A MENTE QUE SE ABRE A UMA NOVA IDEIA JAMAIS VOLTARÁ AO SEU TAMANHO ORIGINAL.
Albert Einstein

sábado, 7 de abril de 2012

A caminho do Tudo - Parte X

A REVOLUÇÃO COPERNICANA

Tycho Brahe: Apenas um GRANDE observador

Amigos da série a caminho do tudo, já conhecemos : Tales de Mileto, Empédocles, Demócrito, Euclides, Arquimedes, Aristóteles, Copérnico e chegou a hora do grande observador.


O próximo passo a desafiar a cosmologia medieval veio de um herói Dinamarquês chamado Tycho Brahe. Como Galileu, é lembrado na História pelo seu primeiro nome, sendo nascido na cidade de Scania três anos após a publicação do livro revolucionário de Copérnico. Suas contribuições à ciência só ficam devendo aos “causos” particulares de sua vida. Quando jovem numa peleja, digo duelo com seu amigo, teve um pedaço de seu nariz decepado, deixando um buraco bem feio coberto por uma prótese de metal pelo resto de sua vida. Quando tinha que tratar do ferimento passando um tipo de ungüento, precisava remover a prótese e era motivo de riso e piadas. Um que não gostava muito dele dizia que Tycho via muitas estrelas através dos orifícios triplos do nariz, sacanagem.
Quando jovem, testemunhou uma serie de fenômenos que o deixaram fascinado. O primeiro foi um eclipse solar. O que aguçou sua curiosidade foi o fato dos astrônomos preverem tal acontecimento com meses ou até anos de antecedência; ele queria saber daquilo. Mais tarde quando estudava na Alemanha, ele testemunhou o emparelhamento de Júpiter e Saturno, uma notável reunião celeste que só aparece a cada 20 anos, parece a seleção do Uruguai na copa da África. Ele notou que as tabelas publicadas se baseadas no modelo de Ptolomeu ou de Copérnico, eram grosseiramente imprecisas; o tempo dado para maior aproximação dos planetas estava defasado em vários dias e enxergou neste momento a sua verdadeira vocação, ele iria dedicar o resto de sua vida para fazer observações o mais corretas possíveis dos corpos celestes, tremendo.
Um evento ainda mais espetacular iluminou os céus em novembro de 1572, quando uma estrela nova apareceu no céu de Cassiopéia e ele descreveu o fenômeno que iria lhe trazer a glória em seu livro De Stella Nova ( Sobre uma nova estrela ).



Notei que uma nova e inusitada estrela, superando em brilho todas as outras estrelas, reluzia quase diretamente acima da minha cabeça. E como eu sempre conheci quase perfeitamente, desde criança todas as estrelas do firmamento... ficou evidente para mim que nunca houvera nenhuma estrela naquele lugar no céu, nem mesmo a menor, para não falar de uma estrela tão brilhante como essa.

Brilhante observação, pois a cosmologia estabelecida naquele tempo proibia qualquer mudança no céu estrelado sendo que qualquer objeto novo era assumido como fenômeno atmosférico localizado abaixo da esfera da lua. Entretanto se a nova estrela estivesse tão perto da Terra, ela deveria demonstrar sua posição relativa ao fundo das estrelas, ou seja, deveria mudar de posição no decurso da noite, conforme a rotação da Terra, fato que não ocorreu.

Concluo, escreveu ele, que esta estrela não é nenhum tipo de cometa ou meteoro incandescente...mas uma estrela brilhando no próprio firmamento, uma estrela nunca vista em nosso tempo, ou em nenhum tempo desde o começo do mundo, BRILHANTE, enfim a glória.

A observação da nova estrela desferiu um golpe fulminante contra a ordem cosmológica estabelecida. Aqueles que deveriam se ater ao universo se Aristóteles e Ptolomeu podem ter desprezado o modelo Copernicano por uma conveniência matemática mais não havia como escapar da supernova de Tycho vista por observadores dos céus em toda Europa e agora comprovadamente pertencendo ao firmamento “imutável” .
A observação tornou Tycho famoso, um astro da época. Tão famoso que o rei da Dinamarca, Frederick II, ofereceu sua própria ilha onde então Tycho poderia realizar seu sonho de mapear o céu. Nos anos seguintes Tycho transformou a ilha de Ven no principal centro europeu de estudos astronômicos e em pouco tempo já estava observando o sol, a lua, as estrelas e os planetas, Ele inventou novas ferramentas para a astronomia e compartilhou as descobertas com o mundo.


Tycho passou 21 anos de sua vida em Ven e em 1599 aceitou uma nova posição em Praga onde entrou em declínio. No final de sua carreira propôs um novo modelo do sistema solar, algo como meio termo entre Ptolomeu e Copérnico.

>Observe um detalhe, quem olha para o céu é Kepler e não Tycho. Intigrante não?

Nessa época ouviu falar de um jovem cientista alemão Johannes Kepler, que estava construído uma reputação em matemática e astronomia o que convidou para juntar-se a ele em Praga, pelo que esta amizade só durou um ano, logo, foi breve o tempo que passaram juntos.


A história peculiar e trágica da morte de Tycho se deu por uma infecção urinaria; conta-se que foi convidado para um jantar e percebeu que precisava ir ao banheiro mais para não contrariar seu anfitrião segurou a urina por mais tempo do que estava acostumado. Se preocupou mais com a etiqueta do que com sua saúde. Quando a festa terminou já era tarde demais; Tycho morreu de complicações onze dias depois, triste fim. Seu legado continuou com Kepler que escreveu três leis que regem o movimento dos planetas e até hoje tem seu reconhecimento. Como dissemos no início do post, apenas um GRANDE observador; um abraço e nos acompanhe no penúltimo episodio da temporada: Johannes Kepler e a harmonias dos céus.

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