A MENTE QUE SE ABRE A UMA NOVA IDEIA JAMAIS VOLTARÁ AO SEU TAMANHO ORIGINAL.
Albert Einstein

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Cai ou não Cai ?


A NASA divulgou na primeira quinzena de setembro a notícia de que um satélite artificial de seis toneladas e mais ou menos do tamanho de um microônibus está sem controle e vai cair na Terra.
Trata-se do UARS - Upper Atmosphere Research Satellite, que estudou a atmosfera do nosso planeta e foi colocado em órbita pelo ônibus espacial Discovery em 1991. Desde 2005 este satélite está inativo e faz parte do lixo espacial que orbita nosso planeta e tanto nos preocupa.
Depois da divulgação, quanto mais perto da reentrada na atmosfera, mais precisas ficam as previsões de onde e quando o satélite pode cair. O que se sabe com certeza é que pedaços do satélite poderão atingir a Terra na faixa em torno do equador terrestre que vai de 57 graus de latitude sul até 57 graus de latitude norte. Nesta faixa existem regiões habitadas. E por enquanto não dá para saber o risco real de que regiões populadas possam ser atingidas.
A previsão inicial dava conta de que o satélite cairia entre o final de setembro e começo de outubro. Na semana passada a NASA atualizou as previsões que apontam o dia 23 de setembro (com erro de 24h para mais ou para menos) como o dia mais provável da queda. Portanto, a queda será nesta semana, entre 22 e 24 de setembro (quinta-feira e domingo). A partir de agora esperamos atualizações diárias da NASA.

:: Órbitas artificiais
Toda órbita é uma combinação de velocidade e altitude com base nas Leis do Movimento e na Lei da Gravitação Universal de Isaac Newton (1643-1727).
Dependendo do uso que o satélite terá, calcula-se o seu período, ou seja, quanto tempo ele deve demorar para completar uma volta ao redor da Terra. Sabendo isso, podemos estimar a altitude na qual o satélite deverá orbitar nosso planeta e com este valor podemos calcular qual a velocidade orbital que o satélite deve ter. O satélite deverá ser colocdo em órbita na altitude e na velocidade corretas para que a gravidade "trabalhe" e mantenha a órbita.
Um satélite geoestacionário, do tipo que "acompanha a rotação da Terra", demora extamente 24h para dar uma volta completa no nosso planeta. Para que isso seja possível, ele orbita a Terra a uma altitude típica em torno de 36000 km.

:: Por que um satélite pode cair na Terra?
Enquanto o satélite está funcionando, a gravidade terrestre o mantém orbitando a Terra.
Mas o satélite pode sofrer perturbações em sua órbita. Essas perturbações podem se de origem gravitacional. E até mesmo um pequeno atrito com o ar rarefeito que existe no espaço próximo do planeta pode ir minando a energia do satélite que muda sutilmente de órbita. Isso acontece principalmente com satélites de órbitas mais baixas, como é o caso do UARS.
Para compensar flutuações orbitais, os satélites possuem motores que podem se ligados pelos centros de controle na Terra que literalmente pilotam o artefato de volta para a trajetória desejada. Mas, quando o combustível do satélite acaba, ele fica sem controle humano e pode acabar caindo no planeta.
Com o atrito com a atmosfera, um satélite pode se desintegrar, como acontecem com os meteoritos que vêm do espaço mas nunca chegam no chão.
Pelo tamanho e massa do UARS a NASA estima que, mesmo queimando na atmosfera, ainda sobrarão cerca de 26 pedaços significativos. E o maior deles pode ter quase 160 kg!

:: Probabilidades ... 
Cientistas estimam que a probabilidade de um pedaço do  UARS atingir um ser humano qualquer seja de 1/3200. Mas a probabilidade de que um ser humano específico (eu ou você) seja atingido é de apenas 1 em 22 trilhões. Tudo depende como se olha, ou seja, como você interpreta o fenômeno do ponto de vista estatístico.
Particulamente, prefiro olhar o segundo número. E você? Para ser sincero, eu preferia mesmo era entrar para a hostporia noutra estatística de evento raro: ganhar na Megasena!

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