A MENTE QUE SE ABRE A UMA NOVA IDEIA JAMAIS VOLTARÁ AO SEU TAMANHO ORIGINAL.
Albert Einstein

sábado, 8 de outubro de 2011

Nobel de Física 2011

::: A EXPANSÃO ACELERADA DO UNIVERSO: NOBEL DE FÍSICA 2011 :::

NobelPrize.Org

Nobel de Física 2011: Saul Perlmutter, Brian P. Schmidt e Adam G. Riess

Desde as primeiras décadas do século passado, a partir do trabalho do astrônomo americano Edwin Powell Hubble (1889-1953), sabemos que o Universo está em expansão.

Esta concepção de um Universo que infla, apesar de confirmada experimentalmente por Hubble, era bastante revolucionária para a época e ratificava a ideia de que o Universo teve um começo, o que costumamos chamar de Big Bang. A Lei de Hubble previa um Universo se expandindo como um balão que infla num determinado ritmo. Modelos cosmológicos posteriores previram que, dependendo da massa total do Universo, valor que desconhecemos, esta expansão poderia continuar para sempre, poderia aumentar, ou mesmo diminuir, revertendo o processo de expansão e fazendo o Universo encolher até um Big Crunch, ou seja, colapsando em si mesmo.

Albert Einstein (1879-1955), que não gostava da ideia de um Universo se expandindo, criou uma constante cosmológica, um número que "na marra" cancelava a expansão do Universo. Ele mesmo reconheceu depois que havia "errado". Mas teria ele, de fato, errado?

Pesquisas bem mais recentes continuam afirmando que o Universo se expande. Isso parece ser ponto pacífico. Mas descobriu-se que a expansão está acelerando. Em outras palavras, a taxa de inflação da "bolha" do Universo aumenta enquanto o próprio Universo se expande. Assim, se hoje o Universo sofreu uma expansão no seu volume de uma quantidade ΔV, amanhã, num mesmo período de tempo, vai expandir um pouco mais do que o ΔV de hoje porque a expansão em si está aumentando, não é contante. E assim, com o passar do tempo, o Universo não só fica maior como cresce numa taxa cada vez maior. Dá para entender isso?

E o incrível desta história é que a aceleração da expansão do Universo de certa forma resgata a constante cosmológica de Einstein, só que agora não com a função de pisar no freio do Universo para cancelar a tendência inflacionária, mas de apertar firme o pedal do seu acelerador aumentando a taxa de expansão(*).
Não se sabe exatamente o que provoca esta aceleração. Deve ser alguma forma de energia cuja origem ainda permanece obscura para a Ciência. Na dúvida, os cosmólogos chamaram-na de Energia Escura. Mas eles loucos para desvendar mais este segredo da natureza.

E é justamente a pesquisa sobre a expansão acelerada do Universo que acaba de receber o Nobel de Física 2011. As medidas foram feitas observando estrelas supernovas distantes. E os laureados são os americanos Saul Perlmutter que ficou com 50% do prêmio enquanto Brian P. Schmidt e Adam G. Riesss dividiram a outra metade.

Ontem eu estava bastante curioso para saber quem e o que levaria o Nobel de Física 2011. E fiquei satisfeito até porque Cosmologia, premiada com Nobel pela última vez em 2006, é um assunto bem bacana e que muito me é caro!

(*) 1. Grandes cientistas, mesmo errando, acabam acertando. Vejo isso como uma lição. Acabam acertando porque não têm medo de quebrar paradigmas! Anote aí, isso vale pra vida!
2. E não posso deixar de comentar ainda que o "suposto erro de Einstein na Relatividade Restrita" virou figurinha fácil nestes últimos dias por conta do experimento OPERA que parece ter medido neutrinos viajando com velocidade superior à da luz no vácuo (role a página e veja posts que fiz sobre o assunto). Em Ciência é assim! Não tem certo ou errado! Tem funciona ou não funciona. E vamos testando e aproveitando o que "serve" e descartando o que "não serve", sem medo de errar! 



Fonte prof. Dulcidio Braz Júnior

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