A MENTE QUE SE ABRE A UMA NOVA IDEIA JAMAIS VOLTARÁ AO SEU TAMANHO ORIGINAL.
Albert Einstein

domingo, 25 de setembro de 2011

A Semana na Ciência


Cientistas encontram partícula mais rápida que a luz

A confirmação jogaria por terra um dos fundamentos básicos do trabalho de Albert Einstein. Físicos, entretanto, pedem cautela na análise dos resultados

REDAÇÃO ÉPOCA, COM AGÊNCIA EFE
Laboratório do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear pode ter encontrado partícula mais rápida que a luz (Foto: AP)
Os responsáveis pelo experimento Opera disseram nesta sexta-feira (23) ter constatado que os neutrinos, um tipo de partículas subatômicas, podem viajar a uma velocidade superior à da luz, algo que a física considerava impossível até agora. "As medições indicam a velocidade dos neutrinos superior à velocidade da luz", disse Dario Autiero, membro do Instituto de Física de Lyon (França) e integrante do Opera.
"Não podemos explicar os efeitos observados em termos das incertezas sistemáticas conhecidas" acrescentou Autiero durante um seminário no Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN), com sede em Genebra.
Cercado de grande expectativa, Autiero apresentou no seminário os resultados obtidos pelo Opera, que fez uma série de experimentos físicos para medir a oscilação dos neutrinos. Para isso, foram lançados feixes destas partículas do CERN até o laboratório de Gran Sasso (Itália), a 730 quilômetros de distância. "Os resultados das análises realizadas indicam a chegada de neutrinos antes do tempo, assumindo como parâmetro a velocidade da luz", explicou o físico.
Os autores do experimento apresentaram os dados e evitaram fazer interpretações mais avançadas, dizendo somente que o resultado oferece uma série de "medições intrigantes". A notícia circulava há dias em grupos de cientistas e na internet. Nesta sexta-feira, o CERN pediu cautela antes de chegar a conclusões e ressaltou que são necessárias novas pesquisas.
A confirmação definitiva de que a luz não tem a máxima velocidade cósmica jogaria por terra um dos fundamentos básicos das ciências físicas e do trabalho teórico de Albert Einstein. "Considerando as possíveis consequências do resultado, são necessárias medições independentes antes de refutá-lo ou estabelecê-lo de maneira firme", afirmou um comunicado do laboratório de física.
O CERN ressaltou que a possibilidade da velocidade do neutrino ser mais rápida que a da luz "não concorda com as leis da natureza", consideradas atualmente como certas, mas reconheceu que a ciência avança "derrubando os paradigmas estabelecidos". "As fortes limitações que surgem destas observações fazem com que seja improvável interpretar os resultados do Opera como uma modificação da teoria de Einstein", afirmou o CERN, que insistiu na necessidade de buscar novas medições. 



SOS Malibu

Pela primeira vez se calcula o prejuízo financeiro da 

elevação do nível dos oceanos. Só na Califórnia, o valor 

chega a US$ 2,5 bilhões. No Brasil, os gastos serão ainda 

maiores

André Julião
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PREJUÍZO
Ocean Beach, em San Francisco, deve mudar radicalmente até 2100
A cena de uma salva-vidas loira, vestindo um maiô apertado e saltando em meio às ondas, será impossível de ser reeditada em 2100. Símbolo da série “Baywatch” (“SOS Malibu”, no Brasil), a imagem da personagem vivida por Pamela Anderson se tornaria inviável no cenário traçado por um estudo encomendado pelo governo da Califórnia (EUA).
Segundo a pesquisa, algumas das praias mais badaladas do Estado americano – Malibu, inclusive – sofrerão prejuízos milionários com o aumento do nível dos mares há muito previsto pelos cientistas.


 “Usamos os melhores dados científicos e econômicos disponíveis”, disse à ISTOÉ Philip King, economista da San Francisco State University e principal autor da pesquisa. O estudo é parte de um plano estadual, iniciado pelo ex-governador Arnold Schwarzenegger durante seu mandato, para avaliar o impacto causado pelo aumento do nível dos mares naquele Estado. Dados do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, na sigla em inglês) e de outras pesquisas dão conta de que o aquecimento global pode fazer os mares subir mais de um metro em relação aos níveis atuais no decorrer deste século.


Isso acontece porque as mudanças climáticas aquecem os oceanos, causando um aumento na ocorrência de tempestades e danos decorrentes delas, além do derretimento do gelo nos polos. Além desses eventos extremos, a erosão provocada pela invasão da costa pelas águas do mar deve fazer com que as praias percam seu apelo turístico, além de prejudicar a vida selvagem local. “É necessária uma certa quantidade de espaço para as pessoas se divertirem e, à medida que as praias são atingidas pela erosão, diminui-se o tamanho delas e a quantidade de turistas”, diz King. Sua pesquisa teve como foco cinco comunidades costeiras e levou em conta cenários de elevação de um a dois metros no nível do mar. Um exemplo: Venice Beach, em Los Angeles, perderia mais de US$ 440 milhões decorrentes do turismo e do recolhimento de impostos se o Oceano Pacífico se elevasse em 1,4 metro até 2100 – cenário provável para os cientistas.


Já a erosão causada às praias de Zuma e Broad, na famosa Malibu, custaria em torno de US$ 500 milhões, contando apenas o gasto dos turistas e os impostos arrecadados. Estradas e casas também seriam afetadas. “O efeito de ressacas mais fortes e ondas mais altas poderia reverberar na economia local e do Estado”, diz o estudo. No Brasil, algumas instituições, como o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, e o Projeto Pro Marés fazem um acompanhamento do nível do mar no nosso litoral. Ainda não há, porém, um estudo dos impactos econômicos futuros como o realizado na Califórnia.


Um dos efeitos práticos da pesquisa americana é alertar a necessidade de se adaptar ao novo cenário. Os pesquisadores ressaltam para a necessidade de construção de muros de contenção, de reposição da areia perdida da praia e de reconstrução de casas e outros prédios longe da costa. Embora seja um problema ainda maior em outros lugares como o sul da Ásia, por causa das tempestades de Monções, a elevação do nível dos oceanos é crítica em todo o planeta. “Essas mudanças já estão em curso”, diz King. “Precisamos começar a nos planejar.” A mensagem não é apenas para Malibu, mas para o mundo todo. 
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