A MENTE QUE SE ABRE A UMA NOVA IDEIA JAMAIS VOLTARÁ AO SEU TAMANHO ORIGINAL.
Albert Einstein

domingo, 10 de junho de 2012

A semana na Ciência

A NASA e a busca da juventude

Produtora de uma bebida que promete combater as rugas, 

empresa americana é a mais nova estrela entre aquelas que 

recorrem à fama da agência espacial para vender. Mas parece 

que o medicamento funciona

Juliana Tiraboschi
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Um travesseiro anatômico que proporciona um sono reparador e confortável. Óculos mais resistentes e à prova de riscos. Comida desidratada fácil de preparar. Todos esses produtos têm uma coisa em comum: foram criados ou aperfeiçoados dentro dos laboratórios de uma das instituições mais inovadoras do mundo: a Nasa, a agência espacial americana. Colocar o selo “da Nasa” na embalagem de um produto aumenta sua credibilidade. E é por isso mesmo que o consumidor deve ficar atento para não levar gato por lebre. A mais nova vedete supostamente saída dos tubos de ensaio da agência é a bebida AS10, um suplemento nutricional rico em antioxidantes, produzido pela empresa AmeriScience, dos Estados Unidos, que promete estimular o sistema imunológico, melhorar o nível de energia e até deixar as pessoas mais bonitas, jovens e com pele melhor.

A fama do AS10 começou a se espalhar a partir de uma pesquisa – realizada pelo médico americano Aaron Barson com 50 de seus pacientes – mostrando que o produto diminui rugas e manchas. “Costumo receitá-lo como suplemento nutricional, e as pessoas começaram a perceber uma melhora no aspecto da pele. Fizemos o estudo para ver se a aparência do rosto se beneficiaria mesmo com a ação dos antioxidantes”, disse Barson à ISTOÉ. 

O estudo independente de Barson demonstrou que a ingestão de duas doses de 50 ml ao dia é capaz de reduzir a intensidade das rugas do rosto em 17% e as manchas provocadas pelo Sol em 30%. “Pelas fotos (na página ao lado) é possível observar uma melhora considerável na pele da paciente”, diz a dermatologista Christiana Blattner, especialista em tratamentos estéticos. Segundo ela, os procedimentos que combatem os radicais livres impedem a oxidação da melanina, funcionando, indiretamente, como um clareador. Além disso, estimulam a produção de colágeno, que confere firmeza à derme.
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ANTES E DEPOIS
Desenvolvido a partir de pesquisa da Nasa com ratos, produto reduziu
manchas e rugas de 50 pacientes que participaram de estudo independente
Esses resultados foram suficientes para que diversos sites começassem a noticiar o “suco espacial da Nasa” como um elixir. Não é bem assim. A associação do produto aos astronautas surgiu porque a bebida foi elaborada a partir de uma pesquisa, realizada pela AmeriScience em parceria com a agência espacial. O estudo comprovou os efeitos positivos de uma dieta farta em micronutrientes e substâncias quimioprotetoras na sobrevida de ratos atingidos por uma dose letal de radiação. “A Nasa não criou o AS10, mas participou da pesquisa que desenvolveu os ingredientes”, afirma David Wilson, representante da AmeriScience no Reino Unido.

Esse estudo deu origem ao “quinteto da Nasa”, um multivitamínico em forma de cápsula consumido por astronautas em missões espaciais. Ele é feito a partir de extratos de uva, chá-verde, romã, vegetais e frutas silvestres. O que a AmeriScience fez foi juntar esse composto ao suco de cinco “superfrutas”, riquíssimas em vitaminas e antioxidantes (entre elas, as tipicamente brasileiras cupuaçu e açaí) e lançar o produto no mercado, ao preço de US$ 180 o kit com quatro garrafas de 750 ml cada uma.
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Ainda que a pesquisa de Barson não tenha a chancela oficial da agência espacial, tenha sido feita com um número reduzido de pessoas e não tenha sido publicada em nenhum periódico acadêmico – o que daria respaldo científico para a aplicação cosmética do AS10 –, as imagens divulgadas pelo médico sugerem que produtos feitos com as “superfrutas” têm potencial para proteger astronautas contra a radiação e desenrugar quem nunca saiu do planeta.

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Fontes: Nasa, Space Technology Hall of Fame e Liofoods

Dinheiro digital

O Brasil ainda engatinha no setor de pagamento móvel, mas 

até 2020 o celular será tão popular quanto os cartões na hora 

de fazer compras

Juliana Tiraboschi
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ESTÁGIO 2
Nos EUA, clientes já pagam as contas pelo sistema NFC,
em que basta aproximar o celular do caixa
De uns anos para cá, os japoneses e os coreanos deram início ao processo de aposentadoria dos cartões de crédito e se acostumaram a pagar todo tipo de conta com o celular, das mais caras às mais banais. Segundo estudo da consultoria americana Pew, o resto do mundo segue os asiáticos e, em 2020, o pagamento feito com smartphones e tablets será mais comum do que aquele feito com cartão ou dinheiro. O Brasil não vai ficar de fora e já dá seus primeiros passos no setor.

“O consumidor brasileiro está pronto para utilizar as tecnologias de pagamentos móveis, pois já utiliza o celular para finalidades além da comunicação por voz”, diz Eduardo Aspesi, diretor de segmentos da Oi. Uma pesquisa da operadora mostrou que pelo menos 15 milhões de seus 78 milhões de clientes não possuem conta bancária. Destes, 73% estariam dispostos a usar todas as funcionalidades de “mobile wallet” (carteira móvel) e 34% usariam pelo menos parte desses serviços. “É uma grande revolução. Nós apostamos muito nisso”, diz Christian Gebara, diretor-executivo de estratégia, marca e novos negócios da Vivo. A operadora prepara-se para lançar no mês que vem um serviço de transferência de valores pelo celular de pessoa para pessoa em parceria com a empresa de pagamentos online PayPal. 

Atualmente, os pagamentos por celular no Brasil são feitos basicamente de duas maneiras por SMS (leia quadro) ou USSD, uma tecnologia que guarda semelhanças com os torpedos, mas é mais veloz e segura, já que dados como senha não ficam armazenados no aparelho. Para atender os 40% de brasileiros economicamente ativos que não têm conta em banco, as operadoras estão trabalhando para lançar cartões pré-pagos para as operações de carteira móvel no celular. 

O próximo passo é a chegada do NFC. Com esse sistema, basta o consumidor aproximar o celular da leitora para o valor ser faturado no cartão. É o que faz o Google Wallet, por exemplo, que está em testes em Nova York e São Francisco (Estados Unidos). “Já há aparelhos com essa tecnologia no mercado brasileiro, a decolagem depende da expansão da quantidade de consumidores com celulares aptos e de produtos e serviços que ofereçam a utilização do NFC, como transporte público e eventos culturais ou esportivos”, diz Eduardo Aspesi.
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Um comentário:

  1. O estudo em geral,a busca da verdade e da beleza são domínios em que nos é consentido ficar crianças toda a vida.
    Albert Einstein

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