A MENTE QUE SE ABRE A UMA NOVA IDEIA JAMAIS VOLTARÁ AO SEU TAMANHO ORIGINAL.
Albert Einstein

segunda-feira, 29 de abril de 2013

A Semana na Ciência


O luto dos animais

Pesquisadora americana comprova que bichos selvagens e 

domésticos sofrem e demonstram tristeza após a perda de 

companheiros

Juliana Tiraboschi
Confira cenas que demonstram o luto entre golfinhos, elefantes, gatos e macacos:
IstoE_LutoAnimal_255.jpg
 
Harper e Kohl eram amigos inseparáveis. Por causa de uma fratura mal curada, Kohl não caminhava direito. Quando parou de andar e a dor se tornou insuportável, foi sacrificado. Harper assistiu ao procedimento, deitou-se ao lado do corpo e lá permaneceu por horas. Durante semanas, Harper ia todos os dias ao local favorito da dupla, perto de uma lagoa em Watkins Glen, nos Estados Unidos. Quando as pessoas se aproximavam, ele ficava arredio e assustado. Depois de dois meses, Harper também morreu. Essa história, que descreve emoções muito humanas como tristeza e medo, aconteceu com dois patos e foi a que mais impressionou a antropóloga americana Barbara King durante suas pesquisas para o recém-lançado livro “How Animals Grieve” (Como os Animais Ficam de Luto), sem versão em português.
chamada.jpg
SELVAGENS
Chimpanzés, pássaros e elefantes estão entre os animais
que reagem com sofrimento à morte de semelhantes
Barbara começou sua carreira estudando chimpanzés. Com o avanço das pesquisas, descobriu que um sistema emocional complexo e profundo, ainda não totalmente compreendido pelos cientistas, integra a personalidade de vários animais, indo muito além dos primatas, elefantes e golfinhos – as estrelas da inteligência entre os bichos. “Cavalos, coelhos e pássaros são muito interessantes. Dependendo da personalidade do indivíduo e do estímulo que eles recebem, podem desenvolver um grau maior de empatia por seres semelhantes”, afirma a pesquisadora. Essa empatia, que pode ser vista na tristeza demonstrada após a morte, está vinculada também à necessidade de alianças dentro de um bando. “Indivíduos dominantes sofrem mais com a morte de outro animal do grupo do que os submissos”, diz o zootecnista e especialista em comportamento animal Alexandre Rossi, apresentador do programa “Missão Pet”, do canal National Geographic.
ANIMAIS-02-IE-2267.jpg
Entre animais selvagens, as cenas de luto e tristeza vão desde chimpanzés que observam em silêncio o companheiro morto até elefantes que estendem as trombas a um filhote moribundo. No caso de animais domésticos, as ligações são ainda mais fortes. A empresária Mariana Delbue, de São Paulo, passou por dificuldades com a labrador Luna quando a cadela perdeu a mãe, que sucumbiu a um câncer em fevereiro. “Ela ficou uma semana sem comer direito, quase não bebia água e ficava entrando e saindo da casinha, chorando”, diz. Para ajudar a cadela a superar o luto, a família a deixou dormir dentro de casa e a submeteu a um tratamento com antidepressivos. “Ela parou de chorar e voltou a comer, mas virou a minha sombra, ficou superapegada a mim”, diz Mariana.
ANIMAIS-03-IE.jpg
Embora o luto seja uma realidade entre os animais, Barbara ressalta que a ciência está longe de desvendar totalmente o grau de compreensão deles sobre o fim da vida. “Nem toda a resposta à morte significa luto”, diz. Alguns bichos reagem com curiosidade, cutucando o cadáver. Outros parecem indiferentes à perda de um companheiro e até praticam canibalismo. “O luto deles é diferente do nosso. Pessoas sofrem por estranhos e conseguem canalizar esse sentimento de várias formas”, diz. No entanto, a comprovação de que alguns bichos sentem a perda de seus semelhantes mostra que as emoções não são, definitivamente, exclusividade do ser humano.
IEpag99_Animais.jpg
Fotos: Monica Szczupider/ National Geographic Stock; Gemma Catlin / Rex Features / Glow Images

domingo, 28 de abril de 2013

Links Importantes da OBA


Informações Gerais

http://www.oba.org.br/site/index.php?p=conteudo&idcat=11&pag=conteudo&m=s

Regulamentos da OBA

http://www.fisikanarede.blogspot.com.br/2013/03/oba-regulamento.html

Regulamentos das Provas / Níveis e Conteúdo

http://www.fisikanarede.blogspot.com.br/2013/03/oba-regulamento-das-provas.html

Atividades Práticas

http://www.oba.org.br/sisglob/sisglob_arquivos/2013/ATIVIDADES%20PRATICAS%20de%202013.pdf



DATAS IMPORTANTES da OBA



DA XVI OBA E VII MOSTRA BRASILEIRA DE FOGUETES DE 2013

13/03 Data final para atualizar a ficha de cadastro na extranet e recebermos cadastros de novas escolas.
20/04 Data limite para chegar às Escolas os originais das provas, de qualquer formas estarão na extranet também.
09/05 Data limite para fazer a maqueta Terra-Lua e ver a visualização da distância entre ambas. (veja “Atividades Práticas”)
09/05 Data limite para determinar a direção Norte-Sul corretamente (veja “Atividades Práticas”)
09/05 Data limite para construir o Relógio Solar (veja “Atividades Práticas”)
09/05 Data limite para determinar o meio dia solar verdadeiro (veja “Atividades Práticas”)
09/05 Data limite para localizar Órion, as 3 Marias, Vênus, Sirius, etc. (veja “Atividades Práticas”)
09/05 Data limite para lançar os foguetes da VII MOBFOG.
09/05 Data limite para relacionar os alunos que farão as provas da OBA e tirar cópias das provas.
10/05 Dia de aplicação das provas da XVI OBA.
11/05 Data da postagem nos correios dos gabaritos, mas só para professores sem e-mail cadastrado na OBA.
12/05 Data da postagem dos gabaritos na página da OBA.
11/06 Data final para a Região Sul digitar os nomes dos alunos participantes da OBA e da MOBFOG na extranet.
12/06 Data final para o Centro Oeste digitar os nomes dos alunos participantes da OBA e da MOBFOG na extranet.
13/06 Data final para a Região Nordeste digitar os nomes dos alunos participantes da OBA e da MOBFOG na extranet.
14/06 Data final para a Região Norte digitar os nomes dos alunos participantes da OBA e da MOBFOG na extranet.
15/06 Data final para a “Região Sudeste” digitar os nomes dos alunos participantes da OBA e da MOBFOG na extranet.
16/06 Data final para o Estado de São Paulo digitar os nomes dos alunos participantes da OBA e da MOBFOG na extranet.
16/07 Data limite para a OBA enviar as listas de nomes de alunos e colaboradores para a conferência final de dados.
16/08 Data limite para as escolas corrigirem os nomes dos participantes, dos colaboradores e pagarem o boleto que ajuda na
postagem dos pacotões contendo os certificados, eventuais medalhas e demais brindes.
30/08 Divulgação na extranet e na página da OBA os nomes dos alunos que ganharam medalhas na OBA e na MOBFOG.
15/09 Início das postagens dos pacotões contendo os certificados, eventuais medalhas e demais brindes.
Nov / Dez Entrega pelas Escolas dos certificados e eventuais medalhas aos seus alunos, numa pomposa cerimônia com a
presença de todas as autoridades locais, rádio, TV, jornais, Prefeito e Secretário da Educação.
Nov / Dez Postagem das fotos dos alunos recebendo certificados, etc, na “Galeria de Fotos” da página da OBA .
Nov / Dez Solução, por parte da Secretaria da OBA, de qualquer tipo de problema referente a erros em certificados, medalhas
faltantes, etc. Não deixe para reclamar isso no ano seguinte!


Vegetais inundam a atmosfera terrestre



Cientistas concluem que hidrologia da Terra é dirigida pela vida vegetal




Por Caleb A. Scharf

Um novo estudo estima que entre 80 e 90% do vapor d’água atmosférico proveniente dos continentes da Terra deriva da transpiração de plantas, e não de simples evaporação física.
Esse processo usa quase metade da energia solar absorvida pelas massas de terra do planeta e representa um importante componente do sistema climático terrestre. A descoberta pode ter implicações para investigações de outros mundos.
A recente descoberta de dois planetas potencialmente ‘habitáveis’, quase do tamanho da Terra, em um sistema de cinco planetas ao redor da distante estrela Kepler-62, reforça o fato de astrônomos estarem se aproximando cada vez mais de encontrar mundos que têm uma chance de se parecerem um pouco com o nosso.
Mas há tantas incertezas que é tremendamente difícil afirmar com qualquer grau de confiança como pode ser a superfície desses planetas, e menos ainda quais são as chances de existir vida e uma biosfera funcional por lá. Mesmo assim, o que essas descobertas de fato nos dão é um conjunto de novas perguntas.
Se conseguirmos estudar um planeta potencialmente equivalente à Terra com fidelidade suficiente para medir suas propriedades atmosféricas (e existem boas razões para acreditar que faremos isso na próxima década), por exemplo, precisamos saber o que procurar.
O desequilíbrio químico é uma impressão digital da vida em um planeta, mas a maneira com que o planeta reage às chamadas ‘forças externas’ também é. Se o planeta responde a estações, por exemplo, – a entrada energética conforme o planeta orbita sua estrela, e conforme gira em seu eixo – lenta ou rapidamente.
E essa é uma das razões de um resultado recém-publicado por Jasechko et al. na Nature ser particularmente fascinante para astrobiólogos. O estudo ‘Terrestrial water fluxes dominated by transpiration’ [NT: Fluxos de água terrestres dominados por transpiração, literalmente] usa vários dados sobre o fracionamento isotópico de oxigênio e hidrogênio na água das massas continentais da Terra, além de cuidadosos modelos matemáticos, para aprender sobre os processos através dos quais a água vai de líquido a vapor em nossa atmosfera.
Em poucas palavras, quando a água evapora fisicamente – como em uma poça que seca – as moléculas que se transformam em vapor consistem preferencialmente de isótopos mais leves (núcleos atômicos com menos nêutrons), deixando para trás os mais pesados por algum tempo.
Quando uma planta absorve água, a distribui por suas estruturas, e a expira como vapor através de seus estômatos [NT: stomata] – em outras palavras, quando transpira água – não faz distinção entre isótopos leves ou pesados, o que faz com que a composição do vapor que chega até a atmosfera seja igual à da forma líquida que se condensa sobre  as plantas.
Em princípio, esses fatos permitem monitorar a quantidade de água que chega à atmosfera em decorrência da  transpiração de plantas, ao contrário de simples evaporação.
Mas isso está longe de ser simples, porque a água volta para a superfície como chuva. Lagos cercados por terra. porém, podem oferecer amostras de misturas de isótopos – porque temos alguma esperança de criar modelos para descrever seu abastecimento e o destino posterior da água.
No fim das contas, é provável que 80 a 90% da água que sofre ‘evapotranspiração’ (a combinação de simples evaporação e transpiração de plantas) provem apenas da transpiração. A quantidade de água proveniente da transpiração equivale, assim, cinco a 10 vezes mais que através da evaporação direta, e até quatro vezes mais do que se pensava anteriormente.
Isso significa que, a cada ano, a vida vegetal transfere 62 mil quilômetros cúbicos de água das superfícies continentais do planeta para a atmosfera. Isso é muita água, o equivalente a uma gota gigante com 50 quilômetros de diâmetro.
Mas a coisa mais interessante do ponto de vista de observar o funcionamento de um planeta é a energia envolvida. Esse estudo estima que aproximadamente metade da energia solar absorvida pela superfície continental da Terra sirva para induzir a transpiração vegetal. Isso é metade dos 70 watts por metro quadrado das massas de terra do planeta, o que se soma a aproximadamente cinco mil Terawatts de energia (5x1015 Watts, em média anual).
Uma enorme parte da maquinaria hidrológica da Terra é dirigida pela vida, vida que também é uma enorme devoradora de energia.
Nós humanos usamos energia a uma taxa de 15 Terawatts, o que mal chega a 0,016% dos 89 Petawatts médios de energia solar absorvidos por todos os continentes e oceanos. A transpiração poderia ser responsável por 5,6%, uma quantidade muito mais substancial.
As conclusões do estudo tem algumas implicações profundas para a maneira com que modelos climáticos lidam com o transporte de água impulsionado biologicamente.
Também pode ter algo a nos dizer sobre como um mundo rico em vida responde a vários inputs estelares, e o que podemos esperar detectar em sua atmosfera. Como a transpiração é afetada por um conjunto de características físicas, tanto de plantas como do ambiente – do número de folhas a temperaturas locais e condições de vento –, é tentador imaginar que um dia poderemos ser capazes de deduzir alguns desses detalhes em um exoplaneta simplesmente monitorando o vapor d’água em sua atmosfera.
É claro que isso supõe muitas coisas sobre a semelhança da vida vegetal vascularizada por todo o cosmos, o que é um pouco de exagero já que essas formas só surgiram na Terra há cerca de 400 milhões de anos, mas ainda podemos especular que mecanismos como a transpiração poderiam evoluir em outros lugares.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

A Ciência dos Super Heróis

Livro usa a ciência para explicar os poderes de super-heróis e vilões

É um pássaro ou um avião? Não, é a força da gravidade! Quando surgiu em 1938, o Super-Homem veio com uma força sobre-humana, era dono de um traje colorido e um cabelo impecável, mas o bom moço ainda não sabia voar. Nas 13 páginas de sua primeira história, ele conseguia, apenas, saltar os arranha-céus com um único impulso.
Clark Kent e a física viveram assim, em paz, por alguns anos, até que a audiência falou mais alto. Foi para aumentar o apelo do personagem e, principalmente, o das vendas de gibis que os autores da DC Comics incrementaram as habilidades do Super-Homem. Mesmo que fosse preciso abandonar a ciência dali em diante.

Reprodução/Stanford

"Sem dúvida, o poder de voar é um dos mais difíceis, dos mais improváveis [de acontecer]. Mas deve ficar claro que o Super-Homem, em suas primeiras aventuras, não voava, mas dava grandes saltos. E isso ocorria graças à diferença de gravidade entre o seu planeta, Kripton, e a Terra", explica ao UOL o jornalista Juan Scalliter, autor de A Ciência dos Superpoderes, lançamento da Cultrix (R$ 39,90).
O argentino levou cerca de um ano investigando quais teorias e pesquisas científicas poderiam justificar os poderes de 60 super-heróis, vilões e anti-heróis, trazendo para a vida real o que só havia nas histórias em quadrinhos.
Ninguém pode sair voando como Super-Homem, lembra o jornalista científico, mas pode contar com membros artificiais guiados pelo pensamento, como faz Dr. Octopus, o inimigo do Homem Aranha; recuperar a mobilidade e aumentar a força com a ajuda de exoesqueletos, poder esbanjado pelo Homem de Ferro; e até criar um "super-humano" aos moldes do Capitão América, graças ao avanço das terapias gênicas.
"Estes poderes são apenas alguns exemplos [do que as pessoas podem ter]. E, se eles não estão disponíveis agora, é porque, muitas vezes, a ciência avança mais rápido do que a lei e, por vezes, até mais rápido do que a própria humanidade", defende Scaliter. "E isso é quando ocorrem os conflitos... e os vilões surgem", brinca ele.
O tom leve da brincadeira de ser super-herói por um dia – ou pela vida toda – não afasta a precisão do estudo científico. Para escrever as 266 páginas do livro, Scaliter entrevistou mais de 20 cientistas cujas pesquisas são destaques nos campos da física à astronomia, da medicina à biotecnologia. E ele não parou por aí, conversou até mesmo com campeões do esporte.

"Para o capítulo do Daredevil [Demolidor, da Marvel], eu falei com um campeão da Copa do Mundo de Futebol para Cegos que me contou as suas próprias experiências, de como ele conseguia ser guiado no campo somente através do som."


Há mais de 70 anos, Aquaman é o rei dos sete mares das histórias em quadrinhos. Quando Arthur Clark Jr. mergulha no seu reinado, ele consegue nadar em alta velocidade, respirar debaixo d'água e se comunicar com os organismos marinhos. A ciência pode não ter decifrado o baleês nem a língua dos golfinhos, mas os biólogos já sabem que os "cetáceos têm uma linguagem que funciona por meio de ondas sonoras", parecido com o que faz o personagem da DC Comics, ressalta o jornalista Juan Scalliter, autor do livro "A Ciência dos superpoderes", lançamento da Cultrix

O preparo do corpo e da mente, com uma ajudinha da tecnologia, fazem Batman derrotar seus arqui-inimigos na ficção. Você pode não ter a fortuna da família Wayne, mas, em breve, terá a chance de vestir uma roupa tão inteligente quanto a do Homem Morcego, garantem projetos com polímeros inteligentes. Os pesquisadores da Universidade de Linkoping, na Suécia, já criaram uma fibra de poliamida que é capaz de identificar se a pessoa está sentindo frio ou calor. Já Gordon Wallace, da Universidade de Wollongong, na Austrália, desenvolve um tecido que capta a energia solar para transformá-la em eletricidade, fonte ideal para carregar desde MP3 até computadores em pleno campo de batalha.

Steven Rogers não se transformaria no Capitão América só com o soro que ele recebeu em plena Segunda Guerra Mundial. O coquetel de hormônios da década de 1940 provocaria muita acne, oscilações de humor e redução dos testículos do supersoldado, segundo o livro "A Ciência dos Superpoderes". Por enquanto, a genética permite um desenvolvimento muscular mais eficiente, tratamento bastante em voga entre atletas olímpicos, mesmo que não seja tão imbatível quanto o dos quadrinhos.


A cor de alienígena e o símbolo de um átomo cravado na testa indicam que a física nuclear impera entre os poderes de Doutor Manhattan, da série cult Watchmen. Depois que seus "campos intrínsecos" foram desintegrados em um experimento desastroso de laboratório, o super-herói consegue reconfigurar os átomos tanto de sua anatomia quanto do espaço-tempo. Para repetir o feito dos quadrinhos na vida real, seria preciso um acelerador de partículas um bilhão de vezes mais potente que o Cern - o problema é que isso transformaria o doutor em física em um patê subatômico.

Ninguém é páreo para o Flash: quem mais desafia - e ganha - das teorias do físico Albert Einstein? Nas histórias em quadrinhos, ele consegue bater a velocidade da luz graças a uma bolha que engana o atrito. Na vida real, porém, ele não chegaria nem perto dos 300 mil quilômetros por segundo. Quando suas pernas o fizessem atingir a barreira do som (340 metros por segundo), ele não conseguiria mais respirar, pois não teria força para expulsar o ar dos pulmões; a hipervelocidade poderia rasgar sua mandíbula e inchar sua boca; a pressão do ar explodiria seus olhos; e, pior, ele não seria mais capaz de ouvir nenhum barulho, pois os gritos de socorro estariam "mais lentos" que ele.

Depois de ser contaminado em um terreno irradiado por um reator nuclear, William Baker passou a ser a areia nos olhos do Homem Aranha. É que o Homem Areia molda a densidade e o tamanho do seu corpo para atingir a rigidez da areia molhada ou, ainda, se transformar em uma tempestade de areia que sufoca seus inimigos. De acordo com a área de mecânica de materiais granulares, a areia pode ser mesmo bastante resistente: ela suporta o dobro do peso em pressões baixas e, quando recebe a dose certa de água, seus grãos ficam rígidos e ligados pelas moléculas de H2O. Mas Ralf Cord-Ruwish, da Murdoch University, foi além dos estudos e criou um spray que transforma a areia em rocha. Com uma mistura a base de cálcio e bactérias, ele solidifica a areia até uma consistência de mármore, tecnologia que possibilitará, no futuro, a construção de estradas no deserto e a solidificação da costa marinha para a mineração.
Nos quadrinhos, Peter Parker desenvolveu um tecido muito resistente para se equilibrar entre os arranha-céus de Nova York e, assim, combater o crime com mais agilidade. E não foi à toa, já que as aranhas são as responsáveis pela fibra mais forte da natureza, que suporta 20 mil quilos por centímetro quadrado. Segundo o livro "A Ciência dos Superpoderes", o polímero mais próximo do poder do Homem Aranha é o Spectra, derivado do polietileno. A fibra, diz o fabricante, é dez vez mais forte que o aço e 40% mais resistente que as fibras sintéticas de aramida

Tony Stark ora atende como um playboy milionário e beberrão, ora como super-herói. Com uma armadura de ferro e um dispositivo magnético no peito, o Homem de Ferro é a personificação dos supersoldados que estão entrando em campo atualmente. E tudo graças a Steve Jacobsen, pesquisador da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, que criou o XOS 2, um exoesqueleto cheio de sensores e um computador que fica escondido em uma mochila nas costas. Esse equipamento militar faz qualquer objeto parecer 17 vezes mais leve do que realmente é, facilitando a vida de quem o usa acoplado ao corpo.

Só nos quadrinhos para a radiação gama conferir superpoderes a um cientista. Na vida real, a radiação eletromagnética provoca ionizações extremamente fortes nos átomos: eles retiram o elétron da órbita e obrigam o restante do átomo a se rearranjar com fótons radioativos. Assim, uma reação em cadeia é promovida na estrutura química das células do corpo, o que traria efeitos danosos ao personagem Bruce Banner. As pessoas expostas à radiação gama sofreriam com fortes dores de cabeça e mutações nos membros e órgãos antes de morrerem, sem a menor chance de viver como Hulk por um segundo.

Juan Scalliter, autor do livro "A Ciência dos superpoderes", não se interessou muito pelo anel superpoderoso do Lanterna Verde, mas, sim, no jeito como esse super-herói consegue obter informações importantes dos mortos. Segundo o jornalista, os neurocientistas da faculdade de Medicina Case Western, nos Estados Unidos, conseguiram armazenar lembranças no hipocampo (responsável pela memória dentro do cérebro) de um rato morto e depois recuperá-las quando estimularam as sinapses dessa região cerebral. As informações ficaram no tecido por dez segundos, "o mesmo tempo que ficam armazenadas, naturalmente, nos mamíferos, inclusive no ser humano".

Depois de uma viagem desastrosa pelo espaço, quatro amigos voltaram para a Terra como o bônus de serem um esquadrão de super-heróis. Namorada do líder do grupo, a loirinha Sue Storm tornou-se a Mulher Invisível do Quarteto Fantástico. Para transportarmos esse poder para a vida real, a ciência precisou fazer alguns truques. É que as pessoas conseguem ver as coisas ao seu redor por conta da luz que reflete neles, isto é, se um material tiver uma baixa refração, vai ficar mais difícil enxergá-lo. Para ficarmos invisíveis, portanto, os materiais precisam ter na sua estrutura componentes com tamanho menor do que 100 nanômetros, para ocultar as ondas visíveis do espectro eletromagnético, o que faz a luz contorná-lo, e não refleti-lo.

Os diplomas da Universidade de Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) não ajudaram Reed Richards a prever o desastre que seria atravessar com sua nave espacial o cinturão de Van Allen. Depois de ser bombardeado pela forte radiação cósmica, o físico passa a ter melhor flexibilidade do planeta ao moldar seu corpo em uma substância maleável. O poder de se esticar e se contorcer quase infinitamente é impossível fora dos quadrinhos do Quarteto Fantástico, já que o índice de elasticidade do colágeno é insuficiente para dar nova forma a pele humana. Por ora, os cientistas só conseguiram desvendar outro feito do Senhor Fantástico, o de criar vida graças à manipulação genética.

A Mulher-Maravilha não ficou marcada por ser a primeira protagonista feminina da DC Comics, mas, também, por ser um estandarte do estudo da psicologia norte-americana na década de 1940. Isso porque seu criador foi William Martson, doutor na Universidade de Harvard que era pioneiro no uso do polígrafo. O que o psicólogo fez foi dar uma nova (e mística) roupagem ao detector de mentiras ao transformá-lo no poderoso laço da verdade.

É a diferença entre a gravidade do planeta Krypton e a da Terra que dá a fama de "pássaro" ao super-herói mais famoso da editora DC. Nas primeiras histórias de 1938, o Super-Homem não voava sobre Metrópolis, mas saltava seus grandes prédios com um impulso apenas, lembra Juan Scalliter no livro "A Ciência dos Superpoderes". Quanto maior a massa de um corpo, maior será a força da atração que ele vai exercer ao seu redor, ou seja, se o planeta do Super-Homem for muito mais pesado que o nosso, ele conseguirá levantar carros com um dedo e saltar com facilidade.

Norrin Radd deixa o planeta Zenn-La, a 1425 anos-luz de distância, com tudo para ser um ótimo vilão, mas quando cruza a atmosfera da Terra e conhece o Quarteto Fantástico, o alienígena torna-se o carismático Surfista Prateado, que tem o poder de vagar pelo Universo e manipular as energias cósmicas. Pois o jeito mais fácil de surfar entre uma galáxia e outra é pegar uma carona com o vento solar. Em maio de 2010, a Agência Espacial Japonesa (Jaxa) conseguiu usar as as partículas irradiadas pela nossa estrela como propulsor da nave Ikaros.

Thor pode ter a a força dos deuses, mas é o martelo quem garante a vitória contra seus inimigos. Quando O filho de Odin gira rapidamente esse objeto mítico no ar, causa uma diferença na pressão que faz o personagem ser empurrado para cima. Mas caso você não consiga alcançar 200 rotações por segundo, é melhor trocar o sonho do martelo mágico por um passeio de helicóptero.

Uma cara de mal e seis garras mais fortes que diamante só existem para um mutante das histórias em quadrinhos. A ciência lamenta por não ter desenvolvido um material tão resistente quanto o adamantium, substância que reveste o esqueleto de Wolverine, mas Juan Scalliter, autor do livro "A Ciência dos Superpoderes", afirma que alguns pesquisadores estão se esforçando para desvendar os segredos dessa arma indestrutível. Químicos da Universidade da California, em Los Angeles, estão tentando ligações covalentes (quando um átomo compartilha dois ou mais elétrons com outros) ao introduzir átomos de uma substância nos de outra, mas os testes com o diboreto de rênio (boro com rênio) precisam de mais tempo para atingirem a firmeza desejada pelos fãs dos X-Men.