Encontro Regional de Ensino de Astronomia, EREA, em Bauru, SP
O 38° EREA ocorrerá na UNESP de Bauru, nas datas de 8 a 11 de maio de 2013. As inscrições estão abertas até o dia 3 de maio. Este EREA aceita trabalhos de professores da educação básica que tenham realizado alguma aula com Astronomia e desejam apresentar suas experiências em forma de pôster. Também são aceitos os trabalhos de pós-graduação sobre Educação em Astronomia. Informações sobre as inscrições, normas e a programação encontram-se no site: http://sites.google.com/site/ereaunesp2013
Encontro Regional de Ensino de Astronomia, EREA, em Presidente Prudente, SP
O 39º EREA ocorrerá na cidade de Presidente Prudente, SP, no período de 23 a 25 de maio de 2013. Os responsáveis pela organização do mesmo são Marta Mafra, mafrafm@hotmail.com,
Angel Pena, angel@fct.unesp.br. Assim que o evento tiver uma home page informaremos a todos, mas informações adicionais podem ser obtidas com a professora Marta Mafra.
Encontro de Astronomia do Nordeste, EANE, em Natal, RN
No período de 30 de maio a 1º de junho de 2013 será realizado o XIII EANE – Encontro Nordestino de Astronomia, no campus central do Instituto Federal do Rio Grande do Norte, IFRN, em Natal, RN. Todas as informações estão no site www.anra.com.br/eane/. O evento conta com o patrocínio da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica.
Curso de Introdução à Astronomia e Astrofísica, do INPE, São José dos Campos, SP
Anualmente o Instituto de Pesquisas Espaciais, INPE, em São José dos Campos, oferece um curso para professores do Ensino Fundamental e ou Médio. Este ano o curso será realizado no período de 15 a 19 de julho de 2013 e as inscrições se encerram no dia da prova da XVI OBA, ou seja, no dia 10 de maio de 2013. Todas as informações estão no site http://www.das.inpe.br/ciaa/. Esperamos que possam aproveitar.
Indicação do livro Os Segredos do Universo
No email anterior divulgamos alguns livros a pedido dos autores. Neste email estamos divulgando mais um livro do Paulo Sergio Bretones, OS SEGREDOS DO UNIVERSO, da editora Atual, o qual pode ser comprado pela internet nas livrarias virtuais, como por exemplo em http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/2636085/os-segredos-do-universo-col-projeto-ciencia
Indicação do livro "A Terra em que vivemos" de Rodolpho Caniato
Este livre nasceu como um "socorro
urgente" para os professores do ensino fundamental da Baixada Fluminense.
Ele é "irmão" do "Joãozinho da Maré". Depois
de acumular evidências sobre a grande quantidade de equívocos,
entre os professores de todos os níveis, nas profissões
liberais e até no ensino superior, era preciso pesquisar sobre a
origem de tantos mal entendidos, de tanta "tiririca". Logo ficou evidente
para os professores, alvos de pesquisa, que aquilo e como ensinavam
não resistiria aos argumentos de uma criança que fosse
induzida a pensar. Esses professores nos pressionaram a socorrê-los
com urgência. Começamos imediatamente a produzir textos
acompanhados de atividades práticas e discussões. Esses
textos foram submetidos a muitos ensaios sob muitos aspectos: simplicidade,
clareza e informações reduzidas, mas relevantes. Os primeiros
ensaios foram realizados com alunos das licenciaturas e professores de
diferentes áreas da UFRRJ. Durante os primeiros anos os textos foram
sendo produzidos e emprestados pela UFRRJ para treinamento de professores
em dezenas de escolas públicas do Estado do Rio. Só depois de
alguns anos de "provas de campo" foram transformados em livro, com muitas
edições. Aqui está, portanto, uma real
contribuição para uma abordagem alternativa de assuntos
tradicionalmente "ensinados" e raramente entendidos. Ela se aplica com uma
abordagem que enfatiza cinco verbos, associados ao processo de
construção do conhecimento: LER, DISCUTIR (falar, ouvir,
calar), FAZER (atividade experimental, também com as mãos),
ACRESCENTAR (com sua opinião ou ponto de vista) e COOPERAR (trabalho
em grupo, com atribuições). Este livro materializa uma
proposta concreta para abordagem de tópicos "obrigatórios"
nas escolas do ensino fundamental, especialmente em assuntos relacionados
à Astronomia. EDITORA "ATOMO", Rua Tiradentes,1053, Campinas, SP.
CEP.:13023-191PABX (19)3232-9340 e 32320047, http://www.grupoatomoealinea.com.br/
Edições antigas deste mesmo livro podem ser compradas na
"Estante Virtual"
Indicação do livro "No início dos tempos" de Sueli Viegas
No Início dos tempos, de Sueli
Viegas, inaugura a série o Jogo do Universo, da Editora Terceiro
Nome, projetada para narrar a história do Universo, desde o Big Bang
até os dias de hoje, e transmitir aos jovens os conceitos modernos
da astronomia. O livro aborda os primeiros instantes do Universo, quando
muito quente, muito pequeno e preenchido por pura energia (luz), inicia sua
expansão. Esta expansão provoca o resfriamento e a
formação das partículas de matéria que
constituem a base de tudo o que, hoje − 15 bilhões de anos
depois, se vê, se toca e se sente – desde o menor dos seres
até os planetas, as estrelas e as galáxias. A autora escolheu
um personagem para conduzir a narrativa: o próton, partícula
de matéria formada nos primeiros milésimos de segundos
após o Big Bang. Através de suas aventuras no espaço e
no tempo, e numa linguagem que lembra um jogo de montar, o leitor pode
seguir a formação de prótons, neutrons e
elétrons, e sua interação com as partículas de
energia pura que inicialmente constituíam o Universo. E desse jogo
de montar, no final de 500 mil anos, resultam os átomos de
hidrogênio e de hélio − primeiros elementos
químicos que aparecem no Universo. Um caderno de atividades
estará disponível em breve, para ser usado em classe. Para
chegar até os dias de hoje, estão previstos mais 3 volumes,
dos quais: o primeiro conta a saga do próton desde os 500 mil anos
até a formação das primeiras estrelas e
galáxias, quando o Universo tem cerca de um bilhão de anos; o
seguinte mostra o próton passeando pela Via Láctea: a
galáxia da qual o Sistema Solar faz parte; o último trata do
Sistema Solar. A resenha que está no site pode ser encontrada no
link: http://www.terceironome.com.br/html/No%20inicio%20dos%20tempos/resenha.htm
Ideias e tiriricas, de Rodolpho Caniato
Naquele dia o Prof. Paulo havia dado
muitas aulas. O dia havia sido muito cansativo. Muitas vezes o
cansaço o abatia e lhe lembrava algumas dúvidas que
freqüentemente preocupam a quem ensina. Quanto será que fica de
tudo aquilo que pretendemos haver ensinado. Como se dá o processo da
construção do conhecimento na cabeça dos alunos. Como,
quanto e de que forma esse processo depende do professor? Ele agora se
dirigia para os fundos do colégio onde o aguardava seu modesto
Fusquinha que o levaria para casa.
Próximo ao estacionamento havia
uma pequena horta onde geralmente estava trabalhando o "seu" Antônio,
caboclo simpático e bom de prosa. Muitas vezes, encontrar com "seu"
Antônio era para o professor uma ocasião de bater um bom papo.
Embora "seu" Antônio fosse homem de poucas letras, ele era uma dessas
pessoas que vai acumulando com os anos também uma sabedoria colhida
ao longo da estrada da vida. Muitas vezes o professor se detinha a
conversar com aquele velho homem de enxada e de mãos calejadas. Eram
cativantes aquele jeito simples de pensar e aquele linguajar caboclo, mas
sabido e alegre de "seu" Antônio.
Desta vez, no entanto, "seu"
Antônio estava meio jururú, com o semblante contrafeito. Com
aspecto cansado, de cócoras sobre os próprios calcanhares,
ele fazia seu "picadão" de fumo de rolo, usando um velho e gasto
canivete. A palha para o cigarro aguardava presa no vão da
orelha.
-Boa tarde "seu"
Antônio.
-Batarde, Fessor.
-Com é que vai "seu"
Antônio?
-Hoje tô meio encafifado,
Fessor.
-O que foi que aconteceu, "seu"
Antônio?
-Fiz um trabaião danado, Fessor,
mas pirdi tudo meu sirviço.
Vendo o desconsolo do velho amigo, o
professor se aproxima dele, disposto a ouvir as razões daquela
contrariedade. Sem parar de fazer seu cigarrinho de palha, "seu"
Antônio conta o que lhe havia "aconticido". Duas semanas antes, o
Diretor do colégio lha havia entregue um envelope com preciosas
sementes que alguém havia trazido do exterior, como coisa rara e
importante. O Diretor havia recomendado a "seu" Antônio que
caprichasse no plantio das tais sementes. As recomendações
foram por ele tomadas muito a sério e logo teve início a
importante tarefa. Escolhido o local para o canteiro, o primeiro trabalho
foi o de cavoucar o solo para remover a tiririca, aquela erva daninha quase
onipresente. À medida que ia cavoucando o solo endurecido, "seu"
Antônio ia também removendo a tiririca que infestava o
terreno. Muitas horas foram gastas naquele árduo trabalho.
Finalmente o canteiro foi tomando forma e a terra de sua superfície
foi deixada fina e macia para receber as preciosas sementes. Agora tudo
estava pronto para a delicada tarefa de colocar as sementes no solo e
cobri-las com uma camada de terrinha fina misturada com húmus.
Postas as sementes no solo, a missão havia sido finalizada com um
regador de água. Agora era só esperar a
germinação das sementes. Os dias foram se passando. Todos os
dias a semeadura recebia água e o olhar de uma ansiosa expectativa
de "seu" Antônio. Com tantos cuidados dispensados, logo deveriam
aparecer as tenras e minúsculas folhinhas daquele esperançoso
plantio. Depois de muitos dias de grande expectativa, finalmente
começam a aparecer as primeiras folhinhas, tão delicadas e
minúsculas que ainda não dava para reconhecê-las.
Aumentava a cada dia mais a expectativa e a ansiedade de "seu"
Antônio. Finalmente o canteiro começa a ficar coberto pelo
verde novo das minúsculas folhas. Mais regação, mais
cuidados. Agora já era possível reconhecer aquela
multidão de folhinhas. – Possível.....? Era tudo
tiririca. Aquela germinação tão cuidada e tão
esperada das boas sementes dera lugar a um eito de tiriricas: um verdadeiro
tirirical.
Era natural a decepção de
"seu" Antônio. Tanto trabalho e tanta dedicação
investidos pelas boas sementes e ver prevalecer a erva daninha....
Só depois de mais alguns dias, começaram a parecer umas
minguadas folhinhas diferentes e desconhecidas de "seu" Antônio.
Finalmente brotavam também, aqui, acolá, umas poucas folhas
novas. Começava a aparecer algo das tão esperadas sementes,
objeto do trabalho e da dedicação de "seu" Antônio.
Mesmo assim era decepcionante ver uma brotada muito maior da tiririca que
das boas e desejadas sementes. A essa altura "seu" Antônio havia
completado seu cigarro de palha e já o "pitava" pela metade. Sua
tristeza e seu desaponto eram bem justificados. Era muito trabalho e muita
dedicação para ver a tiririca sair na frente e muito mais
vigorosa que as sementes tão bem plantadas, tão desejadas e
tanto regadas de água e trabalho.
O Prof. Paulo havia ouvido toda a
história e já sentado sobre um velho tronco, se dispunha a
ajudar o velho amigo a superar sua decepção. Logo lhe pareceu
ver uma forte analogia entre o que sentia seu amigo semeador e o que
muitas vezes sente o professor. Lembrando-se de uma discussão de que
havia participado no ano anterior (1980), promovida por um grupo de
professores da UFRRJ, na Baixada Fluminense, parece-lhe poder ajudar a
minorar a frustração do amigo semeador.
-Seu Antônio, eu bem posso
entender sua decepção. Com os professores acontece uma coisa
bem parecida.
-Ué!, fessor também faiz
cantero?
-Não, seu Antônio,
professor não faz canteiro, mas professor também "semeia".
Não semeia sementes de plantas, mas deve semear idéias que
devem germinar e crescer na cabeça de seus alunos. Acontece que as
cabeças de nossos alunos, quero dizer, as nossas cabeças,
quando chegam à escola já trazem muitas "sementes" que foram
tomando o "solo" das cabecinhas. Muitas dessas são como tiriricas,
muito difíceis de serem extirpadas. As tiriricas que o senhor
cavoucou com seu enxadão estão há muito tempo naquele
solo do seu canteiro. Elas estão muito bem adaptadas a aquele solo e
a aquelas condições. Quando seu enxadão arrancou as
tiriricas, muitos fragmentos e "batatinhas"(bulbos) ficaram naquele solo.
Cada fragmento de tiririca que ficou no solo acabou por se transformar em
mais uma tiririca. Sem querer, seu enxadão contribuiu para maior
disseminação daquela erva daninha. Teria sido
necessário fazer uma extirpação completa da tiririca.
Isso realmente é muito difícil. Nossas cabeças quando
chegam à escola já trazem nesse "solo" uma verdadeira
multidão de sementes que vão "germinar" independentemente da
vontade do professor e daquilo que ele vai "semear". Muitas dessas
"sementes" já foram "semeadas" pela família e pelo meio em
que vivemos, desde nossa idade mais tenra. Muitas dessas são
verdadeiras "ervas daninhas", na forma de preconceitos e tantas outras
deformações. No seu caso, seu Antônio, o senhor pode
esperar para ver a brotada do que semeou e também do que não
semeou. Mesmo mais fracas, em desvantagem, talvez por serem estranhas a
esse solo, suas sementes também, apesar de tudo, brotaram. Na maior
parte das vezes, o professor não vê a "brotada" das sementes
que se empenhou em plantar. Às vezes nem quer ver o resultado.
Muitas vezes as "sementes" usadas pelo professor são fracas,
chochas, que não chegam a vingar diante de tanta "tiririca". Mesmo
quando semeamos boas sementes, elas sofrem a concorrência das
tiriricas que sempre estão mais adaptadas e há mais tempo
naquele "solo". Não bastam só o trabalho e nossas boas
intenções. Temos que saber mais sobre como funcionam as
"tiriricas", além de saber escolher as sementes e fazer que sejam
mais adaptadas ao "solo" das cabeças onde pretendemos "semear."
Claro que muitos tipos de sementes exigem um especial cuidado na
preparação do "solo". Outras "sementes" que insistimos em
"plantar" podem ser inoportunas ou mesmo inadequadas para qualquer tipo de
"solo". Algumas são até inúteis, apesar do tempo e dos
recursos que gastamos em semeá-las.
A essa altura o "picadão" de
"seu" Antonio se havia reduzido a um toco, que já ia quase lhe
queimando os beiços, tão surpreso estava com a inesperada
explicação de seu amigo professor. Ele nunca imaginara
pudesse ter algo em comum com os professores, com seus problemas e com
suas decepções. Tiriricas em nossos canteiros parecem ter
muitas coisas parecidas com os preconceitos que povoam nossas
cabeças. Às vezes nossas concepções sobre o
Mundo e as pessoas parecem estar dominadas por um verdadeiro "tirirical",
muito mais arraigado ao "solo" de nossas cabeças.
O Prof. Paulo também estava
satisfeito pelo fato de que algumas idéias suas pudessem ter
aliviado o grande desaponto de seu amigo de tantos e bons papos. Já
aparecia até um esboço de sorriso naquele rosto enrugado pelo
sol e pelos muitos anos de trabalho na terra. Mas o tempo havia passado.
Já caia a noite e era hora de cada um ir para sua casa.
-Até amanhã, seu
Antônio.
-Té manhã,
fessor...........
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