A MENTE QUE SE ABRE A UMA NOVA IDEIA JAMAIS VOLTARÁ AO SEU TAMANHO ORIGINAL.
Albert Einstein

sábado, 26 de junho de 2010

A caminho do tudo – Parte VIII

A REVOLUÇÃO COPERNICANA
Das trevas, de novo a LUZ


“Ao interpretar as escrituras, quando o evento descrito não admite explicação natural, então, e apenas então, devemos recorrer a milagres.”
André de São Victor


Senhores, a onda do conhecimento primeiro encontrou morada nos monastérios e nas escolas urbanas que começavam a pipocar por toda a Europa. Muitas foram fundadas por frades franciscanos chamados de frades cinzentos. Como o cristianismo era agora a força cultural de todo continente esse centros de culto e oração também estavam se transformando nos centros culturais; no fim da idade média eles abraçaram a ciência, naquele tempo chamada de filosofia natural. Os lideres religiosos dependiam do trabalho de astrônomos que através de observações do firmamento determinavam a data da páscoa, o dia mais sagrado do calendário cristão.

Na verdade, o monastério não eram as únicas instituições que abrigavam aqueles que sabiam ler, escrever e ensinar, as primeiras universidades começaram a aparecer e por volta de 1400, quase toda nação européia tinha uma. O problema era que não era esperado dos professores que fossem originais e inovadores mais que selecionassem, preservassem e passassem adiante o conhecimento tradicional. No caso da filosofia natural isso significava ensinar os textos do velho Aristóteles e de seus seguidores, inclusive Ptolomeu.


Como papeamos no episódio V, Ptolomeu construiu um modelo de universo baseado na visão de que a terra era o centro de tudo, ou geocêntrico de Aristóteles, nas quais os corpos celestes são transportados através do céu em esferas cristalinas. O problema não era que Aristóteles e Ptolomeu ignoravam o que viam no céu, acho que queriam estabelecer um modelo que permitisse aos astrônomos acertar de modo correto as posições futuras dos astros celestes. Considerando seu conhecimento do movimento aparente daqueles corpos, o sistema das esferas cristalinas era plausível e sua descrição do universo, lógica. Em vez de observar se os planetas se moviam em círculos perfeitos, diziam os astrônomos que o movimento era circular e se empenhavam para que todos seguissem sua onda. A história da terra fixa se tornara tão enraizada e inquestionável que nenhum espaço sobrou para os encrenqueiros duvidosos e permaneceu incontestável por mais de 1000 anos.

O cristianismo aos pouco adotou as idéias de Aristóteles e Ptolomeu e a teoria parece ter um senso comum de que a terra parece ser firme e imóvel debaixo dos pés; As estrelas e os planetas pareciam girar em torno de nós.
Jovens parece que estou lendo Josué, na Bíblia, onde ele ordena que o Sol pare, e não a terra, para que o dia seja prolongado permitindo que o povo de Deus fosse vitorioso em uma Batalha contra os Cananeus.



Ps. Neste momento o meu lado religioso me abala, o confronto religião x ciência me perturba muito, são 23:45 e vou tirar uma soneca quando acordar continuo; perdão por registrar esse momento de conflito. Seria muito bom estudar essa história da Bíblia pelo lado cientifico como também a tomada de Jericó com o soar das trombetas. Tenho uma boa teoria (ressonância).

Puts são 13:22 e foi Brasil 0 x0 Portugal, espero Chile x Espanha e vou fechar este post, então..

Aos poucos o que se chama ciência voltou a clarear novamente, haviam muitos dogmas na Europa, algumas posições sem questionamentos e não mais um deserto intelectual. Alguns estudiosos estavam lentamente promovendo uma nova visão da ciência moderna, vou citar alguns nomes encontrados na pesquisa:

Albertus Magno, naturalista alemão fez estudos detalhados em insetos, aves e mamíferos. A natureza, disse ele, era algo para ser vista com os próprios olhos, e não apenas lida nos livros e nós amazonenses não conhecemos a nossa região;

Tómas de Aquino, deu a razão e a revelação uma igualdade na busca da verdade, pensamento não aceito pela igreja ;

Robert Grossetest, Roger Bacon e John Pecham estudaram a luz e a óptica e enfatizaram o valor do experimento;

André de São Victor, recomendou enfaticamente a investigação racional em vez de atribuir cegamente os fenômenos naturais a Deus.

William de Ockham, sugeriu que ao comparar duas teoria diferentes a que faz menos suposições sobre os fatos conhecidos é a melhor explicação. O argumento hoje conhecido como “navalha de Ockham”ainda repercute entre os cientistas.


Aos poucos a ciência como uma Fênix começou a emergir das sombras da filosofia medieval. Um campo em particular, a astronomia, iria deferir um nocaute na visão de mundo na Europa medieval.

A ciência moderna, em especial a física moderna, só pôde ver a luz do dia depois que as esferas cristalinas de Aristóteles foram desmanteladas, mas isto é uma outra história; um abraço a todos, pra frente Brasil, boas avaliações e férias no meio do ano.


Ps. Durante o período de estudo, leitura e escrita, lembrei-me de meus avós materno e de seu sobrenome que muito me orgulha...LUZ de meu avô Raimundo da LUZ o primeiro a esquerda.

2 comentários:

  1. É, Kleber, como é difícil encontrar uma resposta para essa equação ciência x religião. Você é um felizardo por poder analisar as questões humanas sob os dois grandiosos ângulos enquanto a maioria não consegue sequer imaginar a existência de tais questionamentos. A mim interessa sobremaneira o tema criacionismo x darwinismo por se tratar da gênese humana. Está aí um bom assunto para seus próximos posts. Um abraço, Marilice.

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  2. Obragado pela dica e pela visita professora, vou estudar o tema.

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