A MENTE QUE SE ABRE A UMA NOVA IDEIA JAMAIS VOLTARÁ AO SEU TAMANHO ORIGINAL.
Albert Einstein

domingo, 16 de novembro de 2025

Buraco de Minhoca


Você já ouviu falar nos buracos de minhoca? Eles parecem coisa de ficção científica… e, por enquanto, são mesmo — mas têm base na física real!

Imagine que o espaço é como uma folha de papel. Se você dobra essa folha e aproxima dois pontos distantes, basta um túnel para ligar um ponto ao outro. 

➡ Esse túnel seria o buraco de minhoca.

🧠 1. O que são, segundo Einstein

Os buracos de minhoca surgem como soluções possíveis das equações da Relatividade Geral de Einstein — a teoria que descreve como o espaço e o tempo se curvam pela presença de massa e energia. Em outras palavras, a matemática da gravidade permite que existam atalhos no tecido do espaço-tempo.

✨ Essa ideia foi proposta originalmente por Albert Einstein e Nathan Rosen, em 1935, e ficou conhecida como “ponte de Einstein–Rosen”. O nome “buraco de minhoca” surgiu bem depois, em 1957, com o físico John Wheeler, que usou a analogia de uma minhoca atravessando uma maçã para explicar o atalho entre dois pontos do espaço.

🧭 Apesar de grandes cientistas terem descrito isso, não quer dizer que os buracos de minhoca existam de fato — apenas que a física não proíbe algo assim.

⚛️ 2. Para existir, eles precisariam de algo a mais

Mesmo que a teoria permita, um buraco de minhoca não se manteria aberto sozinho. A gravidade faria o túnel colapsar imediatamente. Para evitar isso, ele precisaria de uma forma de energia muito diferente da que conhecemos — algo capaz de empurrar o espaço-tempo para fora, sustentando o túnel aberto.

Os físicos chamam isso, de forma técnica, de “matéria exótica”, mas ninguém sabe ao certo se algo assim realmente existe.

👉 É uma hipótese, não uma descoberta.

🌌 3. Por que o túnel colapsarias

Mesmo que um buraco de minhoca surgisse, ele seria extremamente instável. Qualquer partícula, fóton ou nave que tentasse atravessar aumentaria a curvatura local e o túnel desabaria em frações de segundo, virando um buraco negro. Por isso, a maioria dos modelos teóricos indica que ele fecharia antes que alguém pudesse atravessar.

⏳ E quanto à viagem no tempo?

Alguns físicos mostraram que, se fosse possível estabilizar um buraco de minhoca (um grande “se”!), ele poderia até criar efeitos parecidos com viagem no tempo.

Mas isso está muito além do que a ciência pode testar hoje.

🧭 Resumindo

✔ A teoria de Einstein permite que existam.

✘ Ninguém nunca observou um.

✘ Mesmo que existissem, não seriam atravessáveis.

Mesmo assim, os buracos de minhoca continuam sendo um dos conceitos mais fascinantes e inspiradores da física moderna — um lembrete de que, às vezes, a matemática enxerga mais longe do que os nossos telescópios. 🌠

📚 Referências 

Einstein, A. & Rosen, N. (1935). The Particle Problem in the General Theory of Relativity. Physical Review, 48(1): 73–77.

Wheeler, J. A. (1957). On the Nature of Quantum Geometrodynamics. Annals of Physics, 2(6): 604–614.

Morris, M. S. & Thorne, K. S. (1988). Wormholes in spacetime and their use for interstellar travel: A tool for teaching general relativity. American Journal of Physics, 56(5): 395–412.

Thorne, K. S. (1994). Black Holes and Time Warps: Einstein’s Outrageous Legacy. W. W. Norton & Company, New York.

Visser, M. (1995). Lorentzian Wormholes: From Einstein to Hawking. AIP Press, New York.

Lobo, F. S. N. (2005). Exotic solutions in General Relativity: Traversable wormholes and “warp drive” spacetimes. Classical and Quantum Gravity, 21(3): 4811–4832.

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