A MENTE QUE SE ABRE A UMA NOVA IDEIA JAMAIS VOLTARÁ AO SEU TAMANHO ORIGINAL.
Albert Einstein

sábado, 14 de abril de 2012

A caminho do Tudo - Parte XI

A REVOLUÇÃO COPERNICANA

Johannes Keples e a harmonia dos céus


Amigos, tenho sonhos um pouco macabros, espero um dia visitar a basílica de Santa Cruz em Florença e tocar o túmulo de Galileu; o de Isaac Newton na Abadia de Westminster também seria uma boa pedida, quem sabe né? Em cima de uma colina em praga ergue-se uma grandiosa estátua de bronze de dois grandes homens. A esquerda está Tycho segurando um sextante e ao seu lado Kepler, o teórico, olhando para o céu, não dá para entender o por que, já que o observador foi Tycho. O que a escultura não mostra é o relacionamento turbulento dos dois. Tycho era ríspido e um pouco Dunga ( arrogante ), vestia roupas extravagantes com um nariz de metal; Kepler, o mais fraco, um pouco tímido e místico. Talvez a última dupla excêntrica na história da ciência.


Sabemos que os dois homens não conseguiram entrar em um acordo sobre a estrutura do sistema solar: Kepler era um copernicano inabalável; Tycho, até o fim, rejeitou o modelo heliocêntrico. Embora Kepler fosse um teórico brilhante, não era um observador, este era o departamento de Tycho. De fato, durante o período em Ven, Tycho acumulara todos os dados que Kepler poderia querer, mais o teimoso Tycho não queria entregar a Kepler. Mesmo em seu leito de morte, diz-se que Tycho implorou a Kepler para não usar os seus dados apoiando o sistema de Copérnico, que cabeça dura. Após a sua morte Kepler foi forçado a negociar com seus herdeiros para ter acesso aos dados do observador.


Por fim, ele conseguiu o que precisava. Pondo em ação os seus poderes matemáticos, Kepler procurou um padrão simples nas observações de Tycho dos planetas. Ele acabou encontrando essa simplicidade: descobriu que a órbita de cada planeta não era um círculo, como todos pensavam; mas sim uma elipse. Com os círculos de Copérnico substituídos pelas elipses de Kepler, tudo se encaixou devidamente no lugar e não eram mais necessários os tais epiciclos.


Kepler logo descobriu mais duas leis do movimento planetário: um elo entre a velocidade do planeta e sua posição na órbita, e um elo entre o período orbital do planeta e sua distância média do Sol. Foi um mestre matemático do orgulhar o Sandro Peixoto.
Kepler não tinha todas as respostas. Para começar, ele acreditava que a trajetória de um planeta era governada pelo magnetismo, a forca que faz com que a agulha de uma bússola aponte para o norte, tal erro só foi corrigido por Newton quando atribuiu o movimento planetário a gravidade, a força que governa os corpos que caem. Contudo a sua descoberta das órbitas elípticas foi um avanço. Kepler, cativo pala simplicidade e elegância do seu modelo, sabia que o sistema heliocêntrico era mais que uma conveniência matemática. Era, ele tinha certeza, a verdadeira descrição do firmamento. “Outros podem tomar a atitude que quiserem”, escreveu ele.
Kepler morreu em 1630, quando a guerra devastava a Europa. A guerra apagou todos os sinais de seu túmulo, mas sua reputação que repousa nas leis do movimento planetário e na sua perfeição do sistema copernicano estava assegurada. Graças a Kepler, o sistema solar era um lugar muito menos misterioso. Um abraço, até o próximo episódio.

Ps. o sonho do professor...

Túmulo de Isaac Newton na Abadia de Westminster


Túmulo de Galileu na basílica de Santa Cruz em Florença

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