A MENTE QUE SE ABRE A UMA NOVA IDEIA JAMAIS VOLTARÁ AO SEU TAMANHO ORIGINAL.
Albert Einstein

terça-feira, 3 de outubro de 2023

Da Terra plana a Energia Escura

A gravura do livro "L'atmosphère: météorologie populaire" do astrônomo Flammarion, ilustrada neste post, mostra a concepção da Terra plana se encontrando com o céu. Uma visão simplista do mundo ao nosso redor levou a essa ideia. Porém, ao longo da história muitas observações e alguns cérebros nos fizeram enxergar mais longe.

Há quase 2.400 anos, Aristóteles, ao observar a sombra projetada durante um eclipse lunar, concluiu que a Terra era redonda, o que foi demonstrado por Eratóstenes décadas depois. Aristóteles propôs que os planetas orbitavam em volta da Terra, no interior de uma esfera com estrelas fixas. Após meio século, Ptolomeu aprimorou essa proposta do sistema geocêntrico (Terra no centro). O matemático e astrônomo Aristarco, possivelmente com base em estimativas dos tamanhos e distâncias do Sol e da Lua, propôs que a Terra girava em torno do Sol. Porém, tal explicação não dava respostas mais satisfatórias que a do modelo geocêntrico e foi abandonada.

Em 1543, Copérnico ao observar que os planetas alteravam seu brilho, tamanho, velocidade e trajetória no céu, propôs o modelo heliocêntrico (Sol no centro). O modelo de Copérnico explicava esses fenômenos e era muito mais plausível que a proposta geocêntrica de Ptolomeu. Cerca de meio século depois, Galileu com sua luneta, ao observar as fases do planeta Vênus (como ocorre com a Lua) e a existência de satélites em Júpiter, comprovou o sistema heliocêntrico de Copérnico.

Com o desenvolvimento de aparelhos ópticos mais sofisticados a ideia da esfera com estrelas fixas foi superada. Com a medida das distâncias das estrelas foi estabelecido que o Sol e as estrelas são objetos da mesma natureza.

O filósofo Kant divulgou por volta de 1750 a ideia do astrônomo Wright de que o sistema solar faz parte de uma estrutura, a galáxia, e que muitas das manchas difusas do céu noturno seriam sistemas semelhantes à nossa galáxia.

Em 1923, o astrônomo Hubble e o seu assistente Humason mostraram a existência de várias galáxias que apresentam um desvio espectral de luz para o vermelho. Isso evidenciou que elas estão em movimento, se afastando. Ficou evidenciado que o universo está se expandindo.

Hoje, telescópios poderosos permitem dizer que existem no universo dezenas de bilhões de galáxias, cada uma contendo bilhões de estrelas.

A genialidade de vários cientistas, ao longo de mais de 2.000 anos, demonstrou que Terra não é plana, que ela não é o centro do sistema solar, que o sistema solar não é centro de nossa galáxia e que nossa galáxia não é o centro do universo. Somos apenas um grão infinitesimal perdido em um oceano cósmico de dimensões inimagináveis em plena expansão.

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