A MENTE QUE SE ABRE A UMA NOVA IDEIA JAMAIS VOLTARÁ AO SEU TAMANHO ORIGINAL.
Albert Einstein

domingo, 31 de dezembro de 2023

Viagem no tempo para 2024 - parado e mais alto



A teoria da relatividade prevê que o tempo irá passar mais lentamente para objetos que se deslocam em maior velocidade ou que são submetidos a forte gravidade. Portanto, se você permanecer parado e acima do solo (menor gravidade) o tempo irá passar mais rápido. 

Obviamente em pequenas escalas tal efeito é infinitesimalmente pequeno para ser percebido diretamente por nós! Porém, a dilatação de tempo pode ser constatada experimentalmente a partir de velocidades inferiores a 10 metros por segundo e em alturas de menos de 1 metro. A detecção nessa pequena escala foi possível comparando as medidas de tempo por meio de relógios atômicos, altamente precisos (ver o primeiro LINK das referências).

RELÓGIO ATÔMICO – Em tal experimento foi utilizado um relógio atômico baseado em um único átomo de alumínio que não atrasa ou adianta um segundo ao longo de 3,7 bilhões de anos. 

AJUSTE DO SEU CELULAR – O sinal de GPS captado pelo seu celular é vital para uma série de funções. Os satélites GPS orbitam em alta velocidade e estão submetidos a menor força gravitacional, devido a grande distância da Terra. Assim, ocorrem pequenas distorções de tempo, que são corrigidas com o uso de relógios atômicos simultâneos no interior do satélite e na Terra.

Muitos ainda não se dão conta o quanto a ciência está presente em nosso dia a dia. Sem ela será difícil conduzir prosperamente um planeta com 8 bilhões de seres humanos. 

Feliz 2024 a todos!

REFERÊNCIAS: 

https://www.science.org/doi/abs/10.1126/science.1192720?fbclid=IwAR1kHPXN7Lx4EMNQ6QYhIM_9CoNR6m01dbWokcq_hkbYkpv27DDXgG8917M

https://tsapps.nist.gov/publication/get_pdf.cfm?pub_id=905055&fbclid=IwAR2rVpaXJ1uRJjwzhILiL0mCxi8rW5bKMLWtdeI1XXnVr45dCm0COA45ytI

https://newatlas.com/worlds-most-precise-clock/14088/

https://www.astronomy.ohio-state.edu/pogge.1/Ast162/Unit5/gps.html?fbclid=IwAR24uQ9FN20ZvYUCYG8mdwDmdV13w-C1IITuQe3WmClM7fa_qjrnaiwoNYM

quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Por que as estrelas cintilam e os planetas não ?

 

Podemos diferenciar um planeta de uma estrela por apresentarem trajetórias distintas no céu. No entanto, é possível reconhecer prontamente cada um desses astros observando atentamente a sua luz. As estrelas cintilam (piscam), ao passo que os planetas geralmente brilham continuamente. Para compreendermos bem esse fenômeno basta entendermos o que é refração.

REFRAÇÃO

A luz se propaga no vácuo a velocidade de aproximadamente 300.000 km/s. Ao se propagar em outros meios ela sofre uma redução no seu valor. A luz possui velocidade discretamente menor no ar atmosférico. Na água a diferença é bem maior podendo ser de 225.000 Km/s e no óleo por volta de 205.000 km/s. A mudança de velocidade nesses meios (com densidades distintas) causa um desvio da direção do feixe de luz. É esse fenômeno que chamamos refração. Podemos constatar a refração ao mergulhar um lápis ou pincel com água e óleo - veja aqui https://www.youtube.com/watch?v=FDziAKtv7MA .   

A atmosfera possui várias camadas de temperaturas e densidades. Bolsões de ar com temperatura e densidades diferentes possuem índices de refração distintos que causam desvios no trajeto do feixe de luz da estrela. Isso faz com que a luz da estrela viaje em zigue-zague através da atmosfera. Esses bolsões de ar se deslocam entre si e causam o efeito de piscar das estrelas. 

POR QUE OS PLANETAS NÃO CINTILAM?

Como as estrelas estão extremamente distantes da Terra elas são percebidas como pontos no céu. Esse estreito feixe é facilmente perturbado pela atmosfera turbulenta e refratária. A luz de um planeta também é refratada várias vezes na atmosfera. No entanto, por se tratar de um feixe mais largo, os zigue-zagues da luz de seu disco se anulam. Assim, o nosso cérebro interpreta isso como um brilho constante, sem cintilação.

Portanto, as estrelas não piscam. A cintilação delas é apenas um efeito causado pela atmosfera. No espaço, fora da atmosfera terrestre, as estrelas apresentam um brilho constante.

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Por que os cristais de neve são Hexagonais?

 

A neve é encantadora para alguns e se observada ao microscópio esse encanto pode se multiplicar. Os cristais de neve, quando visualizados, podem apresentar formas que lembram estrelas ou flores e cada um possui desenho único.

Os cristais se formam nas nuvens, quando moléculas de água (H2O) em forma de vapor se aderem a partículas de poeira.  Forma-se então ao redor dessa partícula uma minúscula gota d’água que se congela. Aos poucos novas moléculas vão se depositando adquirindo uma forma hexagonal (seis lados).

A molécula da água possui polaridade, sendo que as extremidades com hidrogênios são mais positivas e a com oxigênio mais negativa (ver figura). Em temperaturas elevadas as moléculas da água vibram e estão dispersas (gás) ou se deslizam umas sobre as outras (líquido). Porém, em temperaturas negativas a vibração das moléculas se reduz. O oxigênio de uma atrai o hidrogênio de outra, formando a chamadas pontes de hidrogênio. O resultado dessa atração é uma estrutura de formato hexagonal (ver figura). É justamente o empacotamento dessas estruturas que dão o formato de hexágono aos cristais. Em alguns cristais outras moléculas podem se grudar na extremidade da estrutura hexagonal inicial dando o aspecto de flor ou estrela (ver filme no LINK abaixo).

Gostando ou não de neve todos tem um bom motivo para apreciá-la, ao menos microscopicamente!

FILME: CRESCIMENTO DE UM CRISTAL DE NEVE: http://www.snowcrystals.com/videos/j0323r5-480h.mp4?fbclid=IwAR26iMDEz6Hl2MLK1P9bVQrmO750uCSWa232T5kZ1xPIfUkmXtIeC8cR704

Créditos:

Libbrecht, K.G. The physics of snow crystals. Rep. Prog. Phys. 68 (2005) 855–895.

https://www.researchgate.net/publication/30759481_The_physics_of_snow_crystals?fbclid=IwAR0ad_K68e1zsTR6PYOh5vKfOxSmhQBnQtnxPiIh-Hk3b0_Lksus2nV_5i0

quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

A dupla fenda, por Niels Bohr



Fonte: FísicaNaHistória

A experiência de fenda dupla de Young é uma demonstração de que a luz pode se comportar como uma onda e produz padrões de interferência. A experiência envolve brilhar uma fonte de luz coerente, como um laser, num ecrã com duas fendas cortadas nele. As ondas de luz que passam através das duas fendas interferem umas com as outras, criando um padrão de franjas brilhantes e escuras em outra tela atrás das fendas. A posição e largura das franjas dependem do comprimento de onda da luz e da distância entre as fendas e o ecrã. A experiência mostra que a luz pode agir como uma onda quando se propaga através do espaço, mas também pode agir como uma partícula quando é detectada na tela. Este é um exemplo da dualidade onda-partícula de luz e matéria.

As principais características do experimento são:

॰ Fonte de luz coerente: Fonte de luz que emite ondas da mesma frequência e fase. Isto garante que as ondas das duas fendas estão em fase quando chegam ao ecrã.

॰ Duas fendas: Duas aberturas estreitas numa tela que atuam como fontes secundárias de ondas de luz. A distância entre as fendas é denotada por **d** e geralmente é muito maior do que o comprimento de onda da luz.

॰ Padrão de interferência: O padrão de franjas brilhantes e escuras na tela atrás das fendas. As franjas brilhantes ocorrem quando as ondas das duas fendas estão em fase e interferem construtivamente, enquanto as franjas escuras ocorrem quando estão fora de fase e interferem destrutivamente.

A posição das franjas é dada por

y = n λD/d,

onde 'y' é a distância da franja central, 'n' é um inteiro, ' λ' é o comprimento de onda da luz, 'D' é a distância entre as fendas e o ecrã, e 'd' é a distância entre as fendas.

A largura de cada franja é dada por

β = λD/d, que também é chamado de espaçamento de franjas.

॰ Dualidade de onda-partícula: O fenómeno que a luz e a matéria podem exibir propriedades como onda e partículas dependendo de como são observadas.

Neste experimento, a luz se comporta como uma onda quando passa pelas fendas e interfere em si mesma, mas comporta-se como uma partícula quando atinge a tela e produz pontos discretos de intensidade.

[Crédito da imagem: Des Moines Register. ]

Para saber mais : 

Link 1.    https://bit.ly/2ybwU8M 

Link 2.    https://bit.ly/3Iiu71v

TIRINHA DO DIA:








terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Como os pássaros veem ?

 


Há alguns anos, estudos científicos revelam um mundo extraordinário de diversidade visual nos animais.

Por exemplo, o cérebro de uma libélula funciona tão rápido que ela vê movimentos em câmera lenta, as cobras captam sinais infravermelhos de calor de objetos quentes, detectando assim suas presas, enquanto cavalos e zebras têm os olhos apontados para os lados, permitindo-lhes ter visão periférica e escapar do perigo. . quando necessário. 

Portanto, não é de surpreender que os animais sejam diferentes na visão e na função ocular, mas uma espécie do reino animal se destaca mais: as aves. Elas têm a extraordinária capacidade de ver todo um espectro de cores que são invisíveis para nós, humanos.

O gráfico compara o campo visual espectral humano com o dos pássaros. Como os pássaros são tetracromatas, eles veem quatro cores: UV, azul, verde e vermelho, enquanto nós somos tricromatas e só conseguimos ver três cores: azul, verde, vermelho. Observe que a “cor” UV magenta mostrada aqui foi escolhida para torná-la visível para nós, humanos, é uma “cor falsa”, já que por definição a luz UV não tem cor.

Fonte: Klaus Schmitt

quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

A tensão superficial da água

 

Quando a água entra em contato com uma superfície, geralmente ela tende a formar gotículas em vez de se espalhar em uma camada uniforme. Isso ocorre porque a água é composta de moléculas que são atraídas umas pelas outras. 

Na molécula da água o átomo de oxigênio consegue atrair elétrons com mais intensidade do que os de hidrogênio. Isso confere uma polaridade à molécula, ou seja, há um pólo positivo (H+) e um negativo (O-). Assim, há uma atração entre os hidrogênios de uma molécula de água (pólo positivo H+) e o oxigênio das moléculas vizinhas (pólo negativo O-), formando as chamadas pontes de hidrogênio.

Em função desta atração, as moléculas no meio de uma gota de água são puxadas uniformemente em todas as direções por todas as moléculas próximas. Por outro lado, na superfície da gota, devido a presença do ar acima, as moléculas são puxadas principalmente para dentro e para os lados, causando uma "tensão superficial". A superfície da gota de água é mantida unida pela atração entre as moléculas fazendo que resista a ser esticada ou quebrada. 

Essa tensão superficial, permite até mesmo que pequenos objetos mais densos que a água possam “flutuar” em sua superfície, a qual se comporta como uma membrana elástica. Na realidade, o peso do objeto é equilibrado pela força de tensão superficial da água.

É também devido à tensão superficial que alguns insetos conseguem andar sobre a água.

REFERÊNCIAS

https://www.usgs.gov/special-topics/water-science-school/science/surface-tension-and-water#overview

https://www.scientificamerican.com/article/measure-surface-tension-with-a-penny/

terça-feira, 12 de dezembro de 2023

O Campo Magnético Terrestre

 

Existe um campo magnético ao redor da Terra e ela se comporta como um grande imã. Nós não podemos percebê-lo diretamente, mas é possível constatar a sua existência por meio de uma bússola. Certas aves conseguem detectá-lo e o utilizam para se orientar durante a migração.  O polo magnético sul está localizado próximo do polo norte geográfico e o polo norte magnético próximo do sul geográfico.

COMO SE FORMA O CAMPO MAGNÉTICO?

A Terra possui camadas: a crosta, o manto e o núcleo. É a porção mais interna, pouco menor que a Lua e composta essencialmente por ferro, que gera o campo magnético da Terra. O núcleo possui temperaturas elevadíssimas, similares ao do sol, ou seja, podem atingir cerca de 6.000ºC. Existe uma parte mais interna que, devido a altíssima pressão, é sólida. Já a camada mais externa possui pressão e temperaturas mais baixas e é líquida. O núcleo interno sólido, com temperaturas mais altas, age como uma grande fornalha para o núcleo externo líquido. Esse calor interno provoca uma intensa movimentação do metal fundido do núcleo externo, formando correntes de convecção (como a água em uma panela sobre o fogo). As altas temperaturas ionizam os átomos de ferro, isto é arrancam os seus elétrons. O movimento de cargas elétricas gera um campo magnético. Portanto, é justamente a movimentação do ferro ionizado (que possui carga elétrica) do núcleo externo que gera o campo magnético da Terra.

O campo magnético forma uma barreira imprescindível para a vida na Terra. Sem a sua existência o nosso planeta seria bombardeado pelas partículas do vento solar e a nossa atmosfera seria varrida.

Devemos a nossa vida ao calor metálico das profundezas da Terra.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

As Leis de Newton

 


🍎 Isaac Newton nasceu em 1642, ano em que Galileu também morreu. Quase todos os seus anos criativos foram passados na Universidade de Cambridge, Inglaterra, primeiro como estudante, depois como professor altamente ilustre.  

🌌 Ele nunca se casou, e sua personalidade continua a intrigar os estudiosos até hoje: reservado, às vezes enigmático, enredado em brigas pessoais com estudiosos, ele dedicava sua atenção não apenas à física e à matemática, mas também à religião e à alquimia.

👨‍🏫 A única coisa em que todos concordam é o seu talento brilhante. Três problemas intrigavam os cientistas da época de Newton: as leis do movimento, as leis das órbitas planetárias e a matemática da variação contínua de quantidades, um campo agora conhecido como cálculo diferencial e integral. Pode-se dizer com justiça que Newton foi o primeiro a resolver todos os três problemas.

🌎 Leis do movimento de Newton

📖 As leis do movimento são de especial interesse aqui;  tanto o movimento orbital quanto a lei do movimento do foguete são baseados neles.

👨‍🏫 Newton propôs que todos os movimentos obedecessem a três leis principais formuladas em termos matemáticos e que envolvem conceitos que devem primeiro ser definidos com rigor. Um conceito é a força, a causa do movimento, outra é a massa, a medida da quantidade de matéria posta em movimento, Ambos são geralmente chamados pelas letras F e m.  "

➡️ A Primeira Lei

🪧 Também chamada de lei da inércia, diz que um corpo manterá o seu estado de repouso ou movimento uniforme, a menos que uma força seja aplicada para alterar esse estado.

📥O primeiro exemplo de movimento, e provavelmente o único tipo que poderia ser descrito matematicamente antes de Newton, é o da queda de objetos. No entanto, existem outros movimentos, especialmente movimentos horizontais, nos quais a gravidade não desempenha um papel principal.  Newton também se dedicou a eles.

🏒 Considere um disco de hóquei deslizando sobre uma superfície gelada. Ele pode percorrer grandes distâncias e quanto mais liso for o gelo, mais longe ele irá. Newton observou que, em última análise, o que é importante para estes movimentos é o atrito na superfície. Se o gelo ideal pudesse ser produzido completamente liso, sem atrito, o disco continuaria indefinidamente na mesma direção e com a mesma velocidade.

🛣️ Este é o cerne da primeira lei: “o movimento em linha reta com velocidade constante não requer força”. Somar esse movimento a qualquer outro não traz nenhuma força nova, tudo permanece igual: na cabine de um avião que se move em linha reta à velocidade constante de 600 mph, nada muda, o café sai do mesmo jeito e a colher continua caindo em linha reta.

▶️ A SEGUNDA LEI

🛒🚶 Também chamada de lei do momento, diz que as forças que atuam sobre um corpo de massa (m) são iguais à variação do momento do corpo, ou seja, a aceleração (a) que um corpo adquire é proporcional à força que é aplicado nele. 

A expressão matemática é a seguinte: F=(m)(a)

▶️ A TERCEIRA LEI

➡️⬅️Também chamada de lei da ação e reação, diz que toda força que atua sobre um corpo é acompanhada por uma força de sentido oposto e de igual magnitude, ou seja, toda ação corresponde a uma reação.

🚀 Sempre que uma arma dispara uma bala, ela recua. Os bombeiros que apontam o bico de uma mangueira grossa para o fogo devem segurá-lo com firmeza, pois quando sai um jato de água, a mangueira recua fortemente (os aspersores de jardim funcionam com o mesmo princípio). Da mesma forma, o movimento para frente de um foguete é devido à reação do rápido jato pressurizado de gás quente que emerge de sua parte traseira.

🚣 Quem conhece os barcos pequenos sabe que antes de saltar do barco para a terra, é mais sensato amarrar primeiro o barco ao cais. Caso contrário, assim que você pular, o barco se moverá “magicamente” para fora do cais, fazendo com que você provavelmente perca o salto e empurre o barco para fora do alcance. 

🏊Está tudo na 3ª lei de Newton: quando suas pernas impulsionam seu corpo em direção ao cais, uma força igual e oposta também é aplicada ao barco, empurrando-o para fora do cais.


segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Os segredos de um Asteroide

  

♦   Os cientistas teorizam que os asteróides podem conter elementos superpesados, revolucionando potencialmente a nossa compreensão da estrutura atómica e do cosmos.

Durante séculos, a busca por novos elementos foi uma força motriz em muitas disciplinas científicas. A compreensão da estrutura de um átomo e o desenvolvimento da ciência nuclear permitiram aos cientistas atingir o antigo objetivo dos alquimistas – transformar um elemento em outro .

Nas últimas décadas, cientistas dos Estados Unidos , Alemanha e Rússia descobriram como usar ferramentas especiais para combinar dois núcleos atômicos e criar novos elementos superpesados

Esses elementos pesados ​​geralmente não são estáveis. Elementos mais pesados ​​possuem mais prótons , ou partículas carregadas positivamente no núcleo; alguns que os cientistas criaram têm até 118 . Com tantos prótons, as forças repulsivas eletromagnéticas entre os prótons nos núcleos atômicos superam a força nuclear atrativa que mantém o núcleo unido.

Os cientistas previram há muito tempo que elementos com cerca de 164 prótons poderiam ter uma meia-vida relativamente longa, ou mesmo ser estáveis. Eles chamam isto de “ ilha de estabilidade ” – aqui, a força nuclear atrativa é forte o suficiente para equilibrar qualquer repulsão eletromagnética.

Como os elementos pesados ​​são difíceis de produzir em laboratório, físicos como eu têm procurado esses elementos em todos os lugares, até mesmo fora da Terra . Para restringir a pesquisa, precisamos saber que tipo de processos naturais poderiam produzir esses elementos. Também precisamos saber quais propriedades eles possuem, como suas densidades de massa.

🔹 CALCULANDO DENSIDADE

Desde o início, a minha equipa quis descobrir a densidade de massa destes elementos superpesados. Esta propriedade poderia nos dizer mais sobre como os núcleos atômicos desses elementos se comportam. E assim que tivéssemos uma ideia sobre a sua densidade, poderíamos ter uma noção melhor de onde estes elementos poderiam estar escondidos.

Para descobrir a densidade de massa e outras propriedades químicas destes elementos, a minha equipa de investigação utilizou um modelo que representa um átomo de cada um destes elementos pesados ​​como uma nuvem única e carregada. Este modelo funciona bem para átomos grandes, particularmente metais dispostos em uma estrutura reticulada.

Primeiro aplicamos este modelo a átomos com densidades conhecidas e calculamos suas propriedades químicas. Assim que soubemos que funcionava, usamos o modelo para calcular a densidade de elementos com 164 prótons e outros elementos nesta ilha de estabilidade.

Com base em nossos cálculos, esperamos que metais estáveis ​​com números atômicos em torno de 164 tenham densidades entre 36 e 68 g/cm 3 (21 a 39 onças/in 3 ). No entanto, nos nossos cálculos, utilizámos uma suposição conservadora sobre a massa dos núcleos atómicos. É possível que o alcance real seja até 40% maior.

🔹 ASTEROIDES E ELEMENTOS PESADOS

Muitos cientistas acreditam que ouro e outros metais pesados ​​foram depositados na superfície da Terra depois que asteróides colidiram com o planeta .

A mesma coisa poderia ter acontecido com esses elementos superpesados, mas os elementos pesados ​​supermassivos e densos afundam no solo e são eliminados perto da superfície da Terra pela subducção das placas tectônicas . No entanto, embora os investigadores possam não encontrar elementos superpesados ​​na superfície da Terra, eles ainda podem estar em asteróides como aqueles que os trouxeram para este planeta.

Os cientistas estimaram que alguns asteróides têm densidades de massa superiores à do ósmio (22,59 g/cm 3 , 13,06 onças/in 3 ), o elemento mais denso encontrado na Terra.

O maior desses objetos é o asteróide 33, apelidado de Polyhymnia e tem uma densidade calculada de 75,3 g/cm 3 (43,5 onças/in 3 ). Mas esta densidade pode não estar correta, uma vez que é muito difícil medir a massa e o volume de asteróides distantes.

Polyhymnia não é o único asteroide denso que existe. Na verdade, existe toda uma classe de objetos superpesados, incluindo asteroides, que podem conter esses elementos superpesados. Há algum tempo, introduzi o nome Compact Ultradense Objects, ou CUDOs , para esta classe.

Num estudo publicado em outubro de 2023 no European Physical Journal Plus , a minha equipa sugeriu que alguns dos CUDOs que orbitam no sistema solar podem ainda conter alguns destes elementos densos e pesados ​​nos seus núcleos. Suas superfícies teriam acumulado matéria normal ao longo do tempo e pareceriam normais para um observador distante.

Então, como são produzidos esses elementos pesados ? Alguns eventos astronômicos extremos, como fusões de estrelas duplas, podem ser quentes e densos o suficiente para produzir elementos superpesados ​​estáveis.

Parte do material superpesado poderia então permanecer a bordo dos asteroides criados nesses eventos. Eles poderiam ficar amontoados nesses asteroides, que orbitam o sistema solar há bilhões de anos.

🔹 OLHANDO PARA O FUTURO

A missão Gaia da Agência Espacial Europeia visa criar o maior e mais preciso mapa tridimensional de tudo o que existe no céu. Os investigadores poderiam usar estes resultados extremamente precisos para estudar o movimento dos asteróides e descobrir quais deles podem ter uma densidade invulgarmente grande.

Missões espaciais estão sendo conduzidas para coletar material das superfícies de asteróides e analisá-los na Terra. Tanto a NASA quanto a agência espacial estatal japonesa JAXA têm como alvo asteróides de baixa densidade próximos à Terra com sucesso. Ainda este mês, a missão OSIRIS-REx da NASA trouxe uma amostra. Embora a análise da amostra esteja apenas começando, há uma chance muito pequena de que ela possa abrigar poeira contendo elementos superpesados ​​acumulados ao longo de bilhões de anos.

Uma amostra densa de poeira e rocha trazida de volta à Terra seria suficiente. A missão Psyche da NASA , lançada em outubro de 2023, voará e coletará amostras de um asteróide rico em metais com maior chance de abrigar elementos superpesados. Mais missões de asteróides como esta ajudarão os cientistas a compreender melhor as propriedades dos asteróides que orbitam no sistema solar.

Aprender mais sobre asteróides e explorar fontes potenciais de elementos superpesados ​​ajudará os cientistas a continuar a busca de um século para caracterizar a matéria que constitui o universo e compreender melhor como os objetos do sistema solar se formaram.

Fobte: Johann Rafelski, Professor de Física, Universidade do Arizona.

Evan LaForge, um estudante de graduação em física e matemática, é o principal autor desta pesquisa e ajudou na redação deste artigo, juntamente com Will Price, um estudante de pós-graduação em física.

Adaptado de um artigo publicado originalmente no The Conversation .A conversa

🔹 REFERÊNCIA: “Elementos superpesados ​​e matéria ultradensa” por Evan LaForge, Will Price e Johann Rafelski, 15 de setembro de 2023, The European Physical Journal Plus 

DOI: 10.1140/epjp/s13360-023-04454-8

🌏 Créditos/fonte/Publicação: Por JOHANN RAFELSKI, UNIVERSIDADE DO ARIZONA 5 DE NOVEMBRO DE 2023 SciTechDaily


A pilha de Volta

No final do século XVIII, o anatomista Luigi Galvani observou contrações musculares em rãs em contato com fios de metais e interpretou o fenômeno como causado pela "eletricidade animal"

Entretanto, o físico Alessandro Volta notou que eletricidade não se originava dos músculos da rã, mas sim dos metais e que os tecidos do animal apenas conduziam essa eletricidade. Com esse ideia, no ano de 1800, Alessandro Volta inventou a pilha elétrica!

A pilha de Volta é constituída por um disco de cobre e um de zinco, separados por um de feltro embebido com ácido sulfúrico. O zinco e o cobre reagem com o ácido liberando elétrons. Porém, o zinco reage mais fortemente liberando mais elétrons (mais íons Zn++ se deslocam para o feltro, deixando elétrons para trás). Assim, há maior acúmulo de elétrons na placa de zinco. Se colocamos um fio condutor ligando o zinco com o cobre, os elétrons se deslocam para o cobre. O deslocamento desses elétrons é a corrente elétrica. É assim que funciona uma bateria!

O aparelho de Volta era composto de vários discos colocados um sobre o outro de modo a formar uma pilha. Daí surgiu o nome pilha, o qual é utilizado até hoje para as pequenas baterias modernas.