A MENTE QUE SE ABRE A UMA NOVA IDEIA JAMAIS VOLTARÁ AO SEU TAMANHO ORIGINAL.
Albert Einstein

quarta-feira, 31 de maio de 2023

Os Gênios de Solvay - parte 2

A fotografia acima foi retirada na Conferência de Solvay realizada em 1911, em Bruxelas, na Bélgica. O objetivo da conferência era discutir os avanços recentes na física e estabelecer uma compreensão mais profunda dos princípios fundamentais da natureza. 

A conferência contou com a presença de alguns dos maiores nomes da física da época, incluindo Albert Einstein, Max Planck, Marie Curie e Niels Bohr. 

Durante a conferência, foram discutidos tópicos como a teoria quântica, a estrutura atômica e a natureza da radiação eletromagnética e foi um marco na história da física e ajudou a estabelecer a física moderna como a conhecemos hoje.

A seguir alguns dos personagens do congresso, na segunda parte da série que teve registro histórico:

2 - IRVING LANGMUIR

Físico-químico americano que trabalhou com ligação química e valência baseada na estrutura atômica, o que chamou de "teoria concêntrica da estrutura atômica". Seu prêmio Nobel de química foi recebido em 1932 pelas contribuições com as películas monomoleculares e química de superfícies. 

Também foi o inventor da lâmpada incandescente preenchida a gás quando trabalhava na General Electric.

3 - MARTIN KNUDSEN

Físico e oceanógrafo proveniente da Dinamarca é conhecido pelo estudo com fluxo de gás molecular e desenvolvimento da célula Knudsen. Ganhou diversas medalhas e prêmios em reconhecimento às suas contribuições, porém, nunca um Nobel. 

4- AUGUSTE PICCARD

Foi o inventor do batiscafo, espécie de submarino utilizado para pesquisas a grandes profundidades. Ele e seu irmão gêmeo Jean Piccard foram também balonistas. O seu filho Jacques Piccard desceu ao fundo da Fossa das Marianas e foi também um reconhecido hidronauta e explorador.

5 - MAX PLANCK

Um dos nomes mais famosos da conferência, o físico alemão é considerado o pai da física quântica e um dos mais importantes do século. 

Além das contribuições à física quântica que lhe rendeu o Nobel de física em 1918, ele pesquisou sobre termodinâmica, entropia, termoeletricidade, radiações eletromagnéticas, teoria das soluções diluídas, etc. Hoje existe ainda a Constante de Planck.


Kleber Bastos
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terça-feira, 30 de maio de 2023

Aniversário de Higgs (94 anos)



Ontem o físico inglês Peter Higgs nascido em 29 de maio de 1929 completou 94 anos.

Teórico famoso que em 1964 propôs um mecanismo para explicar como as partículas elementares adquirem massa, através do chamado campo de Higgs. Trata-se de um mecanismo quântico de ruptura de simetria que foi proposto quase simultaneamente por outros investigadores, como Robert Brout, François Englert, Gerald Guralnik, Carl R. Hagen e Tom Kibble. O chamado boson de Higgs, fundamental para completar o panorama do modelo padrão da física de partículas, foi finalmente descoberto quase meio século depois, em 2012, no Grande Colider de Hadrones do CERN. 

Higgs recebeu o Prémio Nobel de Física 2013, juntamente com François Englert, "pela descoberta teórica de um mecanismo que contribui para a nossa compreensão da origem da massa das partículas subatômicas, e que recentemente foi confirmado pela descoberta da partícula fundamental predita, pelas experiências ATLAS e CMS no Grande Colider de Hadrones do CERN. "

Para saber mais:

https://fisikanarede.blogspot.com/2023/04/o-que-e-o-boson-de-higgs.html?m=0


Existe um terceiro quark?

Caro professor:

As propriedades dos quarks up e down são inferidas em acordo com alguns experimentos desenvolvidos que nunca conseguiram isolar estás partículas, dado que a necessidade de energia para tal supera a energia de criação de pares. Eis minha dúvida, existe a possibilidade de eventualmente existirem 3 destas partículas de 1 geração, sendo duas com carga -1/3 mas massas levemente diferentes?Isso é, os dados experimentais conseguiriam suportar a existência de 3 (u, d, d2) quarks com 2 sabores na primeira geração?


Resposta do Prof. César Bernardes (IF-UFRGS) 

Muito interessante a pergunta sobre uma possível existência de um terceiro quark na primeira geração do modelo padrão das partículas elementares (MP).

Se pensamos nos procedimentos de como estudamos algumas propriedades desses quarks, por exemplo, através de experiências utilizando o espalhamento inelástico profundo [1], onde partículas como elétrons/pósitrons/múons são aceleradas a altas energias e postas a colidir com alvos de matéria, interagindo efetivamente com os constituintes dos hádrons, a detecção de “d2” poderia ser inviável experimentalmente dependendo da proximidade com a massa do quark down, dado que a carga elétrica é a mesma.

Uma outra forma de se pensar: ao postular um terceiro quark com essas propriedades (supondo similares às do quark down do MP), seria esperado um espectro hadrônico bem maior. Pois todos os hádrons constituídos de quarks down teriam “parceiros” muito parecidos (além dos já conhecidos, como estados excitados de maior momento angular total e/ou spin). O valor das massas de alguns desses hádrons são conhecidas com bastante precisão, por exemplo, as massas dos mésons píons carregados e neutros (que possuem como um dos constituintes o quark down) são respectivamente: (139.57039 +- 0.00018) MeV e (134.9768 +- 0.0005) MeV [2]. Massas do próton e nêutron, (938.272081 +- 0.000006) MeV e (939.565413 +- 0.000006) MeV [2]. 

Em geral, a maior parte da massa dos hádrons é devido à interação entre seus componentes, mas dependendo de quão discrepantes forem as massas de “d” e “d2”, seria possível perceber a diferença. Lembrando que a medida atual da massa do quark down é (4.67^{+0.48}_{-0.17} MeV) [2] . E de fato, hoje, apenas com os quarks do MP, podemos explicar todos esses hádrons observados.


Créditos: CREF (Centro de Referência para o Ensino de Física)

TIRINHA DO DIA:


Kleber Bastos
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segunda-feira, 29 de maio de 2023

Os férmions e o princípio da exclusão de Pauli

Os férmions são uma classe de partículas subatômicas que possuem características quânticas específicas, incluindo spin semi-inteiro e obediência ao princípio de exclusão de Pauli. Essas partículas são componentes fundamentais da matéria e formam os blocos de construção de todos os objetos que nos rodeiam constituídas pelos léptons e quarks.

Os léptons são um tipo de férmion que são os mais "leves" e incluem o elétrons, múon, tau, bem como seus neutrinos associados. Essas partículas não interagem com a força nuclear forte e, portanto, não possuem a carga da cor que une os quarks em prótons e nêutrons pela troca de glúons.

Os quarks são férmions que se mantém confinados nos prótons e nêutrons, possuindo massa, carga elétrica, spin semi-inteiro (1/2) entre outras propriedades quânticas como a carga de cor responsável pela força nuclear forte.

O princípio de exclusão de Pauli é uma das leis fundamentais da física quântica que estabelece que dois férmions, partículas com spin semi-inteiro, como elétrons, prótons e nêutrons, não podem ocupar o mesmo estado quântico simultaneamente.

Na série "O Homem do alto alto¹ " a conclusão histórica da 2a grande guerra mundial teve desfecho diferente, e neste multiverso uma máquina do tempo construída pelo eixo não conseguia enviar os viajantes do tempo, descubra o que tem o princípio de exclusão de Pauli com a série, assistindo.

Esse princípio é fundamental para a compreensão da estrutura eletrônica dos átomos, bem como para a estabilidade dos sólidos e outros materiais. Os elétrons em um átomo preenchem orbitais atômicos de acordo com o princípio de exclusão de Pauli, o que significa que não podem ocupar os mesmos níveis de energia. Isso leva a configurações eletrônicas únicas para cada elemento químico.

Os hádrons são um tipo de férmion mais pesado e incluem prótons, nêutrons e outros tipos de partículas que são compostas de quarks ligados pela interação forte. Os bárions, como prótons e nêutrons, são compostos por três quarks, enquanto os mésons são compostos por dois quarks.

Devido às suas propriedades quânticas exclusivas, os férmions desempenham um papel fundamental na física de partículas e na compreensão da estrutura da matéria. O estudo dessas partículas e suas interações pode levar a avanços significativos em campos como a física nuclear, astrofísica e tecnologia de semicondutores.

Para saber mais ... Os férmions (link)

¹ (161) The Man in the High Castle | Trailer da temporada 01 | Legendado (Brasil) [HD] - YouTube

TIRINHA DO DIA

Próximo tema: Os quarks e o confinamento, espero você na segunda dia 05 de junho


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domingo, 28 de maio de 2023

Viajem na Eletricidade

Episódio 2 - Entre o menos e o mais 



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sábado, 27 de maio de 2023

O que é a cor?

Antes de Isaac Newton, já se havia observado que a luz branca ao atravessar um prisma de vidro dava origem a um feixe colorido. Acreditava-se que o aparecimento das cores seria devido a impurezas existentes no prisma e que a luz era unicamente branca.

No entanto, Newton por meio de experimentos adicionais usando dois prismas verificou que a luz não era pura, mas sim formada pela composição de várias cores. Ele chamou esse feixe colorido de “espectro de cores". A partir disso, Newton explicou o motivo das cores dos corpos. Segundo ele “as cores dos corpos são devidas a reflexão de uma cor em maior quantidade do que as outras”. Assim, uma folha absorve várias cores do espectro e reflete a cor verde.

TIRINHA DO DIA


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sexta-feira, 26 de maio de 2023

Dilatação do tempo


Definição:- Dilatação do tempo é a diferença no tempo decorrido medida por dois relógios.

Tipos:

1. Dilatação do tempo relativística especial #cinética (Dilatação do tempo devido à relativa #velocidade)

2. Dilatação do tempo relativística geral #gravitacional (Dilatação do tempo devido a uma diferença de potencial gravitacional entre os seus - relógios - locais).

Sobre o tipo 1:

Explicação: - Veja a equação mostrada acima, para um observador num quadro de referência inercial, um relógio que se move em relação a ele será medido para marcar mais lento do que um relógio que esteja em repouso no seu quadro de referência. Quanto #mais rápido a velocidade relativa, ...

Para saber mais:  https://www.instagram.com/cosmological_astrophysics

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quinta-feira, 25 de maio de 2023

Viagem na Eletricidade

Episódio 1 - As fontes de correntes



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O Demônio de Maxwell e o cérebro humano

A ineficiência do cérebro humano é prova da sua natureza analógica?

fonte: https://bit.ly/2O9QY2S

trecho:

Em 2017, um grupo de pesquisadores publicou um artigo fascinante na Philosophical Transactions of the Royal Society no qual eles calcularam explicitamente a eficiência termodinâmica dos processos biológicos.

Notavelmente, eles descobriram que a eficiência da tradução de proteínas é várias ordens de magnitude melhor do que os melhores supercomputadores, em alguns casos tão melhor quanto um milhão de vezes.

Mais notavelmente, eles descobriram que a eficiência é apenas uma ordem de magnitude pior do que o limite mínimo teórico de Landauer. Em outras palavras, a evolução fez um baita trabalho na otimização da eficiência termodinâmica dos processos biológicos.

Mas nem todos os processos biológicos.

Voltando aos processos de pensamento do pequeno demónio de Maxwell, como é que esta eficiência se compara à eficiência do cérebro humano?

Surpreendentemente, acontece que processos neurais como o disparo de sinapses são estimados como muito piores do que a tradução de proteínas e mais comparáveis à eficiência dos supercomputadores.

À primeira vista, o cérebro humano parece, portanto, ser pior do que outros processos biológicos. No entanto, esta aparentemente baixa eficiência computacional do cérebro deve ser comparada à sua estrutura e função complexas.

O cérebro pesa apenas cerca de um cinquenta do peso de um humano comum, mas gasta 20% da energia do corpo. Pode parecer que simplesmente não estamos a ter o maior estrondo pelo nosso dinheiro, com um cérebro sedento de energia a proporcionar baixa eficiência computacional.

O que explicaria esta ineficiência e este paradoxo?

O meu palpite é que o cérebro foi projetado para ser ineficiente através de uma combinação de acidente evolutivo e design e que a eficiência é a métrica errada para avaliar o desempenho do cérebro.

A eficiência é a métrica errada porque pensar no cérebro em termos digitais é a métrica errada.

O cérebro surgiu através de uma série de invenções modulares respondendo a novos ambientes criados tanto pela biologia quanto pela cultura.

Agora sabemos que prosperar nesses ambientes precisava de uma combinação de funções analógicas e digitais. ; por exemplo, os impulsos nervosos que controlam a pressão arterial são digitais enquanto a mudança real na pressão é contínua e analógica.

É provável que o disparo neuronal digital seja construído sobre um substrato analógico de matéria húmida, e que as funções analógicas de ordem superior possam ser formas emergentes de disparo neuronal digital.

Já nos anos 50, von Neumann conjecturou que precisaríamos de modelar o cérebro como analógico e digital para o compreendermos. Na altura em que Bennett estava a trabalhar a termodinâmica da computação, dois matemáticos chamados Marian Pour-El e Ian Richards provaram um teorema muito interessante que mostrou que, em certos casos, existem números que não são computáveis com computadores digitais mas são computáveis com processos analógicos; computadores analógicos são assim mais poderoso nesses casos.

Se os nossos cérebros são uma combinação de digital e analógico, é muito provável que sejam desta forma para que possam abranger uma gama muito maior de computação. Mas esta gama maior viria à custa da ineficiência no processo de computação analógica.


Para saber mais ... (162) O Demônio de Maxwell - YouTube (Link)

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quarta-feira, 24 de maio de 2023

Os Gênios de Solvay - parte 1

A Conferência de Solvay, ou Congresso de Solvay, é uma reunião que acontece desde 1911 a cada espaço de tempo (geralmente a cada 3 anos) e que consegue juntar os principais nomes da física e química para debater avanços e discutir questões que precisam de uma solução nos referidos campos.

Cada encontro tem um tema definido que será abordado. O primeiro deles foi "Teoria da Radiação e dos Quanta" e o último (ocorrido em 2011) tratou sobre "A Teoria do Mundo Quântico".

A reunião tem a missão de juntar os maiores gênios do mundo, cada encontro gera uma foto memorável, porém, a maior de todas - e você já vai entender o porquê - foi a 5ª conferência, ocorrida em 1927. O tema foi "Elétrons e Fótons" e alguns nomes como Marie Curie, Abert Einstein e Niels Bohr juntaram-se em Bruxelas entre os dias 23 e 29 de outubro de 1927 para discutir a recém formulada teoria quântica

Foi nessa ocasião, por exemplo, que se intensificou a discussão entre Einstein - e a corrente realista da ciência que queria regras bem-definidas para reger o método científico (como pregado por nomes como Karl Popper) - e Bohr - e a corrente instrumentalista que queriam regras mais "frouxas", com "fins justificando os meios". Embora a disputa tenha se arrastado em outras batalhas, os vencedores daquela ocasião foram os instrumentalistas, grupo dominante até hoje.

Embora o famoso registro fotográfico tenha apenas 29 pesquisadores, o encontro contou com 32 participantes no total. Destes, 18 haviam ganho ou iriam ganhar um prêmio Nobel!

Sobre os participantes começamos uma série :

1- PETER DEBYE

Físico-químico holandês que contribuiu com soluções matemáticas de um problema envolvendo correntes parasitas; teoria do calor específico para baixas temperaturas; órbitas elípticas da estrutura atômica; condutividade elétrica em soluções eletrolíticas; difração dos raios-X, entre outras coisas.

Seu prêmio Nobel em química viria em 1936 por conta de suas contribuições para o conhecimento das estruturas moleculares.


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segunda-feira, 22 de maio de 2023

A Lagrangeana do Modelo Padrão


Por Rashmi Shivni
Publicado na Symmetry Magazine

Lagrangeana do Modelo Padrão é a equação mais avançada do conhecimento humano para tentar descrever o conjunto de maneiras pelo qual as menores partes da matéria interagem com as forças fundamentais da natureza. O Modelo Padrão da física de partículas é frequentemente visualizado em uma tabela, similar à tabela periódica dos elementos, e utilizado para descrever propriedades como massa, carga e rotação. Mas não foi em formato de tabela que isso tudo começou. 

A grande teoria de quase todas as coisas consiste numa coleção de vários modelos matemáticos que provaram ser interpretações atemporais da lei da física. Aqui definimos uma breve excursão pelos tópicos abordados nesta gigantesca equação. Essa versão do Modelo Padrão está escrita sob uma abordagem langregeana. Esta consiste numa forma extravagante de escrever uma equação para determinar o estado de um sistema em mudança e determinar o máximo possivel de energia que ele pode sustentar.

Primeira parte:
As três primeiras linhas do Primeiro Padrão referem-se de forma ultra específica ao glúon, o bóson que mede a força forte de quarks. Existem oito tipos diferentes de glúons, que interagem entre si e carregam o que se conhece como a cor de carga.


Segunda parte:
Quase a metade dessa equação se dedica a explicar a interação entre bósons, particularmente os do tipo W e Z. Bósons são partículas de transporte de força. Há quatro espécies de bósons que interagem com outras partículas utilizando três forças fundamentais. Fótons carregam eletromagnetismo, glúons carregam a força forte e os bósons W e Z carregam a força fraca. O tipo mais recentemente descoberto – o bóson de Higgs – é um pouco diferente; suas interações aparecem na próxima parte da equação.


Terceira parte:
Esta parte da equação descreve como as partículas de matéria elementares interagem com a força forte. De acordo com essa formulação, partículas de matéria dividem-se em três gerações, cada uma com massas diferentes. A força fraca ajuda as partículas mais maciças a decair em formas menos maciças. A seção também inclui interações básicas com o campo de Higgs, das quais algumas partículas elementares recebem sua massa. De forma intrigante, essa parte da equação supõe algo que contradiz descobertas recentes na física. Incorretamente, ela propõe que as partículas subatômicas chamadas de “neutrinos” não têm massa.

Quarta parte:
Na mecânica quântica, não há um único caminho ou trajetória que uma partícula possa percorrer, o que leva a algumas redundâncias nesse tipo de formulação matemática. Para esclarecê-las, os teóricos usam partículas virtuais que chamam de fantasmas. Essa parte da equação descreve como partículas de matéria interagem com os fantasmas de Higgs, artefatos virtuais do referente campo.



Quinta parte:
A última parte da equação inclui mais fantasmas, conhecidos como Faddeev-Popov. Estes cancelam as redundâncias que ocorrem em interações pela força fraca.


Que tal vestir a lagrangeana?  Cern/shop (link)



Nota: Thomas Gutierrez, professor assistente de Física da Universidade do Estado da Califórnia, transcreveu o Modelo Padrão Langrangiano acima. Ele o derivou da Diagrammatica, uma referência de física teórica escrita por Martinus Veltman, ganhador de um prêmio Nobel.

Para saber mais ... (162) Tema 03 b: Modelo Padrão de Partículas - YouTube (link)

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Próximo tema: Os férmions e o princípio de exclusão de Pauli, espero você na segunda dia 29 de maio.


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sábado, 20 de maio de 2023

Malhando o cérebro com as Olimpíadas


2023 está em pleno vapor e já iniciarmos a malhação , digo para os meus alunos que, assim como podemos malhar os músculos, também é possível "malhar o cérebro". Se malhar o corpo aumenta a nossa massa muscular, malhar o cérebro nos deixa mais inteligentes!

Sim! Já vai longe o tempo em que se acreditava que inteligência era algo estanque. Hoje sabemos que existem múltiplas inteligências e, o melhor de tudo: podemos melhorá-las!

E como fazemos isso? Simples: estudando. E é preciso entender que estudar não é necessariamente uma coisa chata, um compromisso intragável e com hora marcada. É preciso mudar o modelo e aprender a aprender com prazer. Dá até para se divertir com os estudos e os novos conhecimentos.


Nesta linha de "malhar o cérebro", as olimpíadas estudantis são ferramentas que ajudam muito a estimular os estudos. Elas são atividades motivadoras. E no final, mesmo quem não conquistar nenhuma medalha, jamais sairá de mãos abanando. Todo mundo, sem exceção, ao participar de uma olimpíada do conhecimento, leva de brinde um upgrade cerebral, ou seja, fica mais inteligente! 

Na quinta-feira dia 18 de maio estivemos lançando nossos foguetes para o alto e além na MOBFOG…


Ontem foi o dia de malhar o cérebro no OBA, agradeço a todos os alunos do IFAM CMC pela participação em nome de Frederico Souza  (@Ogx_$1d0), aluno da turma IQUI11 e aos discentes da Licenciatura em Física pelo apoio dispensado, sem os quais a carga seria maior, em nome da comissão organizadora do evento: @fabricio farias, @elize farias e @klbastos.


Nossa próxima meta: Fritar a cuca na Olimpíada Brasileira de Física 

:: OBF

SBF - Sociedade Brasileira de Física, que promove a OBF - Olimpíada Brasileira de Física, porta de entrada para as olimpíadas internacionais desta disciplina, acaba de divulgar as datas oficiais das provas das três fases de 2023. Confira a programação no link abaixo; 




Que venham outras olimpíadas …

  • OBQuímica - Olimpíada Brasileira de Química 
  • OBM - Olimpíada Brasileira de Matemática
  • OBR - Olimpíada Brasileira de Robótica 

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sexta-feira, 19 de maio de 2023

1905 - Annus Mirabilis

Hoje comemora-se o dia nacional da Física.

A data, 19/05, foi escolhida pela Sociedade Brasileira de Física em referência ao ano 1905 em que o físico Albert Einstein publicou quatro artigos que marcaram uma nova era da Física.

A física é uma ciência fundamental que busca entender os fenômenos naturais e suas interações por meio de teorias, experimentos e cálculos matemáticos. 

Os físicos desempenham um papel crucial no avanço do conhecimento científico, contribuindo para o desenvolvimento de tecnologias, a descoberta de novos materiais e a compreensão do cosmos.

É importante ressaltar que o Dia do Físico também é uma ocasião para refletir sobre os desafios enfrentados por esses profissionais, como a falta de investimento em pesquisa e o reconhecimento limitado em algumas áreas. Portanto, é uma data para valorizar e incentivar o estudo da física e o trabalho dos físicos em prol do avanço científico e tecnológico.

Sobre o ano por Ildeu de Castro Moreira

Einstein por volta de 1905, no escritório de patentes em Berna (Suíça)

Há 100 anos, um jovem físico, trabalhando como técnico de terceira classe em um escritório de patentes em Berna (Suíça), publicou cinco trabalhos. Todos de excelente qualidade. Dois deles mostrariam, com base em teorias simples e elegantes, como poderia ser demonstrada experimentalmente a realidade física de átomos e moléculas, assunto ainda controverso no início do século passado. Poucos anos depois, graças a essas idéias, a teoria atômica receberia sua consagração final, suplantando as dúvidas de seus mais ferrenhos opositores. Os três artigos restantes alteraram profundamente a face da física moderna. No primeiro a ser concluído naquele ano, o jovem rebelde e contestador propôs o que mais tarde ele classificaria como a idéia mais revolucionária de sua vida: a luz, sob certos aspectos, apresenta uma natureza granular. Em junho e setembro, concluiu os dois últimos artigos de 1905 e aos quais seu nome estaria associado para sempre. Eles, em conjunto, dariam origem à teoria da relatividade, que destruiria o caráter absoluto atribuído, durante séculos, ao tempo e ao espaço. Seu nome: Albert Einstein. 

Berna (Suíça), meados de maio de 1905. Após uma noite de reflexões intensas, um empregado de terceira classe do escritório de patentes, que mal completara 26 anos, agradece a seu amigo Michele Besso (1873-1955): “Obrigado! Resolvi completamente o problema. Uma análise do conceito de tempo é a solução.” No dia anterior, Albert Einstein (1879-1955) tinha discutido com Besso cada detalhe de uma questão que o perseguia há tempos. Seis semanas depois, enviaria um manuscrito para a prestigiosa revista  Annalen der Physik  , estabelecendo a relatividade especial e unificando duas áreas da física: a mecânica e a eletrodinâmica. Em setembro, como conseqüência da nova teoria, deduziu a expressão E = mc2. Com essa fórmula ‐ talvez a mais famosa da ciência ‐, fundiu as leis da conservação da massa e da energia. Meses antes, em março, havia proposto uma hipótese radical, que levaria quase duas décadas para ser aceita: a luz exibe um comportamento corpuscular, ou seja, granular. 

É impressionante que apenas um cientista, em poucos meses, tenha dado contribuições tão importantes para a ciência e que alteraram profundamente nossas concepções sobre o espaço e o tempo, bem como sobre a estrutura da radiação. Outra revolução, mais silenciosa e que se estendeu por séculos, receberia um impulso essencial de Einstein no mesmo ano: a teoria atômica da matéria. Em abril, com sua tese de doutoramento sobre as dimensões moleculares e, em maio, com sua análise do movimento browniano, ele possibilitou a confirmação experimental definitiva da existência de átomos e moléculas. Não é à toa que 1905 foi designado o  annus mirabilis  ‐ em latim, ano miraculoso, maravilhoso, admirável ‐ de Einstein. Entre março e setembro, produziu cinco trabalhos extraordinários que mudariam a face da ciência moderna e que o tornariam o cientista mais famoso do século passado. 

Uma das mais importantes e intrigantes cartas da história da ciência, de Einstein para seu amigo Conrad Habicht (1876-1958), em maio de 1905, registrou esse momento: “Eu lhe prometi quatro trabalhos. O primeiro trata da radiação e das propriedades energéticas da luz e é muito revolucionário como você verá. O segundo é uma determinação dos tamanhos reais dos átomos a partir da difusão e da viscosidade de soluções diluídas de substâncias neutras. O terceiro prova que, baseado na hipótese da teoria molecular do calor, corpos da ordem de 1/1.000 mm, suspensos em líquidos, devem executar um movimento aleatório observável, que é produzido pelo movimento térmico; de fato, os fisiologistas observaram movimentos de pequenos corpos em suspensão, inanimados, os quais chamam de ’movimento browniano’. O quarto artigo, neste momento apenas um rascunho grosseiro, é uma eletrodinâmica de corpos em movimento, que utiliza uma modificação da teoria do espaço e do tempo.” 

Vamos fazer uma incursão por esses trabalhos, que, escritos em estilo conciso e direto, são jóias preciosas da cultura universal. Sempre que possível, nos apoiaremos nas palavras de Einstein. Comentaremos também características de seu autor e aspectos do contexto da ciência, da tecnologia e da cultura de sua época que podem contribuir para um melhor entendimento de sua façanha. 

Ildeu de Castro Moreira


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