosso dia-a-dia percam qualquer significado quando comparadas às vastidões intergalácticas, ainda assim as dimensões do cotidiano são enganosas. Isto porque, proporcionalmente, o diminuto no coração da matéria é algumas ordens de grandeza mais vasto do que a distância que nos separa dos limites do universo. “Há muito espaço lá em baixo” (“There`s plenty of room at the bottom”), afirmou, em 1959, o físico americano e ganhador do Nobel, Richard Feynman. Ele fazia menção à vastidão de espaços vazios que se esconde no interior da matéria. É esta vastidão oculta que me disponho a explorar.
Aqui vale o ditado: uma imagem vale mais do que mil palavras. Imagine uma trena de um metro de comprimento. Este metro é um cisco se comparado ao tamanho do universo visível. Na ponta do lápis, um metro é um comprimento 13 bilhões de trilhões de trilhões de vezes menor que o raio do universo atual, ou seja, os 13,7 bilhões de anos-luz decorridos desde o início dos tempos, no Big Bang.
Agora, o sentido inverso. Se a maior estrutura que existe é o universo, a menor é o comprimento de Planck. É a menor unidade de comprimento da Física. Seu nome é uma homenagem ao fundador da Mecânica Quântica, o físico alemão Max Planck (1858-1947). O comprimento de Planck desempenha uma função importante na física moderna, pois para comprimentos inferiores a este, tanto a Mecânica Quântica quanto a Relatividade Geral, as duas teorias basilares da Física moderna, perdem o sentido, deixando de poder descrever os comportamentos de partículas. 
Se as leis da física “perdem o sentido” em qualquer comprimento menor do que o comprimento de Planck, então o comprimento de Planck deve ser o menor comprimento do universo. Ele seria uma barreira intransponível, assim como a velocidade da luz é a velocidade limite do universo, e nada pode ser mais veloz.
O comprimento de Planck era o tamanho do universo no instante do Big Bang. O comprimento de Planck era praticamente igual a nada, salvo um cisco infinitesimal. Foi daquele cisco infinitesimal, trilhões de vezes menor do que um átomo de hidrogênio, que surgiu o universo. Num instante, não havia nada. No outro, do nada surgiu o tudo.
Qual seria o tamanho daquele quase “nada”, daquele cisco infinitesimal que os físicos convencionaram chamar de comprimento de Planck? É muito, muito, muito pequeno. O comprimento de Planck é 160 trilhões de trilhões de trilhões de vezes menor do que o metro, ou um número com 35 casas decimais depois da vírgula.
Do macrocosmo ao microcosmo

Agora retomemos a comparação do metro com o universo. O metro é 13 bilhões de trilhões de trilhões de vezes menor que o universo atual. Este mesmo metro também é 160 trilhões de trilhões de trilhões de vezes maior do que o comprimento de Planck. Basta um cálculo de divisão para se descobrir o seguinte: se, por um instante, considerássemos o comprimento de Planck como sendo igual a um metro, e multiplicássemos este metro 160 trilhões de trilhões de trilhões de vezes, teríamos uma distância equivalente a cerca de 12.300 universos. O resultado seria 12.300 vezes maior que os 13,7 bilhões de anos-luz que nos separam do Big Bang. Por consequência, a distância que nos separa do limiar do universo é proporcionalmente 12.300 vezes menor do que a distância que nos separa dos limiar da matéria.
Neste momento você talvez esteja um pouco confuso. Confesso que eu também. Nossa mente não evoluiu para trabalhar com escalas e dimensões de tamanha grandeza, sejam elas quase infinitas ou quase infinitesimais, macrocósmicas ou microcósmicas. O que tentei demonstrar acima é que o trajeto de uma viagem fantástica ao coração da matéria é 12.300 vezes mais longo – em termos tridimensionais - do que uma viagem cósmica aos confins do universo. Vamos embarcar nesta miniaturização?

Rumo à intimidade da matéria

1 - O METRO
Comprimento: 1 metro 
Tudo começa com o metro, usado para medir as dimensões do dia-a-dia do Homo sapiens. O metro é o ponto de partida de um passeio que terá várias paradas. Cada uma delas ocorrerá em um espaço tridimensional 1.000 vezes menor do que o anterior.
2 - O SAL
Comprimento: 1 milímetro (mm) = 0,001 metro 
Assim, do metro descemos ao seu milésimo, o milímetro. O diâmetro de um grão de sal é 0,5 mm. Não há desconforto em tentar visualizar esta dimensão, pois ela faz parte do nosso cotidiano, assim como fios de cabelo e cabeças de alfinete.
3 - A CÉLULA
Comprimento: 1 micrômetro (µm) = 0,000.001 metro 
Do milímetro vamos ao milionésimo do metro, que se chama micrômetro ou mícron. A microtecnologia é assim chamada porque opera na escala micrométrica. O micro é a unidade de comprimento básica da biologia. O diâmetro de uma célula de sangue é 7 µm. Este é um domínio invisível ao olho humano, que só pôde ser perscrutado a partir da invenção do microscópio, no século XVII.
4 – MOLÉCULAS E VÍRUS
Comprimento: 1 nanômetro (nm) = 0,000.000.001 metro
Encolhendo-se outras três ordens de grandeza chega-se ao nanômetro, a bilionésima parte do metro. A nanotecnologia tem este nome porque suas técnicas operam (ou um dia operarão) na escala dos nanômetros. O nanômetro é a unidade de comprimento de moléculas grandes, como o DNA, e dos vírus. O diâmetro do vírus da Aids é 90 nm. O domínio nanométrico só pôde começar a ser visualizado a partir dos anos 1930, com os primeiros microscópios eletrônicos.
5 – O ÁTOMO
Comprimento: 1 picômetro (pm) = 0,000.000.000.001 metro
A próxima parada desta miniaturização é o picômetro, a trilionésima parte do metro. Uma molécula de água mede 280 pm. O diâmetro de um átomo de hidrogênio, o menor, mais leve, mais simples e abundante dos elementos químicos, é 25 pm. Este é o domínio observado através dos microscópios de varredura. Inventados nos anos 1980, são os mais avançados.
6 – O NÚCLEO ATÔMICO
Comprimento: 1 femtômetro (fm) = 0,000.000.000.000.001 metro
Quando as dimensões atingem a quadrilionésima parte do metro, o femtômetro, adentramos os domínios subatômicos. O diâmetro médio de um núcleo atômico, com seus prótons e nêutrons reunidos, é 10 femtômetros. Já o diâmetro de prótons e nêutrons é 1 femtômetro. Ou seja, o átomo é rigorosamente uma esfera vazia no centro da qual reside um núcleo 100 mil vezes menor que o átomo. Em torno do núcleo orbita uma nuvem de elétrons à velocidade da luz. Afinal, onde está a matéria que observamos ao abrir os olhos? O que chamamos matéria é um imenso conjunto de átomos que são, essencialmente, ocos e vazios.
Aqui começa o mundo invisível da matéria. Nenhum núcleo atômico jamais foi observado por um microscópio. Não observar não é sinônimo de não conhecer. Os domínios do quadrilionésimo do metro são investigados 24 horas por dia, 365 dias por ano e milhões de vezes por segundo, no interior do Grande Colisor de Hádrons (LHC), o acelerador de partículas em Genebra. Os físicos usam o LHC para acelerar prótons a velocidades próximas às da luz e então chocá-los de frente, para assim poder estudar os escombros das trombadas à caça de partículas subatômicas desconhecidas.
7 – ELÉTRONS E QUARKS
Comprimento: 1 attômetro (am) = 0,000.000.000.000.000.001 metro
O elétron, esse nosso companheiro tão cotidiano, é o responsável pela eletricidade e por permitir o funcionamento da maioria das tecnologias da era da informação. O diâmetro de um elétron é a quintilionésima parte do metro ou 1 attômetro. É o mesmo diâmetro dos quarks, as partículas subatômicas aprisionadas no interior de prótons e nêutrons. Novamente, perceba, o núcleo atômico é outra estrutura essencialmente vazia, pois cada próton e nêutron é composto por três quarks, cada qual mil vezes menor. Logo, só 3 partes por mil do volume de um próton ou de um nêutron são ocupados por matéria. E do que são feitos os quarks? Essa é uma pergunta que os físicos procuram sem sucesso tentar responder há quase meio século. Se os quarks são ou não são indivisíveis, ainda não sabemos.
8 – NEUTRINOS ALTAMENTE ENERGIZADOS
Comprimento: 1 zeptômetro (zm) = 0,000.000.000.000.000.000.001 metro
Os neutrinos são ínfimos. São tão pequenos que quase não interagem com o restante da matéria do universo. A cada segundo, 60 milhões de neutrinos produzidos no Sol atravessam cada centímetro cúbico do seu corpo. Eles são tão diminutos que não interagem com nenhum dos trilhões de átomos aí existentes. O diâmetro de um neutrino altamente energizado é um sextilionésimo de metro ou 1 zeptômetro.
9 – O NEUTRINO DE BAIXA ENERGIA
Comprimento: 1 yoctômtero (ym) = 0,000.000.000.000.000.000.000.001 metro
O yoctômetro ou a septilionésima parte do metro, é o diâmetro de um neutrino de baixa energia. É a menor das partículas subatômicas. Se existe alguma partícula menor, ainda não foi descoberta nem prevista em teoria.
10 – O MILÉSIMO DO YOCTÔMETRO
Comprimento: 0,000.000.000.000.000.000.000.000.001 metro
Por que não há nome para uma unidade de comprimento mil vezes menor que o yoctômetro? É porque os métodos de observação atuais não alcançam distâncias tão curtas, logo esta medida não é utilizável, daí AINDA não ter nome.
11 – O MILIONÉSIMO DO YOCTÔMETRO
Comprimento: 0,000.000.000.000.000.000.000.000.000.001 metro
Idem (vide acima). A vastidão de vazios oculta no interior da matéria de que Feynman falou parece não ter fim.
12 - O BILIONÉSIMO DO YOCTÔMETRO
Comprimento: 0,000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.001 metro
Ibidem. Feynman era um gênio, um dos pensadores do século XX.
13 – O COMPRIMENTO DE PLANCK
Comprimento: 0,000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.16 metro
É o final da jornada microcósmica. O comprimento de Planck é 160 trilhões de trilhões de trilhões de vezes menor do que o metro. Ou 160 avos da bilionésima parte do yoctômetro. É o infinitamente pequeno, uma distância inconcebivelmente curta. Para os físicos defensores da Teoria das Cordas, é nesta dimensão que as tais “cordas” constituintes da matéria “vibrariam”, e da sua vibração ecoaria o mundo como o conhecemos.

O vazio universal

O comprimento de Planck é um limite universal - e um conceito teórico. Ele nunca foi observado, provavelmente nunca o será, e sua existência só é descrita por equações. Se existe algo menor, falta-nos um novo Albert Einstein, outro Isaac Newton ou um Max Planck para revelar uma lógica da Natureza insuspeita, capaz de reger a ordem universal em um nível ainda mais elementar.
Neste itinerário que parte das dimensões do nosso cotidiano até chegar ao âmago da matéria, o que salta aos olhos é o inacreditável, o quase incomensurável vazio ao qual chamamos matéria. Tanto nos mais íntimos recônditos do átomo quanto nas vastidões interestelares e intergalácticas, o que existe é o vazio - ou praticamente nada. Voltando ao Big Bang, antes dele não havia nada, e do nada brotou o tudo. E o tudo, o universo, é vazio. Logo, o nada ainda é o nada - à exceção das 400 bilhões de galáxias, com as suas centenas de bilhões de estrelas e planetas - e, claro, da vida que nos move.
P.S.
Aos interessados em visualizar o que significaria uma viagem dimensional do Big Bang ao coração da matéria, sugiro uma visita ao site A escala do universo.
E aos leitores que puderem um dia ir a Nova York, defendo ardorosamente uma visita aoPlanetário Hayden, no Museu Americano de História Natural. O planetário é dos anos 1930. Ele foi reformado em 2000. Agora tem uma esfera prateada de 20 metros de diâmetro que simboliza o universo. Ao seu redor, uma rampa em espiral de 110 metros desce lentamente, envolvendo a esfera. É o Passeio Cósmico (ou Cosmic Pathway), um trajeto que nos leva do macrocosmo ao microcosmo. É um passeio inesquecível.
   

terça-feira, 29 de maio de 2012

Borboletas usam hibridização

Adaptação evolutiva

... para sobreviver

Grupo formado por 70 cientistas sequenciou o código genético de borboletas da região amazônica para entender o processo evolutivo que garantiu a adaptação dessas espécies

Borboleta da espécie Heliconius
As cores vibrantes das borboleta Heliconius servem como mecanismo de defesa contra seus predadores (ThinkStock)
Borboletas com asas de cores vibrantes que vivem na floresta amazônica descobriram na troca genética uma excelente técnica de sobrevivência. Esse processo é explicado em artigo publicado nesta quarta-feira na revista Nature.
O estudo, conduzido por 70 cientistas de nove instituições diferentes, fez o sequenciamento genético completo de borboletas Heliconius. O resultado ajuda os pesquisadores a entender de que forma as cores das asas dessas borboletas, usadas como mecanismo de defesa contra os predadores, evoluíram ao longo do tempo.

Saiba mais

HIBRIDIZAÇÃO
Esse termo se refere ao cruzamento genético de indivíduos com características diferentes. Esse processo ficou bastante conhecido em estudo feito por Gregor Mendel (1822-1884), considerado pai da genética. O botânico explicou de que forma características são herdadas geneticamente ao cruzar diversos tipos de ervilhas e verificar de que forma características distintas se manifestavam nas gerações descendentes.
Com o estudo do genoma desses animais, os autores descobriram que espécies muito semelhantes cruzaram entre si para favorecer indivíduos com asas de cores mais vibrantes, característica que favorece a adaptação dessas borboletas ao ambiente, já que a coloração forte serve como um alerta para que os predadores não as comam.
Esse tipo de troca entre espécies, também chamado de hibridização, é extremamente raro na natureza. Geralmente, esse processo pode resultar em morte porque a prole gerada pela mistura raramente tem uma vantagem competitiva. Em alguns casos, descendentes de hibridização são estéreis, como a mula, animal resultante do cruzamento de um jumento e de uma égua.
Por isso a surpresa quando os cientistas descobriram que, no caso estudado, as características cruzadas, que vieram de borboletas de espécies bastante próximas - a Heliconius timareta e aHeliconius elevatus -, ajudaram esses animais a se adaptarem melhor ao ambiente. 
"O que mostramos é que uma espécie de borboleta pode ganhar um padrão protetor de cor de uma espécie diferente se elas cruzarem entre si — um processo bem mais rápido do que ter que desenvolver um novo padrão do nada", explicou o pesquisador Kanchon Dasmahapatra, da Universidade de Londres.
Olfato — O sequenciamento genético mostrou também que a antena dessas borboletas tem pequenos receptores, e suas minúsculas patas, papilas gustativas. Em teoria, essas borboletas não seriam capazes de cheirar ou sentir o gosto dos alimentos muito bem, por serem consideradas animais "visuais", que usam a aparência para atrair parceiros e se camuflar.
"Em vez disso, aprendemos que elas têm um rico repertório de genes olfativos e de sensações químicas", declarou Adriana Briscoe, da Universidade da Califórnia em Irvine.
(Com Agência France-Presse)

segunda-feira, 28 de maio de 2012

ENEM 2012


O que é o Enem?
O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) é uma prova aplicada anualmente pelo MEC (Ministério da Educação), por meio do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira). O exame é composto de 180 questões mais uma redação -- ele é realizado em dois dias de prova, no segundo semestre.
Criado em 1998, o Enem era uma prova para diagnosticar a qualidade do ensino médio no país. Em 2009, ele ganha uma nova função: selecionar ingressantes nos cursos superiores de faculdades e universidades federais.
Para que serve o Enem?
O Enem tem como principal objetivo avaliar o desempenho escolar e acadêmico ao fim do ensino médio. O exame é utilizado como critério de acesso do participante a programas governamentais, como o Prouni (Programa Universidade para Todos), o Sisu (Sistema de Seleção Unificada) e o Ciência sem Fronteiras. Com as notas do Enem também é possível obter a certificação de conclusão do Ensino Médio
Quem pode fazer a prova?
O Enem é destinado para quem já concluiu ou vai concluir o ensino médio no ano de aplicação da prova.
Qual é a nota máxima e a nota mínima para uma prova do Enem?
Como o Enem usa a metodologia da TRI (Teoria de Resposta ao Item), não existe uma pontuação máxima e mínima que o candidato pode atingir – com exceção da redação, que não é corrigida por esse modelo e cuja nota varia de zero a 1.000. A partir das notas obtidas pelos participantes, o Inep constrói uma escala de notas máximas e mínimas que permite ao aluno comparar seu desempenho com o dos demais estudantes. Essas informações são divulgadas com os boletins individuais.
Quando serão as inscrições do Enem 2012?
Entre as 10h do dia 28 de maio e as 23h59 do dia 15 de junho.
Quando serão as provas do Enem 2012?
3 e 4 de novembro.
Quanto custa se inscrever no Enem 2012?
R$ 35.
Inscrições
As inscrições para o Enem 2012 serão realizadas exclusivamente pela internet, no endereço http://sistemasenem2.inep.gov.br/inscricao, entre as 10h do dia 28 de maio e as 23h59 do dia 15 de junho. Atenção: o horário utilizado é o de Brasília.
É necessário algum documento especial para fazer a inscrição?
O candidato deve ter em mãos, no ato da inscrição, o número do CPF (Cadastro de Pessoa Física) e do documento de identidade, que são documentos obrigatórios para a efetivação da inscrição.
Como eu saberei que a minha inscrição deu certo?
O candidato deverá acompanhar a situação da inscrição na página do Inep, por meio do número de inscrição e da senha cadastrada. Para candidatos não isentos, a inscrição só será confirmada após o processamento do pagamento da taxa de inscrição. A inscrição dos candidatos que declararem carência só será confirmada depois que o pedido de isenção for aceito.
Onde eu pago a inscrição do Enem 2012?
O pagamento da taxa de inscrição deve ser efetuado somente no Banco do Brasil, por meio de GRU – simples (Guia de Recolhimento da União). A GRU simples para o pagamento da taxa de inscrição deve ser gerada, exclusivamente, no endereço eletrônico http://sistemasenem2.inep.gov.br/inscricao.
Se o participante não tiver condições de pagar a taxa de inscrição, o que ele deve fazer?
O candidato deve declarar ser membro de família de baixa renda ou estar em situação de vulnerabilidade socioeconômica. O pedido de isenção do pagamento da taxa de inscrição somente poderá ser solicitado no sistema de inscrição por meio da "Declaração de Carência" e durante o período de inscrição. O candidato precisa dispor dos documentos comprobatórios da situação de carência socioeconômica declarada, pois o Inep poderá solicitá-los a qualquer momento. É de responsabilidade do candidato verificar se o pedido de isenção foi aceito.
Estará automaticamente isento, o participante concluinte do ensino médio no ano de 2012, matriculado em qualquer modalidade de ensino em escola da rede pública de ensino, declarada ao Censo Escolar da Educação Básica.
É possível escolher onde eu vou fazer a prova?
No momento da inscrição, o candidato indica a cidade em que deseja realizar as provas.
É possível alterar os dados informados durante a inscrição?
Segundo o edital, “as alterações nos dados cadastrais, nas cidades de provas e na opção língua estrangeira são permitidas apenas durante o período de inscrição”.
E se eu desistir de fazer o Enem, posso pedir o dinheiro da inscrição de volta?
O edital é claro: “O valor referente à taxa de inscrição não será devolvido em hipótese alguma, exceto no caso de cancelamento desta Edição do Exame”.
Atendimento especial
Eu sou sabatista, posso fazer a prova em horários especiais?
Sim. O candidato que guarda os sábado por motivo religioso deverá informar a opção “Sabatista” em campo próprio do sistema de inscrição e poderá fazer a prova a partir das 19h (horário oficial de Brasília). O participante deverá comparecer ao local de realização do exame no mesmo horário dos demais candidatos (até as 13h) e deverá aguardar até as 19h para iniciar as provas. Não será possível realizar qualquer espécie de consulta, de comunicação ou de manifestação a partir do ingresso na sala de provas até o término do exame.
Consigo fazer o Enem se estiver internado em um hospital?
O edital do Enem prevê que o candidato em situação de classe hospitalar poderá solicitar atendimento diferenciado para o dia da prova. É considerado participante em situação de classe hospitalar aquele que recebe formalmente aulas na condição de estudante internado para tratamento de saúde, no interior das instituições hospitalares ou afins. Não é caracterizado como participante em classe hospitalar aquele que, na data do exame, estiver internado para realizar partos, cirurgias ou tratamentos médicos. Nesse último caso, não será concedido o atendimento diferenciado.
Um adolescente em privação de liberdade pode fazer o Enem? Presidiários também podem se inscrever no Enem?
O Inep elabora um edital específico para a realização do exame para os adultos submetidos a penas privativas de liberdade e adolescentes sob medidas socioeducativas que incluam privação de liberdade. Portanto, quem está nessas condições pode realizar o exame, mas deve aguardar a publicação do edital próprio. 
Estarei amamentando no período do exame. É possível levar o bebê para mamar?
Sim. A participante que tiver necessidade de amamentar durante a realização das provas deverá, obrigatoriamente, levar um acompanhante adulto nos dias de aplicação do exame, que ficará em sala reservada, sendo responsável pela guarda da criança durante a realização das provas. O acompanhante não terá acesso às salas de prova e qualquer comunicação entre a candidata e o acompanhante será assistida por um aplicador do exame. Não será permitida a entrada do bebê e do acompanhante depois do fechamento dos portões.
Locais de prova
Como vou saber onde eu vou fazer as provas do Enem 2012?
O candidato irá receber, via Correio, no endereço informado no ato da inscrição, o cartão de confirmação de inscrição, contendo: número de inscrição; data, hora, local de realização das provas; indicação do atendimento diferenciado e/ou do atendimento específico (se for o caso); opção de língua estrangeira; e solicitação de certificação (se for o caso).
E se eu não receber nenhum comprovante?
O cartão de confirmação de inscrição também estará disponível no sistema de divulgação de local de prova no endereço eletrônico http://sistemasenem2.inep.gov.br/localdeprova .
Posso mudar o local onde vou fazer a prova depois que a inscrição estiver feita?
Enquanto o período de inscrições estiver aberto é possível alterar a cidade indicada para a realização das provas. Após o fechamento das inscrições não será possível realizar alterações.
E se o MEC me colocar em um local de prova muito distante da minha casa?
Depois que os locais são definidos, o edital não prevê alteração dos locais de prova.
Nos dias das provas
Que documentos o participante precisa levar no dia da prova?
Segundo o edital,  "é obrigatória a apresentação de documento de identificação original com foto para a realização das provas. Considera-se como documentos válidos para identificação do participante: cédulas de identidade (RG) expedidas pelas Secretarias de Segurança Pública, pelas Forças Armadas, pela Polícia Militar, pela Polícia Federal; identidade expedida pelo Ministério das Relações Exteriores para estrangeiros; identificação fornecida por ordens ou conselhos de classes que por Lei tenham validade como documento de identidade; Carteira de Trabalho e Previdência Social; Certificado de Dispensa de Corporação; Certificado de Reservista; Passaporte; e a Carteira Nacional de Habilitação com fotografia”.
“O candidato impossibilitado de apresentar o documento de identificação original com foto nos dias de aplicação do exame, por motivo de extravio, perda, furto ou roubo, poderá realizar as provas, desde que: apresente o Boletim de Ocorrência expedido por órgão policial a, no máximo, 90 dias do primeiro dia de aplicação do exame; submeta-se à identificação especial, que compreende a coleta de dados e da assinatura do participante em formulário próprio.”
O que acontece se o meu documento de identidade estiver vencido?
O candidato que apresentar documento de identificação original com validade vencida, com foto que não permita a completa identificação dos seus caracteres essenciais ou de sua assinatura, poderá realizar as provas, desde que se submeta à identificação especial, que compreende a coleta de dados e de sua assinatura em formulário próprio.
Qual é o material permitido para responder a prova?
O candidato deverá utilizar somente caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente.
Posso usar mais algum material, como lápis, celular e calculadora?
Não. De acordo com o edital, o candidato NÃO pode: portar lápis, caneta de material não transparente, lapiseira, borrachas, livros, manuais, impressos, anotações e quaisquer dispositivos eletrônicos, tais como: máquinas calculadoras, agendas eletrônicas ou similares, telefones celulares, smartphones, tablets, ipods, pen drives, mp3 ou similar, gravadores, relógios, alarmes de qualquer espécie ou qualquer receptor ou transmissor de dados e mensagens. Também não é permitido utilizar óculos escuros e artigos de chapelaria, tais como: boné, chapéu, viseira, gorro e similares. Assim como, portar armas de qualquer espécie, mesmo com documento de porte.
O que devo fazer se levar algum material que não é permitido?
O candidato deverá guardar, antes do início das provas, em embalagem porta-objetos fornecida pelo aplicador, telefone celular desligado, quaisquer outros equipamentos eletrônicos desligados e outros objetos. A embalagem porta-objetos deverá ser lacrada e mantida embaixo a carteira do candidato até o final das provas.
Posso levar comida e água?
Água e comida não estão na lista de “proibições” do edital do Enem.
Quanto tempo eu vou ter para responder as questões?
O primeiro dia de prova terá duração de 4h30. No segundo dia de prova, o candidato terá 5h30 para responder as questões e elaborar uma redação.
Depois de quanto tempo eu posso sair do local de prova?
A saída definitiva dos locais de prova será autorizada após duas horas do início do exame. O candidato só poderá levar o caderno de questões para casa trinta minutos antes do término da prova.
Moro no Amazonas, qual fuso horário devo obedecer?
O horário utilizado em todas as regiões do país será o horário oficial de Brasília.
É verdade que preciso conferir o meu nome e o meu número de inscrição no caderno de prova?
Sim. Segundo o edital, são de responsabilidade do participante a leitura e a conferência de seus dados registrados nos cartões-resposta, na folha de redação, na lista de presença e nos demais documentos do exame. O candidato também deverá marcar no cartão-resposta a cor do caderno de prova e transcrever a frase apresentada na capa do caderno de questões.
Como é a prova
Como é a prova do Enem?
O exame será constituído de uma redação e quatro provas objetivas, contendo cada uma 45 questões de múltipla escolha. No primeiro dia de aplicação do exame, serão realizadas as provas de ciências humanas e suas tecnologias e de ciências da natureza e suas tecnologias, com duração de 4h30, contadas a partir da autorização do aplicador para início das provas.
No segundo dia, serão realizadas as provas de linguagens, códigos e suas tecnologias, redação e matemática e suas tecnologias, com duração de 5h30, contadas a partir da autorização do aplicador para início das provas.
O que a prova do Enem tem de diferente de outros vestibulares?
O Enem usa a metodologia da TRI (Teoria de Resposta ao Item). Na TRI não existe uma pontuação máxima e mínima que o candidato pode atingir. A correção avalia as habilidades de cada candidato e não depende apenas do número de acertos e erros do estudante, como nos vestibulares tradicionais, mas do nível de dificuldade de cada item.
Uma questão que teve baixo índice de acertos é considerada “difícil” e, portanto, tem mais peso na pontuação final. Aquelas que têm alto índice de acertos são classificadas como “fáceis” e contam menos pontos na nota final do candidato. Dessa forma, dois participantes que acertaram o mesmo número de itens poderão ter médias finais diferentes, dependendo do nível de dificuldade de cada uma dessas questões.
A redação do Enem tem alguma particularidade?
As redações do Enem são avaliadas de acordo com cinco competências:
1) Demonstrar domínio da norma padrão da língua escrita.
2)Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.
3)Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
4)Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.
5) Elaborar proposta de solução para o problema abordado, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.
Notas do exame
Quando sai o gabarito das provas do Enem?
Os gabaritos do Enem serão divulgados até o terceiro dia útil seguinte ao de realização das últimas provas.
Como eu sei qual minha pontuação no Enem?
Os candidatos poderão acessar os resultados individuais da edição do Enem 2012, em data a ser divulgada posteriormente, mediante inserção do número de inscrição e senha ou CPF e senha no endereço eletrônico http://sistemasenem2.inep.gov.br/resultadosenem .
Se eu não concordar com minha nota, eu posso reclamar?
O edital prevê que os candidatos poderão requerer vista de suas provas, exclusivamente para fins pedagógicos, após divulgação do resultado. O documento não prevê recursos contra os resultados.
Se eu já estiver na faculdade e quiser participar do Ciência sem Fronteiras, posso fazer o Enem 2012 para melhorar minha pontuação e participar do programa?
Sim, a seleção para o Ciências sem Fronteiras é feita com base nas notas do Enem.

O Sol é lento...

Astronomia

... é mais lento do que se pensava

Astro está viajando a 23,2 quilômetros por segundo. Anteriormente, acreditava-se que essa velocidade era de 26,3 quilômetros por segundo

Marco Túlio Pires
Concepção artística da heliosfera (em azul), região que compreende a energia emanada pelo Sol e seu campo magnético
Concepção artística da heliosfera (em azul), região que compreende a energia emanada pelo Sol e seu campo magnético(Nasa)
O Sol está se movendo mais lentamente do que se pensava. A descoberta ajuda a entender, entre outras coisas, a quantidade de radiação que entra no Sistema Solar e tem impacto nas tecnologias que serão usadas para proteger humanos em viagens espaciais. O estudo será publicado nesta sexta-feira na revista Science.

Saiba mais

BOW SHOCK (CHOQUE EM ARCO)
"Bow shocks" são estruturas muito observadas na astrofísica. Elas ocorrem quando um meio com gás denso se move em velocidade supersônica e se choca com outro meio de densidade similar, mas bem mais lento. O gás que se move em velocidade supersônica atinge a parede de gás lento e é desacelerado bruscamente, perdendo praticamente toda sua energia em um curto espaço de tempo, até que sua velocidade fique menor que a do som no meio interestelar.

Fonte: Gustavo Lima, astrofísico brasileiro do Institut de Planétologie et d'Astrophysique de Grenoble, na França.
O Sol viaja pelo espaço interestelar (é o espaço que separa o Sistema Solar de outras estrelas) dentro de uma bolha de vento solar e um campo magnético chamado heliosfera. O limite dessa região, onde o vento solar interage com o resto da galáxia, marca a fronteira do Sistema Solar. Ela recebe o nome em inglês de 'bow shock', ou 'choque em arco'.

De acordo com os cálculos feitos pelos cientistas do Southwest Research Institute, no Texas, Estados Unidos, o Sol está viajando a 23,2 quilômetros por segundo - ou mais de 83 500 km/h. Anteriormente, acreditava-se que essa velocidade era de 26,3 quilômetros por segundo.

Pode parecer uma diferença pequena, mas é o suficiente para que a interação do Sol com a heliosfera seja mais fraca. Na ponta do lápis, isso quer dizer que o choque em arco (bow shock) não existe. Ou seja, o vento solar perde energia mais gradualmente e o que se tem é uma onda em arco, em vez de choque.
"No novo estudo, é como se o Sol e sua heliosfera formassem um avião se movendo no meio interestelar. Mas em vez de estar se movendo como um supersônico, ele está se movendo como um avião normal", diz Gustavo Lima, astrofísico brasileiro do Institut de Planétologie et d'Astrophysique de Grenoble, na França.
Proteção contra raios cósmicos — Entender a interação do Sol com o meio interestelar é importante pois permite aos astrônomos calcular a quantidade de raios cósmicos que entra no Sistema Solar. Essa radiação é nociva aos seres humanos. Qualquer viagem ao espaço precisa levar em conta a proteção contra os raios cósmicos.

Os astrônomos analisaram dados coletados pelo Interstellar Boundary Explorer (IBEX), uma pequena sonda da Nasa, a agência espacial americana, que mede a natureza da interação de partículas na fronteira do Sistema Solar.

domingo, 27 de maio de 2012

A semana na Ciência

O despertar das ONGS

Adubadas na ECO 92, organizações chegam à Rio+20 na 

condição de legítimas porta-vozes da sociedade civil

Juliana Tiraboschi
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PIONEIROS
Mario Mantovani (abaixo), da SOS Mata Atlântica, e Roberto Smeraldi, da
Amigos da Terra, ajudaram as ONGs a passar de marginais a fundamentais
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A Eco 92 entrou para a história pela proeza de reunir representantes de 172 países, sendo que 108 deles eram chefes de Estado. Além disso, produziu documentos importantes como a Agenda 21, texto fundamental com as estratégias que devem ser adotadas pelos países interessados em desenvolvimento sustentável. Mostrou ainda uma vocação brasileira para liderar a discussão ambiental. Além desses resultados concretos, a Eco 92 foi marcante por outro motivo: popularizou temas ligados a ecologia e sustentabilidade e abriu espaço para que entidades da sociedade civil participassem mais das negociações entre os governos. Com isso, fertilizou o terreno para que as ONGs (organizações não governamentais) ambientalistas florescessem.

“O tema meio ambiente era quase marginal antes da Eco 92”, diz Mario Mantovani, diretor de políticas públicas da SOS Mata Atlântica. “Havia aquela visão do ambientalista como o bicho-grilo paz e amor, que abraçava árvore”, conta. Um dos ambientalistas que mais ajudaram a combater esse tipo de preconceito durante a convenção foi Roberto Smeraldi, da ONG Amigos da Terra. Ele presidiu o comitê internacional da sociedade civil para a Eco 92, composto por mais de 1.400 instituições. Smeraldi afirma que de lá para cá a participação da sociedade civil na discussão ambiental está bem mais consolidada. “Naquela época tínhamos de reivindicar uma interlocução. Não era óbvio que os governos deveriam interagir com as organizações.” E o poder público aprendeu a lição, pois hoje é comum que as delegações de governos em conferências internacionais contem com membros da sociedade civil em seus quadros, como cientistas e ambientalistas. “Parece que se passaram 200 anos nesse tempo”, diz Smeraldi.

Há 20 anos, poucos membros de organizações civis conseguiram entrar no Riocentro, sede da Eco 92. Para não ficar sem palanque durante o evento, as ONGs promoveram um encontro paralelo, o Fórum Global, no Aterro do Flamengo. “Foi um evento fenomenal. Recebemos visitas de chefes de Estado, empresários, moradores locais... Formou-se uma atmosfera construtiva que nunca mais se repetiu”, lembra Gustavo Fonseca, executivo do Fundo Global para o Meio Ambiente, com sede nos Estados Unidos. Na época, ele era diretor da Conservação Internacional. “Foi um momento de redemocratização do País, as ONGs estavam em efervescência”, concorda Mantovani. Mesmo com tantos motivos para comemorar, os ambientalistas perceberam, a partir da Eco 92, que encontrar um consenso entre dezenas de países era muito mais difícil do que o clima festivo dava a entender. “Havia esperança de que poderiam ser criados modelos que agradariam a todos. Agora os conflitos estão mais claros e as posições, mais setorizadas”, diz Fonseca.
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TERRA À VISTA
O navio Rainbow Warrior chega à costa do Rio de Janeiro durante a Eco 92,
marcando a inauguração do escritório brasileiro da ONG Greenpeace
Com a mesma água fria que revelava o seu então limitado alcance e influência, as ONGs ambientais regaram a criatividade de seus participantes e aprenderam como fazer a diferença e ser ouvidas. Chegam aos dias de hoje espalhando e semeando suas ideias pela internet e nos celulares – novidades restritas a pouquíssimas pessoas em 1992. “O movimento do ‘Veta, Dilma’, é um exemplo disso, pois nem precisou ser capitaneado por uma organização específica”, lembra Nilo D’Ávila, coordenador de políticas públicas do Greenpeace. Mas, por maiores que sejam seus esforços e divulgação, os ongueiros ambientais não conseguem esconder um certo pessimismo em relação ao papel atual do País na discussão ecológica. “O Brasil fez bonito na Eco 92 e hoje, na Rio+20, está entrando pela porta dos fundos”, afirma Mantovani. Na avaliação dele, o Ministério do Meio Ambiente está quebrado, sem recursos e o Brasil não está avançando na agenda socioambiental.

Segundo o governo federal, as queixas das ONGs ambientalistas são ouvidas. “Diferentemente das políticas públicas para outros setores, a pauta ambiental no Brasil já nasceu compartilhada entre o governo e a sociedade civil”, defende Nilo Diniz, diretor de educação ambiental do Ministério do Meio Ambiente. “O Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente) nasceu em 1981 já com a participação de ONGs ambientalistas, por exemplo.” Com o espaço que conquistaram desde a Eco-92, essas organizações chegam à Rio+20 com a responsabilidade de encarar os embates que o assunto inevitavelmente gera. Só assim teremos progressos a comemorar como aqueles que foram germinados 20 anos atrás, no mesmo Rio de Janeiro.
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