Entrelaçamento quântico
De acordo com a física quântica, o entrelaçamento é um fenômeno que faz com que um conjunto de partículas elementares compartilhe certas características ainda que não haja nenhuma ligação física entre elas. Assim, duas partículas distintas se comportariam como uma só, mesmo estando muito distantes entre si. Esse complexo conceito era questionado até mesmo por Albert Einstein, que classificava-o como uma "ação fantasmagórica à distância".
Para observar com precisão um objeto quântico, os físicos precisam encontrar sua função de onda (descrição de seu estado que existe em uma superposição de todos os possíveis valores físicos que um fóton pode assumir). O entrelaçamento representa um desafio para tentar descobrir a função de onda de duas partículas conectadas, já que qualquer medição em uma também causa uma mudança instantânea na outra. Para executar essa tarefa, os físicos geralmente usam um método conhecido como tomografia quântica.
Esse processo normalmente envolve medições complexas que introduzem a "dimensionalidade", o número de propriedades ou características distintas que um sistema quântico pode possuir e pelas quais pode ser medido. Experimentos anteriores envolvendo a tomografia quântica para medir o estado quântico de alta dimensão de dois fótons entrelaçados costumavam levar horas ou até mesmo dias para serem concluídos. Os pesquisadores dizem que o processo é demorado porque é como reconstruir a forma de um objeto 3D a partir das sombras 2D que ele projeta nas paredes.
Na óptica clássica, entretanto, existe outra maneira de reconstruir um objeto 3D. Esse método se chama holografia digital e se baseia no registro de uma única imagem, chamada interferograma, obtida pela interferência da luz espalhada pelo objeto com uma luz de referência. O holograma se forma a partir do padrão de interferência da luz, ou do padrão no qual os picos e vales das duas ondas de luz se somam ou se cancelam.
Os pesquisadores usaram uma câmera capaz de fazer imagens com precisão de nanossegundos para registrar o experimento. O resultado foi a imagem dos dois fótons entrelaçados como se fossem um símbolo de "Yin-Yang". “Este método é exponencialmente mais rápido que as técnicas anteriores, exigindo apenas minutos ou segundos em vez de dias", disse Alessio D’Errico, pesquisador da Universidade de Ottawa e um dos coautores do estudo.
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