A MENTE QUE SE ABRE A UMA NOVA IDEIA JAMAIS VOLTARÁ AO SEU TAMANHO ORIGINAL.
Albert Einstein

domingo, 26 de fevereiro de 2012

A Semana na Ciência

Cientistas que desmentiram Einstein podem ter 

sido enganados por "má conexão"

Experiência parecia provar que neutrinos podiam viajar a 

velocidades superiores à da luz

AFP
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Os resultados da experiência Ópera - que sacudiu o mundo científico no final de setembro ao revelar neutrinos com velocidade superior a da luz - foram provocados por uma má conexão, afirma nesta quarta-feira (22) o site da revista Science. "Uma má conexão entre um GPS e um computador é, sem dúvida, a origem do erro", garante a revista americana, que cita "fontes ligadas à experiência".
No final de setembro, os especialistas da equipe Ópera anunciaram que neutrinos percorreram os 730 km entre o Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN), em Genebra, e o laboratório subterrâneo de Gran Sasso, na Itália, em velocidade superior a da luz.
A maioria dos especialistas não acreditou que uma partícula elementar da matéria tivesse superado a velocidade da luz, considerada um "limite insuperável" na relatividade geral de Einstein. Segundo a Science, os 60 nanosegundos de vantagem registrados pelos neutrinos sobre a velocidade da luz foram resultado de uma má conexão entre o GPS utilizado para corrigir o momento da chegada e um computador. Novos estudos serão necessários para confirmar a origem do erro, destaca a Science.

Uma outra origem para a vida

Nova pesquisa afirma que as primeiras células teriam surgido em 

poças, e não nos oceanos, como se pensava até então

André Julião
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O surgimento das primeiras células no oceano é uma ideia tão bem aceita que os cientistas que buscam vida fora da Terra a procuram justamente em planetas cobertos por água. Uma pesquisa divulgada na semana passada mostra que a busca será ainda mais difícil a partir de agora. Segundo o estudo, a origem da vida teria se dado em pequenas poças sobre o solo, próximas a campos geotermais, conhecidos como gêiseres. O conceito de que os seres vivos surgiram de uma combinação de certos elementos químicos é uma unanimidade. Esses organismos muito simples teriam se isolado, criado metabolismo próprio e a capacidade de se reproduzir. Para uma corrente de cientistas, essa “sopa primordial” teria surgido perto de jatos d’água quente que nascem em fissuras no leito do oceano.

A equipe de Armen Mulkidjanian, pesquisador da Universidade de Osnabrück (Alemanha), notou que havia discrepâncias entre as proporções de algumas formas de elementos químicos dentro das células atuais e em ambientes marinhos e terrestres em geral. Segundo os cientistas, a proporção de íons nas células de hoje reflete a composição do ambiente em que elas se formaram há bilhões de anos. As condições químicas das células não são compatíveis com as dos oceanos, e sim com zonas dominadas por vapor de gêiseres como, por exemplo, os que existem no Parque Nacional de Yellowstone, nos EUA.
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Amazônia em 3D

Mapeamento com laser permite estudar a fundo a biodiversidade 

da floresta e as heranças deixadas por civilizações extintas

André Julião
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RIQUEZA
Tucunaré é flagrado em rio amazônico
Para o cientista americano Gregory Asner, a Amazônia vista de cima não é apenas verde, mas amarela, azul, rosa, vermelha e laranja. Essa é a visão que ele tem na tela do seu computador depois de sobrevoar uma área com o Carnegie Airborne Observatory (CAO). Trata-se de um avião bimotor dotado de um equipamento que lança lasers sobre a vegetação e cria um retrato preciso e em três dimensões da biodiversidade e geografia locais. É dessa forma que o pesquisador do Carnegie Institution for Science, nos EUA, pretende contribuir para a criação de políticas de conservação do mais rico bioma da Terra.

“Os satélites não mapeiam a absorção e a emissão de carbono ou a diversidade biológica”, disse Asner à ISTOÉ. “O CAO é a mais avançada tecnologia de mapeamento no mundo para esse tipo de estudo. Enquanto o satélite pode ser usado para mapear a cobertura florestal e o desmatamento, nosso equipamento mostra o que há na floresta”, explica. O Lidar, como é chamado, mapeia 360 quilômetros quadrados por hora (entenda o funcionamento no gráfico abaixo).
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HERANÇA
Arqueólogo usa máquina para escanear pedrais localizados no rio Madeira, em Rondônia
Tecnologias desse tipo se tornam cada vez mais comuns – e necessárias – para o estudo e consequente conservação de riquezas como as florestas e evidências deixadas por civilizações extintas. É o que está acontecendo no rio Madeira, na área que será o reservatório da usina hidrelétrica Santo Antônio, em Porto Velho (RO). Antes que a água tomasse conta do local para sempre, uma equipe de arqueólogos fez o escaneamento dos chamados pedrais, que possuem inúmeras gravuras rupestres.

“O aparelho transforma o desenho em uma nuvem de pontos, permitindo reconstruí-lo em laboratório”, diz Renato Kipnis, diretor da Scientia, empresa que realizou o mapeamento. Em breve, os dados estarão disponíveis para pesquisadores. Ironicamente, nunca foi tão fácil estudar os pedrais. Asner, do CAO, quer agora mapear a parte brasileira da Amazônia – seus parceiros atuais estão em países como Peru, Colômbia, Equador e Panamá. “A principal barreira agora é conseguir financiar essa parte do estudo. Talvez no futuro”, finaliza. 
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