Demócrito e o átomo : uma grande idéia sobre algo pequeno
Pelos registros, Demócrito era originário de Abdera, uma cidade da Trácia, província grega. Pode ter sido aluno de Leucipo, ou não, o relacionamento deles é incerto, mas parece-me que era um tipo de faz tudo escrevendo sobre física, matemática, música, astronomia, literatura e ética – com registro de 50 obras ao todo. Nenhuma delas sobreviveu, porem já foi escrito o suficiente sobre ele e suas realizações para lhe garantir um lugar entre os gigantes dos antigos pensadores gregos.
Demócrito, como Empédocles, perguntou sobre os elementos básicos da natureza. Se você cortar uma torra em dois pedaços, depois cortar de novo, de novo....o que restaria? Com uma faca perfeita você continuaria cortando para sempre? Não pensou Demócrito, tem de haver algum limite menor. Tem de haver um ponto onde a matéria não pode ser mais dividida, algum elemento básico que não pode mais ser cortado. Ele chamou aquela entidade de atomon – literalmente, indivisível. Hoje chamamos de átomo elemento básico da matéria. Disse Demócrito, que o processo de cortar é uma ilusão. Quando dizemos estamos cortando um objeto em dois, o que realmente queremos dizer é que estamos inserindo uma faca no espaço vazio entre átomos, empurrando alguns átomos para direita e outros para esquerda. Quando estamos reduzidos a um único átomo, esse tipo de divisão não é mais possível.
Para Demócrito, os átomos eram fundamentais, as complexidades da natureza, o comportamento dos flamenguistas e bestas feras – tudo foi resultado de diferentes tipos de átomos se juntando em várias configurações.
Segundo Demócrito, existem átomos em um número infinito de formas e tamanhos diferentes, porem cada um individual, eterno e imutável. Ele até sugeriu o mecanismo pelo qual os átomos podiam se ligar uns aos outros:
Ao átomos tem toda sorte de formas, aparências e tamanhos diferentes...alguns são ásperos, alguns têm forma de gancho, alguns são côncavos, alguns são convexos e outros inúmeras variações...alguns deles ricocheteiam em direções aleatórias, enquanto outros se encandeiam por causa da simetria de suas formas, posições e arranjos, e assim permanecem juntos. Foi assim que começaram os corpos compostos.
Podemos pensar nesse átomo como peças de Lego da natureza: cada um contém pinos ou buracos que possibilitam um conexão com os vizinhos. Os átomos em si podem ser simples, mas, com bilhões deles organizados em infinitas combinações podem formar objetos e toda forma e tamanho.
Demócrito como Tales e Empédocles, merecem o rótulo de materialistas pois procuram explicações materiais, ou física, para o que viam na natureza.
Ele via o mundo natural com causa e efeito lógico e não como uma loteria da caixa econômica federal ou uma diversão dos deuses gregos. Diz o que lemos que preferia descobrir uma única nova causa do que ser Rei da Pérsia. Na sua teoria Demócrito incluiu os deuses gregos em sua teoria, dizendo que também eram compostos por seus quatro elementos, pode até ter comparado uma divindade específica a cada um dos elementos. Demócrito, contudo, manteve os deuses numa posição inferior; eles tinham pouco a ver com seus átomos, um gigante no pensar.
Como resultado, podemos observar uma linha divisória entre a ciência e a religião, tremendo.
Os gregos deram um tremendo passo para além da mitologia, oferecendo-nos um novo modo de pensar sobre o mundo. Comentei em sala com os meus alunos que a continuidade da filosofia grega, nos teria deixado hoje numa maior evolução científica, eu acredito nisso, pois após os pré-socráticos a ciência teve uma nova visão apenas com a revolução copernicana, mais esta é uma outra História; estudar a filosofia grega é algo que estou descobrindo como grandioso, aproveitem ao máximo suas aulas. Espero que tenham gostado do post, um abraço.
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