Vidro em marte
Descoberta de região coberta pela substância é mais um indício de que o planeta vermelho pode ter sido habitado por seres vivos bilhões de anos atrás
Edson FrancoEsse tipo de vidro é formado quando o magma vulcânico é resfriado muito rapidamente. Para que isso aconteça, é preciso que ele seja quebrado em pequenos grãos durante uma explosão. No caso marciano, a hipótese mais provável é que o magma tenha entrado em contato com o gelo, que virou vapor muito rapidamente e provocou a explosão que, em velocidade recorde, espatifou e resfriou o magma. “Esses depósitos foram formados nos últimos três milhões de anos, o que faz com que as regiões em que se encontram sejam as mais jovens do planeta”, diz Briony Horgan, coautora do estudo e pesquisadora da Escola de Exploração da Terra e do Espaço da universidade.
A descoberta é mais uma evidência da presença de água em Marte (leia quadro abaixo). A diferença em relação às demais é que o calor do magma e o gelo teriam formado, pelo menos temporariamente, alguns lagos de gelo derretido. É um fenômeno parecido com o protagonizado pelos vulcões sob glaciares na terrestre Groenlândia. Só assim para abrigar vida num lugar em que a temperatura média gira em torno dos 60 graus negativos. “Esses lagos deviam ser mornos e cheios de substâncias químicas diluídas que os micróbios podem comer”, constata Briony. Agora é a vez de os astrobiólogos começarem seus estudos e, talvez, concluir que não há vida em Marte. Mas já pode ter havido.
Berçário de gigantes?
Pesquisadores chechenos afirmam ter encontrado ovos fossilizados de dinossauros, mas paleontóloga russa levanta dúvidas sobre a veracidade do suposto achado
André Julião“Deve haver muitos outros enterrados na região”, disse o geólogo Said-Emin Dzhabrailov. Segundo ele, só falta definir a que espécie pertencem os ovos. Uma resposta que a paleontóloga Valentina Nazarova, da Universidade Estatal de Moscou, tem na ponta da língua. “A história não é verdadeira. Dinossauros botavam ovos pequenos”, afirma.
Ainda segundo a pesquisadora, é bem provável que os dinossauros nunca tenham vivido no montanhoso norte do Cáucaso. “E eles não punham ovos enquanto pulavam, subindo montanhas”, afirma Nazarova. “Eu lamento muito, mas não posso ir contra a ciência”, reforça a russa. O achado teria acontecido depois que operários detonaram uma encosta a fim de abrir espaço para uma estrada.
A violência no norte do Cáucaso tem diminuído no governo do presidente Ramzan Kadyrov, que pretende ainda valorizar a região com projetos de construção multimilionários. O que pode explicar o surgimento repentino de uma atração turística. “Se eles querem criar uma lenda, deveriam dizer que os ovos foram postos por uma ave roca”, diz Valentina, citando a figura mítica de “As Mil e Uma Noites”. Só estudos isentos poderão determinar se o mundo está diante de uma das maiores descobertas científicas da história ou de um conto da Carochinha.
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