A MENTE QUE SE ABRE A UMA NOVA IDEIA JAMAIS VOLTARÁ AO SEU TAMANHO ORIGINAL.
Albert Einstein

domingo, 26 de setembro de 2010

A semana na Ciência

Amigos, estamos chegando próximo da 100ª postagem; obrigado pelas 640 visitas contadas à partir do domingo passado. Nos ajude a escolher um novo nome para o blog no link postado. Boa semana.

A semana 1 - arqueologia do ar

Pesquisadores montam estrutura na Amazônia para entender como era a atmosfera antes da revolução industrial


Cientistas do Brasil, da Alemanha e dos EUA montaram uma torre de 40 metros em plena Floresta Amazônica para coletar algo raro no nosso planeta: ar 100% livre de poluentes. O estudo vem sendo desenvolvido há 25 anos pela Universidade de São Paulo (USP) e tem a parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), a Universidade de Harvard, nos EUA, e o Instituto Max Planck, da Alemanha.

“Além da Antártida, a Amazônia é o único local no planeta onde podemos observar o ar exatamente como ele era há 200, 300 anos”, afirma o pesquisador do laboratório de física da atmosfera do Instituto de Física da USP, Paulo Artaxo, que coordena o projeto. Sem os poluentes encontrados nos centros urbanos, que acabam impedindo uma visão clara do mecanismo de formação e condensação das nuvens, os cientistas podem ter uma ideia de como a nossa atmosfera era antes da revolução industrial e saber como as partículas se comportam sem a presença de poluentes.

O ar limpo da Amazônia vai servir como uma espécie de “grupo de controle” para determinar os efeitos que a poluição e outras mudanças causadas pelo homem podem ter no meio ambiente. “Para fazer previsões de clima do futuro, precisamos compreender o clima do passado”, diz Artaxo. A principal descoberta nesse contexto diz respeito à composição das nuvens. Os cientistas conseguiram medir o tamanho da influência da floresta no clima. De acordo com o estudo, as plantas emitem micropartículas na atmosfera que são diretamente responsáveis pela formação das nuvens.

DESBRAVADORES
Uma torre de 40 metros foi instalada para coletar partículas aéreas na floresta


“A floresta altera o clima e o clima altera a floresta, o que já era de certa forma conhecido. Mas agora conseguimos medir isso de maneira física, biológica e química”, explica o pesquisador da área de química ambiental da Universidade de Harvard, Scot Martin. Isso também ajuda a compreender a gravidade dos danos causados pela ação humana. A alta atividade biológica controlando processos atmosféricos da região Amazônica mostra que os seres vivos de nosso planeta de certo modo moldam o meio ambiente de acordo com suas necessidades. Mas, quando a poluição industrial domina, esses mecanismos são suprimidos.

Um dos gases encontrados no ar da floresta foi o aerossol. Ali, a substância não tem o papel de vilão atribuído por quem está acostumado a evitar as latas de spray de CFC (clorofluorcarboneto). Isso porque na atmosfera da floresta a concentração é 100 vezes menor do que nos centros urbanos, e a substância acaba contribuindo no processo de formação das gotículas que compõem as nuvens.




A semana 2 - Roupa íntima

Estilista e engenheiro se unem para produzir um tecido com spray que compõe camisetas e que pode se transformar numa forma eficaz de tratar ferimentos.

À FLOR DA PELE
Estilista fabrica camiseta com spray; peça é a primeira do tipo que é reutilizável


O evento Spray-on Fashion, realizado na semana passada em Londres, tem pelo menos uma diferença fundamental com qualquer outro desfile de moda no mundo: nenhuma das roupas apresentadas precisou de agulha e linha para ser confeccionada. Antes de se tornarem a última tendência da moda, eram nada mais do que um líquido branco que, aplicado em forma de spray no corpo dos modelos, se transformou em tecido. A criação é do estilista espanhol Manel Torres, em parceria com o engenheiro químico Paul Luckham, do Imperial College, da capital inglesa. É o primeiro invento do tipo que, depois de lançado sobre o corpo, pode ser lavado e vestido novamente.

O líquido é composto por pequenas fibras misturadas a um solvente e dispersas em spray, por uma lata ou por um compressor. As fibras são misturadas com um polímero que as une umas às outras, formando um tecido. Para variar a textura, basta usar diferentes fibras como as sintéticas, lã ou linho. O líquido sai do recipiente numa temperatura muito baixa, por isso seca assim que toca a pele. A desvantagem é que isso impossibilita que ele seja usado em calças ou peças mais elaboradas.
“Eu queria um material futurista, sem costura, rápido de obter e confortável”, disse Torres ao jornal inglês “The Guardian”. Numa demonstração, ele produz uma camiseta masculina em 15 minutos. O estilista-cientista conta ainda que se inspirou em tecidos antigos como feltro, produzidos ao manter fibras unidas sem costurá-las.

As roupas mostradas em Londres são uma propaganda. O objetivo de Torres e Luckham é usar a tecnologia principalmente para fins médicos, tanto que eles fundaram uma empresa para comercializar o produto, a Fabrican Ltd. A ideia é que o spray possa ser usado como uma bandagem inteligente. Ele seria e aplicado diretamente no ferimento, sem a necessidade de fazer pressão sobre uma pele queimada, por exemplo, muito sensível e sujeita a infecções. Além disso, medicamentos poderão ser misturados à fórmula. É o fim do kit esparadrapo e gaze.




A semana 3 - "Cientistas explicam milagre de Moisés"


Dois pesquisadores americanos deram base científica a uma das mais conhecidas passagens da “Bíblia”: aquela que se refere à suposta abertura do mar para que o profeta Moisés e seus seguidores conseguissem atravessá-lo na fuga do Egito. Diz o Antigo Testamento que nesse momento soprava “um forte vento do leste”. Pois bem: Carl Drews, do Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas dos EUA, e Weiqing Han, da Universidade do Colorado, mergulharam anos a fio no estudo desse fenômeno. Asseguram que ventos de mais de 100 km/h varreram a desembocadura do rio Nilo por 12 horas consecutivas, abrindo uma passagem de cerca de 3,2 km de comprimento e quase 5 km de largura – foi por aí que o povo passou, segundo a “Bíblia”, em 1250 a.C. Detalhe importante: os cientistas garantem que não foi o mar Vermelho que se abriu, mas um grande e raso braço do rio Nilo – com somente dois metros de profundidade, a ponto de os ventos “empilharem” a água.

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