A MENTE QUE SE ABRE A UMA NOVA IDEIA JAMAIS VOLTARÁ AO SEU TAMANHO ORIGINAL.
Albert Einstein

domingo, 11 de setembro de 2011

A Semana na Ciência


O carro voador vem aí

Projeto que elimina as rodas nasce para levar ajuda a 

pessoas que moram em lugares inatingíveis pelos 

automóveis comuns

André Julião
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VISÃO
Sistema de propulsão criado por universidade
americana pode mover carros como o Hammerhead
A tecnologia favorita da ficção científica começa a ganhar asas num dos lugares mais improváveis do mundo: o Haiti. O projeto de um veículo que dispensa rodas e flutua perto do chão promete ser a solução para o transporte de pessoas, alimentos e medicamentos em locais com estradas ruins ou mesmo inexistentes. Nenhum lugar mais apropriado para começar os testes de uma invenção desse tipo do que no país devastado por um terremoto no ano passado. O governo da República Dominicana está ajudando na reconstrução do vizinho e se interessou em financiar um projeto piloto, idealizado para propiciar transporte de medicamentos, pessoas e alimentos. Mais do que revolucionário, o carro voador nasce humanitário.

O projeto, chamado de Matternet, no entanto, vai além de construir algo que saia voando como o Delorean, do filme “De Volta para o Futuro”, de 1985. O objetivo dos idealizadores, ligados à Singularity University, nos EUA, é criar todo um sistema de transporte, que poderia abranger um território tão grande quanto a África. Além dos veículos, a rede seria composta de postos de reabastecimento das baterias, movidas a energia solar. Nada mais apropriado para o continente africano, onde a maior parte da população vive em áreas rurais, em que as poucas estradas se tornam intransitáveis com uma chuva qualquer. “Queremos mudar o paradigma e perguntar: ‘Realmente precisamos de estradas?’”, diz um dos membros da equipe do Matternet, Arturo Pelayo.

O projeto ainda está no começo da primeira fase. Por enquanto, só existe um protótipo que pode voar com apenas um quilo de carga, por até três quilômetros, numa velocidade máxima de 75 quilômetros por hora. Ele flutuaria graças a quatro hélices direcionadas para o chão – ideia parecida com a do Hammerhead, projeto que nunca saiu da tela do computador e que usaria turbinas para garantir a flutuação. Outra empresa, a AeroVironment, também trabalha num projeto parecido ao do Matternet. Audi, Alfa Romeo e Honda já mostraram conceitos voadores, mas eles são mais eficientes para fazer cair queixos nos salões de automóveis do que para revolucionar os transportes.

Com o Matternet é diferente. Até o fim de 2012, os projetistas e engenheiros pretendem ter aperfeiçoado o protótipo atual, que deve percorrer dez quilômetros sem a necessidade de recarregar as baterias. Até 2021, espera-se um sistema interligado de veículos e postos de recarga das baterias, em que cada carro percorreria até 100 quilômetros, com cargas de até mil quilos, substituindo motos e caminhões (leia quadro abaixo).

“Por causa da grande utilidade da nossa tecnologia, o maior desafio será limitar as opções para uma primeira aplicação”, disse à ISTOÉ Caitlin Sparks, fundadora do projeto. “Só então poderemos dar a escala adequada para algo que certamente terá uma grande demanda mundial”, explica. O futuro chegou.  
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Roupa tecnológica

Vestido que fornece oxigênio, blusas que avisam se o ar 

está poluído e peças que evitam o assédio de paparazzi. 

Essas são algumas das novidades exibidas em feira que 

uniu ciência e moda em Nova York

André Julião e Larissa Veloso
Assista ao vídeo e conheça duas das invenções apresentadas no evento:
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8
O que faz: Cria uma bolha de ar puro ao redor do usuário
Como: Uma mangueira ligada a um pequeno tanque de oxigênio fornece o suprimento
Função: Isolar totalmente as pessoas da poluição, sem perder o estilo
Se depender da criatividade dos estilistas e das possibilidades oferecidas por novos materiais, escolher a roupa não vai ser apenas uma questão de beleza, estilo e conforto. Utilidade e consciência ambiental são outros quesitos que vão disputar espaço nos cabides e armários. E isso não é futuro, é presente. Para demonstrar, o Geek Down, um evento realizado na semana passada em Nova York, deu mostras do que pode surgir quando se une moda e tecnologia. 

Claro que o resultado dessas ideias nem sempre é convencional, mas isso não compromete a funcionalidade da roupa. Exemplo disso é o modelo denominado 8, criado pela artista Hana Newman. Composto por uma bolha e um tanque de oxigênio que protegem o usuário da poluição externa, a vestimenta talvez seja bem-vinda em um futuro apocalíptico, quando cada um de nós andará com seu próprio estoque de ar puro. Hoje, só dá para imaginar gente como Lagy Gaga desfilando com uma peça dessas.
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We-Flashy
O que faz: Brilha sempre que recebe luz de um farol de carro ou flash de câmera fotográfica
Como: Material refletivo é usado para criar estampas, que, à luz do dia, são apenas brancas
Função: Proteger ciclistas e pedestres que circulam pelas ruas durante a noite
A preocupação ambiental, principalmente com a poluição das cidades, está presente em dois inventos recentes do mundo da moda. Um deles é uma espécie de roupa catalisadora, desenvolvida pela estilista Helen Storey, da Universidade de Moda de Londres, e o cientista Tony Ryan, da Universidade de Sheffield, ambas no Reino Unido. Os materiais no tecido têm a propriedade de quebrar as partículas poluentes do ar ao redor e transformá-las em compostos químicos inofensivos à natureza. Quando a peça estiver suja, ou seja, saturada das substâncias, pode ser lavada com produtos específicos que recuperam suas propriedades originais. A outra criação “verde” são as blusas que mudam de cor de acordo com os índices de monóxido de carbono no ar. Criadas pelos designers Nien Lam e Sue Ngo, as peças usam a tecnologia para alertar sobre um perigo muitas vezes invisível. 

Para Mariana Rocha, consultora de moda e professora de estilismo da Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo, a inclusão dessas inovações na moda não é apenas inevitável, mas também traz benefícios. “O desejo pela tecnologia, que se sente principalmente por gadgets como iPhone ou iPad, também pode se expandir para as roupas. Já vemos alguns projetos como tecidos que não absorvem sujeira ou líquidos, estampas que mudam de cor conforme a temperatura ou o som, modelos com propriedades hidratantes e que recarregam energia. Se os avanços puderem acrescentar saúde e bem-estar ou economizar energia, será muito bom”, diz.
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Colar para celebridades
O que faz: Registra quantas vezes a pessoa foi fotografada
Como: Um sensor detecta o flash das câmeras e celulares e marca no contador
Função: Segundo o artista, o objeto encoraja o diálogo entre a celebridade e os fotógrafos
Há casos de gente que, em vez de correr atrás de materiais inéditos, descobre saídas tecnológicas para artefatos que nos acompanham há décadas. É o caso dos designers americanos Alex Vessels e Mindy Tchieu. Eles coletaram materiais refletivos usados por bombeiros e policiais para elaborar seus produtos. A ideia surgiu quando ambos, que são ciclistas, procuravam roupas que os tornassem mais visíveis para os carros à noite, sem parecer que estavam fantasiados de guardas de trânsito. O resultado foram modelos que parecem perfeitamente normais durante o dia e brilham à luz dos faróis. “Agora, estamos pensando em como podemos criar produtos semelhantes para pedestres e crianças”, afirma Vessels. Outro uso que ele imagina para as peças da linha, batizada de We-flashy, é proteger a intimidade de pessoas famosas, uma vez que o brilho da roupa ofuscaria os flashes disparados pelos paparazzi. 

Por enquanto, os produtos mostrados na feira em Nova York não estão à venda. Mas, se os novos materiais tecnológicos seguirem a trilha de seus congêneres de tecido, ainda nesta década vamos desfilar com roupas que nos avisem da poluição ou que forneçam nosso próprio estoque de oxigênio.
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Catalytic Clothing
O que faz: Reage com as partículas aéreas, transformando-as em substâncias inofensivas
Como: Contém catalisadores que quebram as moléculas poluentes.
A roupa pode ser “reabastecida” no momento da lavagem
Função: Purifica o ar enquanto a pessoa passeia pela cidade
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Warning SignsO que faz: Muda de cor na presença de fumaça de automóveis ou de cigarro
Como: Um sensor presente no tecido detecta o monóxido de carbono e reage a ele
Função: Como o nome diz, é um sinal de alerta para os altos níveis de poluição

Um comentário:

  1. Olá,
    Parabéns pelo belo trabalho!
    Gostei do blog, vou seguir!
    Visite o meu, se achar interessante, siga.
    Até +

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