A MENTE QUE SE ABRE A UMA NOVA IDEIA JAMAIS VOLTARÁ AO SEU TAMANHO ORIGINAL.
Albert Einstein

domingo, 21 de agosto de 2011

A Semana na Ciência


Spa de sal

Chega ao País terapia que usa o nutriente para tratar 

doenças como rinite e sinusite

Rachel Costa
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INALAÇÃO 
Partículas de sal são emitidas e aspiradas pelo cliente
A moda começou na Europa, foi para os EUA e agora chegou ao Brasil. Foram inaugurados no País os dois primeiros spas de sal (em Porto Alegre e em Campinas, interior de São Paulo). Os centros consistem em salas recobertas por sal onde os clientes ficam sentados confortavelmente entre 30 e 45 minutos. Neste período, partículas de sal são emitidas. A ideia é a de que, ao aspirá-las, o indivíduo relaxaria e também poderia tratar doenças como asma, bronquite e sinusite. 

Pessoas com doenças como tuberculose e hipertensão não podem entrar nas salas. A recomendação é a realização de dez sessões. “Depois, deve-se fazer uma manutenção periódica”, diz Charles Finocchiaro Júnior, sócio-gerente do Spa Natural do Sal. A terapia, porém, causa estranheza à maioria dos médicos. “Nunca vi um trabalho científico sobre o assunto”, diz a alergologista Yara Arruda Mello, do Hospital São Luiz, em São Paulo. “Mas se há uma lógica nisso pode ser pelo relaxamento que produz. Sabe-se que relaxar ajuda o sistema imunológico a combater doenças”, completou.


Respiração sem ajuda

Médicos mineiros implantam pela primeira vez no 

Brasil marcapasso que permite voltar a respirar sem 

aparelhos

Rachel Costa
Graças a um equipamento criado no Japão e instalado por médicos brasileiros, a agricultora mineira Marcilene de Sousa, 35 anos, pode, agora, ficar livre do respirador mecânico durante o dia. Ela vivia presa ao aparelho 24 horas por dia desde 2007, quando uma cirurgia para a retirada de um tumor na coluna cervical a deixou tetraplégica e sem os movimentos do diafragma, músculo que comanda a entrada e saída de ar dos pulmões. Marcilene foi a primeira pessoa no País a receber um marcapasso que estimula o diafragma, fazendo-o contrair-se e distender-se. O êxito do procedimento é tão grande que Marcilene respira por algumas horas até mesmo sem o auxílio do marcapasso. “Os resultados são muito animadores”, avalia o neurocirurgião Marcos Dellaretti, que coordenou a equipe responsável por operar a agricultora.

O método japonês é a evolução de uma técnica americana. Uma das vantagens é que, na versão oriental, todo o sistema é instalado internamente – na americana, uma bateria fica alocada na cintura. A indicação do procedimento é para pacientes que sofrem de síndrome de hipoventilação central causada por lesões na medula espinal – ou seja, o nervo e o diafragma estão intactos, o problema é a interrupção da transmissão do estímulo elétrico. 

Por meio da estimulação artificial do nervo, o organismo retoma o comando natural do diafragma. “Acredita-se que haja o realinhamento das fibras musculares por meio do estímulo frequente e, assim, a atividade natural seja retomada”, explica Edson Oliveira, fisioterapeuta de Marcilene Não há outros métodos que permitam obter esse mesmo resultado. 
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Google + Motorola contra a Apple

A compra da fabricante de aparelhos móveis pela 

gigante da internet acirra ainda mais a concorrência e 

favorece o consumidor

André Julião
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O Google fez na semana passada sua jogada mais ambiciosa desde a sua fundação, em 1998. A empresa anunciou a compra da Motorola Mobility, braço da multinacional americana que fabrica dispositivos móveis – leia-se celulares e tablets – e receptores de tevê a cabo. A negociação ainda precisa ser autorizada pelas autoridades americanas. Se confirmada, será a maior aquisição já realizada pela empresa de Sergey Brin e Larry Page. 

Com a compra da Motorola por US$ 12,5 bilhões (em dinheiro), 63% acima do valor de mercado, o Google entra de vez no mercado de telefonia móvel. Até então, ele fornecia apenas um sistema operacional para esses aparelhos, o Android. Mais importante do que a empresa em si, porém, o interesse de Brin e Page é nas 17 mil patentes para dispositivos móveis que a Motorola detém. Recentemente, Apple, Microsoft e um consórcio de outras empresas adquiriram o portfólio da agora extinta Nortel, por um montante de US$ 4,5 bilhões. “O Google tem agora o suficiente para competir com força”, disse à ISTOÉ Camila Milanesi, analista da consultoria Gartner.
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LIBERDADE
O engenheiro Robério Alvim planeja trocar o iPad por um tablet da Motorola
Nos últimos três anos, a disputa por essas tecnologias se tornou mais acirrada no mercado de smartphones. A RIM, fabricante do BlackBerry, que até então dominava o mercado, perdeu espaço com a chegada do iPhone, em 2007, e do sistema operacional Android, no ano seguinte. A aquisição é um marco para o Google, que fracassou com o lançamento do seu celular, o Nexus One, no ano passado, e desde então não fabricava nenhum aparelho que funcionasse com seu programa. Apple, RIM e HP, por ou­tro lado, dominam ambas as partes da produção.

O Android é o programa para smartphones e tablets mais usado no mundo, com 43% de um mercado em que, até o ano passado, só detinha 17%. Como é usado em aparelhos de diferentes fabricantes (o software é aberto, dispensando o pagamento de royalties), ainda funciona melhor em alguns do que em outros, o que torna difícil fazê-lo competir com o iOS, sistema operacional dos líderes em seus segmentos, iPhone e iPad, da Apple.

Um fato não tão comentado, mas também relevante, é que agora o Google possui a tecnologia para tevê a cabo e pode fazer emplacar o Google TV, serviço de exibição de vídeos via internet na televisão. “A combinação das duas empresas vai não apenas potencializar o Android como também fortalecer a competição e oferecer aos consumidores inovação acelerada, mais opções de escolha e excelentes experiências aos usuários”, disse Page, que desde abril exerce o cargo de presidente-executivo do Google, em post no blog oficial da empresa.
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FIDELIDADE
A dentista Gisele Maffei não abre mão da tecnologia criada pela Apple
A transação veio em boa hora para o engenheiro Robério Alvim. Usuário do Android em seu smartphone, ele pensa agora em substituir seu iPad por um Xoom, o tablet da Motorola. “Os produtos da Apple são muito bons, mas o modelo de negócio deles é muito fechado”, diz. “A partir do momento em que você compra deles, fica preso. O Android dá muito mais liberdade para se conectar com diferentes aparelhos”, afirma. 

Alvim é um exemplo de como o confronto direto entre Google e Apple será benéfico ao consumidor. A concorrência deve se traduzir em preços mais baixos para smartphones e tablets. O iPhone é líder global do mercado, com 20%. Os aparelhos da Motorola, como Milestone e Atrix, detêm menos da metade disso. A união do fabricante de celulares com o desenvolvedor do sistema operacional pode forçar a empresa de Steve Jobs a baixar os preços. O cenário seria ideal para a dentista Gisele Maffei. Atualmente, ela usa o computador iMac, o iPhone e tem as duas versões do iPad, que usa em seu trabalho diário. “Procuro trabalhar sempre com o melhor. A Apple ainda é a que oferece os aplicativos mais adequados para o meu trabalho diário”, diz. 

A compra da Motorola acontece no ano em que a empresa produziu alguns dos mais inovadores dispositivos móveis do mercado. Em janeiro, ela anunciou o Atrix, um híbrido de celular com laptop, e o Xoom, que usa a versão mais avançada do Android. Mesmo com tamanho poder, o Google garante que seu sistema operacional continuará aberto para todos os fabricantes, gratuitamente. “Continuaremos trabalhando com nossos parceiros para desenvolver e distribuir aparelhos de ponta”, disse o executivo-chefe do Android, Andy Rubin. Ironicamente, esse novo capítulo da batalha dos smartphones e tablets poderia muito bem ser definido pelo slogan do iPad 2. “Isso muda tudo. De novo.” 
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