A MENTE QUE SE ABRE A UMA NOVA IDEIA JAMAIS VOLTARÁ AO SEU TAMANHO ORIGINAL.
Albert Einstein

quinta-feira, 24 de março de 2011

O medo Nuclear - Parte 2


A volta do medo nuclear - Parte 2


O mundo inteiro entra em alerta, temendo que o vazamento

atômico na usina Fukushima I, no Japão, espalhe uma nuvem 

radioativa pelo planeta

Delmo Moreira e Luiza Villaméa

Um novo costume também foi incorporado aos hábitos dos moradores do país: observar a direção dos ventos. Enquanto eles soprarem na direção do Oceano Pacífico, acreditam os japoneses, diminuem os riscos de uma contaminação radioativa pelo ar. Nos Estados Unidos, essa é a direção que alarma. Tanto que o presidente Obama, na quinta-feira 17, tratou de anunciar que não esperava que níveis perigosos de radiação atingissem o país, “seja a costa Oeste, o Havaí, o Alasca ou os territórios americanos no Pacífico”. Mesmo assim, a principal fabricante de cápsulas de iodeto de potássio, que diminui o impacto da radiação no organismo humano, avisou que seus estoques estão praticamente esgotados em decorrência da crise em Fukushima I. No Japão, sabe-se ainda que a neve e a chuva que caem no entorno da usina podem ajudar a contaminar o solo, tornando impraticável a tradicional agricultura de arroz. Daqui para a frente, qualquer produto alimentício exportado pelo país precisará passar pelo escrutínio radioativo. O Brasil anunciou que não tomará nenhuma medida especial nesse sentido.
Os efeitos da radiação atômica sobre os seres humanos começaram a ser identificados pelos japoneses antes mesmo de eles saberem que a bomba de urânio lançada sobre Hiroshima levava o apelido de Little Boy e que a bomba de plutônio responsável pela devastação de Nagasaki era chamada pelos soldados americanos de Fat Man. Em setembro de 1945 médicos da Cruz Vermelha em Hiroshima começaram a formular uma teoria sobre a natureza da nova enfermidade. O primeiro estágio era acachapante: 60% das vítimas tinham morrido queimadas pelo calor de 6 mil graus centígrados que a bomba provocou no solo. Um mês depois, os médicos começaram a notar que mesmo aqueles que haviam sobrevivido sem ferimentos à explosão começavam a revelar sintomas como anemia, fadiga, perda de cabelos, alterações sanguíneas e febre altíssima. Espalhou-se, então, o boato que a bomba havia depositado um tipo de veneno sobre a cidade que ia se desprendendo aos poucos. Era a radiointoxicação, a mesma ameaça que paira sobre aqueles expostos à radioatividade de Fukushima I. Dependendo do grau de contaminação, seus efeitos vão da morte imediata a alterações na estrutura das células, podendo provocar câncer.
O espírito pragmático, a obediência civil e a fé cega dos japoneses na tecnologia podem explicar como um povo que conheceu o poder atômico por seu lado mais macabro, ingressou de forma tão avassaladora no uso da energia nuclear. Fukushima I abriga apenas seis dos 55 reatores atômicos do Japão. A usina completa 40 anos no próximo dia 26. No começo dos anos 1970, quando foi instalada na região, chegou como símbolo de redenção econômica, já que as minas de carvão da região haviam entrado em decadência. Hoje representa o inferno pelo qual já passaram Hiroshima e Nagazaki. Na sexta-feira 18, nem o restabelecimento da linha de transmissão de energia que pode viabilizar o resfriamento dos reatores amenizou a crise. Na sequencia, a agência nuclear japonesa admitiu que o acidente tinha “conseqüência de maior alcance” que local. Pouco depois, imagens de Tóquio eram exibidas na tevê. Os raros moradores que passavam por uma avenida semideserta usavam máscaras e carregavam sacolas com víveres. De tempos em tempos, um solitário gari pegava com uma pinça de madeira um pedacinho de papel jogado no chão. Apesar da crise, não havia nenhum tumulto. E a cidade permanecia limpíssima.
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Não estacione em local proibido na Rússia…



O pessoal lá é muito estressado.


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