A MENTE QUE SE ABRE A UMA NOVA IDEIA JAMAIS VOLTARÁ AO SEU TAMANHO ORIGINAL.
Albert Einstein

domingo, 1 de maio de 2011

A Semana na Ciência

O maior telescópio do mundo

Consórcio internacional avança nos planos de construir rede

gigante de antenas que podem até encontrar vida em outros 

planetas

André Julião
O universo promete ser menos misterioso em poucos anos. Um consórcio de oito países avança no projeto de construir o maior radiotelescópio do mundo. Quando ficar pronto, o Square Kilometer Array (SKA) será uma rede de antenas que poderá captar sinais de rádio há mais de 13 bilhões de anos-luz da Terra. Tamanha potência pode responder questões fundamentais sobre o cosmos, entre elas, como era o universo antes das primeiras estrelas se formarem e mesmo se há vida em outros planetas. Uma carta de intenções foi assinada em abril por representantes da Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, França, Alemanha, Itália, Holanda, Reino Unido e China. Pelo menos mais quatro países estão interessados em ingressar no consórcio.
Radiotelescópios como o SKA são projetados para detectar muito mais ondas do que os telescópios com grandes lentes. Para captar sinais suficientes, a rede de antenas precisará de uma área de cerca de um quilômetro quadrado – já que ainda é impossível construir uma só antena desse tamanho. “Além disso, uma estrutura assim pode se espalhar por uma grande área, o que resulta numa melhor resolução – e em uma imagem muito mais nítida do céu”, disse à ISTOÉ John Womersley, um dos idealizadores do projeto e diretor do conselho de instalações científicas e tecnológicas do Ministério da Ciência britânico.
O SKA deve ser construído na África do Sul ou na Austrália. Caso as obras comecem em 2015 ou 2016, como está previsto, deve ficar pronto em 2020. Outras estruturas semelhantes existem nos EUA e na Holanda, mas nenhuma delas é tão grande.
A nova rede terá o poder de detectar ondas há 13 bilhões de anos-luz de distância, que estão viajando desde que o cosmos tinha algumas poucas centenas de milhões de anos (hoje ele tem cerca de 13,5 bilhões de anos), época em que as estrelas nem sequer haviam se formado. Tamanha precisão será ainda capaz de detectar – se houver – sinais de rádio emitidos por outros planetas. Trata-se de um indício decisivo para sabermos se estamos ou não a sós no universo.
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Segurança sem mortes


Novos modelos de armas não letais ajudam a combater a 

violência com inteligência e cada vez menos riscos

Rafael Teixeira
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DE BOLSO 
As novas armas com balas de borracha são cada vez mais compactas
Bolas que parecem bexigas com areia que se expandem ao atingir algo ou alguém, poderosas fontes de luz e sprays que lançam substâncias aderentes e fedorentas. Parece que estamos falando de brinquedos, mas a referência são arma­men­tos não letais. “Em 90% dos casos, o po­­licial ou o segurança não precisam usar ar­ma de fogo. Mas, se é só isso que eles têm, é isso que vão usar”, diz Ricardo Balestreri, ex-secretário nacional de Segurança Pública e membro do Comitê Nacional de Educação para os Direitos Humanos.
Recomendado oficialmente pela ONU, o uso desse tipo de artifício ganha terreno graças à ajuda fundamental de novas tecnologias. Nos países desenvolvidos, oficiais dos principais depar­tamentos de polícia normalmente carregam duas armas: uma de fogo e outra de choques elétricos – o chamado taser –, que dispara dardos capazes de deixar um indivíduo desacordado. Por aqui, a utilização de ar­mamentos que não matam ainda não é os­tensiva, mas há avanços – tanto que as prin­cipais novidades da área foram apresentadas em feira no Rio de Janeiro recentemente.
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CLARIDADE 
A granada acima cega e ensurdece temporariamente
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IMPACTO 
Encomendada pela ONU, a munição se expande no ar para derrubar seus alvos
Segundo Balestreri, o spray de pimenta já é adotado por polícias e guardas municipais de todas as capitais do País. Agora, um equi­pa­mento parecido, que lança uma espécie de gosma, chega ao mercado. Feito com óleos e resinas vegetais, o produto não tem ação tó­xica, mas uma viscosidade tal que gruda na pele e em roupas (leia quadro). Entre as outras tecnologias desenvolvidas com o objetivo da desorientação momentânea destaca-se o chamado “dispositivo acústico de longo alcan­ce”, que emite uma onda sonora de 150 decibéis – para um ser humano, o máximo suportável é de 130 db – e o Active Denial System, que dispara uma radiação eletro­magnética na faixa de micro-ondas, gerando sensação de calor extremo, mas sem queimar.
Já as novas armas com munição de borracha podem até derrubar um agressor, dependendo da distância do alvo e da potência do armamento. Uma das novidades no segmento é uma pistola semiautomática capaz de comportar até 12 projéteis e indicada para uso à distância de até 15 metros. Sua vantagem sobre armamentos similares é a portabilidade, já que antes só era possível disparar balas de borracha com lançadores do tamanho de escopetas. Também fabricada no Brasil, uma munição que mais parece uma bexiga recheada com um material granulado tem a capacidade de se expandir no impacto como uma massa de pizza, alcançando 7 cm de diâmetro. A munição foi desenvolvida a pedido da ONU, que a empregou na missão de paz no Timor Leste. Nada mais apropriado para uma arma que zela pela vida.
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