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Palestra do prof. Hawking para o ted.com (legendada em português)
Palestra do prof. Hawking para o ted.com (legendada em português)
Ontem o físico britânico Stephen Hawking completou 70 voltas ao redor do Sol de carona com a Terra ou, como costumamos dizer, fez aniversário de 70 anos.
Professor Hawking dispensa apresentações. Ele é hoje, certamente, um dos cientistas mais conhecidos e reconhecidos no tempo e no espaço pois na vida dele, tanto pessoal quanto profissional(1), tudo nos chama a atenção, do seu trabalho à sua luta contra a esclerose lateral amiotrófica, doença degenerativa rara que acabou fazendo-o prisioneiro em seu próprio corpo. Mesmo quem não se interessa por Física ou por Ciência, sempre para(2) para vê-lo pois, pela sua condição de saúde, é exemplo de vida para todos nós. Mas quem gosta de Ciência sabe ponderar o grande cientista que ele é.
Stephen Hawking nasceu exatamente no dia da morte de Galileu Galilei (1564-1642), só que três séculos adiante. Isaac Newton (1643-1727), que retomou e ampliou o trabalho de Galileu, nasceu pouco tempo depois que este morreu. Entre 1979 e 2009 Stephen Hawking ocupou a cadeira de professor que era de Newton na Universidade de Cambridge. Curiosas coincidências temporais.
Por estas e muitas outras, Stephen Hawking tornou-se verdadeiramente um ídolo popular no Reino Unido e também no mundo todo. Pesquisa na Inglaterra, há alguns anos, constatou que ele era à época mais popular entre jovens estudantes do que David Beckham, conhecido jogador inglês de futebol que atuava no badalado Manchester United.
Como figura pop no mundo, professor Hawking esteve virtualmente presente no episódio "They Saved Lisa's Brain" em 1999 na série de desenho animado "The Simpsons".
Stephen Hawking, versão desenho animado, em The Simpsons
E ainda pode jogar poker com Isaac Newton (1643-1727), Albert Einstein (1879-1955) e o personagem ficional Data no Holodeck, um ambiente de realidade virtual holográfica (também ficcional) dentro da nave Enterprise, num episódio da marcante série de TV Star Trek: Next Generation, em 1993.
Hawking jogando poker com Newton, Einstein e Data
Apesar de sua dificuldade de locomoção, Stephen Hawking fez questão de conhecer de perto o LHC - Large Hadron Collider, o maior experimento científico de todos os tempos, quando ele ainda estava sendo construído.
ATLAS/LHC/CERN
Hawking visitando a caverna do experimento ATLAS no LHC/CERN
E um momento que considero muito marcante na vida do professor Hawking foi a sua participação num voo de avião no projeto Zero Gravity que simula a situação de ausência de gravidade e que na Física chamamos de imponderabilidade (confira alguns textos aqui no blog abordando este tema:post 1; post 2; post 3). Ele, que paradoxalmente é um estudioso da gravidade, por alguns minutos pode experimentar a sensação de liberdade que poderia ser a ausência desta força atrativa que, aqui na Terra, sobre o seu corpo debilitado pela doença, atua como a tranca do cadeado da sua prisão. Confira as imagens no video abaixo.
Hawking em voo simulando a ausência de gravidade
Stephen Hawking vive já há alguns anos momentos críticos da sua doença degenerativa. Há relatos de que o movimento dos olhos, um dos poucos que ainda lhe restam e serve de guia para acionar o sintetizador de voz que ele usa para se comunicar com o mundo, começa a falhar. No video (imperdível!) lá do topo do post dá para entender muito bem como o sistema computacional funciona (link direto para a palestra no TED.com). Mesmo assim, ele continua atuante em suas pesquisas, concede entrevistas e palestras e é autor de diversos livros.
É um privilégio para nós vivermos na mesmo época em que vive Stephen Hawking. Podemos acompanhar de perto, praticamente em tempo real, a atuação dele como pesquisador ímpar que já escreveu importantes páginas na história da Ciência.
Que o professo Hawking viva bravamente por muitos e muitos anos ainda! E que continue sendo fonte de inspiração para nós que tanto gostamos de Ciência e que, às vezes, por muito pouco, desanimamos na nossa jornada!
(1) Desculpe-me se fui meio Faustão nesta minha frase! Foi sem querer. Mas agora já foi!
(2) Que falta faz o acento diferencial (pára) que foi abolido pelas novas regras da nossa lingua que assim perdeu parte da sua beleza estética e funcional, infelizmente.
(2) Que falta faz o acento diferencial (pára) que foi abolido pelas novas regras da nossa lingua que assim perdeu parte da sua beleza estética e funcional, infelizmente.
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