A MENTE QUE SE ABRE A UMA NOVA IDEIA JAMAIS VOLTARÁ AO SEU TAMANHO ORIGINAL.
Albert Einstein

sábado, 5 de novembro de 2011

O Brasil nas Olimpíadas de Física e Astronomia

::: SUPER DESEMPENHO DO BRASIL NAS OLIMPÍADAS DE FÍSICA E ASTRONOMIA :::


Que a educação no Brasil vai mal todos sabemos. E notícias ruins não faltam. Quase todo dia encontramos alguma manchete em jornais ou portais da internet confirmando nossos problemas nesta área tão importante para o desenvolvimento do país. E com isso a nossa autoestima fica cada vez mais baixa e o clima de pessimismo só aumenta.
Mas é incrível como as boas notícias ligadas à educação, tão raras, passam despercebidas na grande mídia! O caminho para as mudanças começa em focarmos o que está dando certo, o que já é prova real de que há sempre uma boa saída, basta haver vontade.
Por isso este meu texto é otimista. E o mais importante: realista! Não estou viajando nem exagerando em nada. Apenas chamo a sua atenção para três exemplos muito palpáveis e recentes de que, com um mínimo de investimento e um máximo de dedicação, a educação brasileira pode ser exemplar.
Confira a seguir o excelente desempenho do Brasil nas olimpíadas internacionais de Física e Astronomia em 2011:
  • IPhO - International Physics Olympiad 2011(1)
    SBF/OBF
    Quinteto de estudantes brasileiros na IPhO 2011
    Cinco estudantes brasileiros do ensino médio conquistaram medalhas na 42ª IPhO realizada em Bangkok, Tailândia, em julho deste ano:
    Gustavo Haddad Braga - São Paulo (Ouro)
    Ivan Tadeu - São Paulo (Bronze)
    Lucas Lourenço Hernandes - São Paulo (Bronze)
    Ricardo Duarte Lima - Ceará (Bronze)
    José Guilherme G. Alves - Ceará (Bronze).

    Nosso quinteto olímpico concorreu com 394 estudantes de 84 países e obteve neste evento super disputado o primeiro ouro dentre os países da ibero-américa.
    Com essa conquista o Brasil passa a fazer parte de um grupo seleto de Medalhas de Ouro, ficando à frente de países da Europa como Itália e Suíça, e ao lado da França e da Alemanha que já têm uma larga tradição em olimpíadas estudantis internacionais.
  • OIbF - Olimpíada Ibero-Americana de Física - 2011(1)

    SBF/OBF
    Quarteto de estudantes brasileiros na OIbF 2011

    Estudantes brasileiros também fizeram bonito na 16ª OIbF realizada em Guayaquil, no Equador, entre 26 de setembro e 01 de outubro. Todos os nossos quatro representantes trouxeram medalhas:

    Kayo de França Gurgel - Ceará (Ouro)
    Lara Timbó Araújo - Ceará (Ouro)
    Miguel Augusto de Bortoli Saggin - Ceará (Prata)
    Davi Lima de Mesquita - Ceará (Bronze)

    Participaram deste evento internacional 64 estudantes de 17 paises sendo quinze países da América Latina e mais Portugal e Espanha da Europa.
    O Brasil vem participando das OIbF desde 2000 e, pelos excelentes resultados, tem mantido uma hegemonia sobre as equipes ibero-americanas de Física já tendo inclusive obtido em uma das edições o resultado inédito: a conquista de quatro Medalhas de Ouro e o Top Gold (melhor estudante da competição).
  • OLAA - Olimpíada Latino Americana de Astronomia 2011(2)

    SAB/OBA
    Delegações da OLAA no laboratório de Astronomia de Minas Gerais

    O Brasil também brilhou na Astronomia, conquistando o 1º lugar na III OLAA realizada nas cidades do Rio de Janeiro, RJ, e Passa Quatro, MG. Foi a segunda vez que nosso país sediou o evento.
    Nosso quinteto olímpico conquistou cinco medalhas:

    Rafael Bordoni - Amazonas (Ouro)
    Tábata Amaral - São Paulo (Ouro)
    Felipe Marino Moreno - São Paulo (Prata)
    Lucas Henrique Moraes - São Paulo (Prata)
    Victor Moraes de Oliveira - São Paulo (Prata)

    OLAA reuniu cerca de 40 alunos do ensino médio de oito países da América Latina: Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, México, Paraguai e Uruguai.
    Vale lembrar que esta olimpíada conta com duas provas: uma teórica e outra prática (de reconhecimento do céu).
    Com esse resultado, no total das 3 olimpíadas, o Brasil já acumula oito ouros, cinco pratas e três bronzes.

As portas de entrada para as olimpíadas internacionais são as olimpíadas nacionais em cada país. No Brasil, a OBF - Olimpíada Brasileira de Física, evento oficial da SBF - Sociedade Brasileira de Física, anualmente seleciona e treina os estudantes que vão defender o nosso país nas olimpiadas internacionais de Física. Já a OBA - Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica, evento oficial da SAB - Sociedade Astronômica Brasileira, é responsável por selecionar e treinar o time que vai defender o Brasil nas olimpíadas internacionais de Astronomia e Astrofísica.
Quero deixar aqui meus sinceros parabéns aos estudantes citados acima que brilhantemente honraram as nossas cores nestes eventos internacionais de alto nível. E ressaltar o trabalho dos coordenadores das nossas olimpíadas nacionais de Física e Astronomia aqui no Brasil: prof. Dr. Euclydes Marega Júnior do Instituto de Física da USP em São Carlos (OBF) e o prof. Dr. João Batista Garcia Canalle do Instituto de Física da UERJ no Rio de Janeiro (OBA). Parabenizo ainda a todas as comissões regionais e todos os colegas professores e respectivas escolas pelo envolvimento neste importante evento que tem a intenção clara de melhorar o nível do ensino das ciências exatas no Brasil a partir da motivação que estas competições geram.




Medalhistas da OBA: Marx, Bruno, Victor, Cayo, Fabrício, Felippe e Luis Gustavo


Dentre estes 7 medalhistas, 6 foram convidados para uma segunda "peneira" (confira detalhes aqui neste post). E Marx conseguiu vaga no grupo de elite daOBA que agora está sendo treinado à distância pela SAB e no começo do ano que vem, além de um curso presencial de aprofundamento, fará mais uma prova para a escolha dos cinco integrantes da equipe que defenderá o Brasil nas olimpíadas internacionais de Astronomia e Astrofísica.
Marx é o meu quarto aluno nesta condição super especial dentre os melhores alunos de Astronomia do Brasil. Em 2005/2006 meu aluno Andrès Mantecon Ribeiro Martano foi suplente nas equipes olímpicas brasileiras. Em 2009 meu aluno Adonis da Silva também foi finalista concorreu a uma vaga no time olímpico. Em 2010, nas mesmas condições, foi a vez do Guilherme Ferreira Faria.


Recomendo: se você é professor da área de exatas e seus alunos ainda não participam das olimpíadas estudantis de Física e Astronomia, não sabe o que está perdendo! É muito gratificante! Como educador, garanto que a experiência é incrível!

(1) Fonte: SBF/OBF
(2) Fonte: SAB/OBA
(3) Não posso deixar de lembrar dos bons tempos de parceria com o prof. Ronaldo Marin, físico e artista, que foi peça fundamental nas nossas primeiras participações em olimpíadas estudantis. Saudades do entusiasmo e da dose extra de energia do Ronaldo "Marinsky" que hoje está bastante focado nas artes atuando como docente e pesquisador no IA/Unicamp e diretor do Grupo Cena IV de Teatro além de blogueiro do O Mundo É Um Palco. Mas sei que ele continua ligado na Ciência e vibrando a cada conquista dos brasileiros nestas olimpíadas estudantis de Física e Astronomia. Ronaldo, espia só a conquista dos nossosalunos, frutos das sementes que você jogou lá atrás!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário