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Um terremoto de 8,9 graus na escala Richter atingiu o Japão às 14h46 de hoje (11). O epicentro do abalo ocorreu em uma zona marítima do Oceano Pacífico, 130 quilômetros ao leste da cidade de Miyagi Ken. O tremor também foi sentido em Tóquio, capital do país. O sismo gerou um grande tsunami e deixou pelo menos 20 mortos e vários feridos.

A magnitude do abalo principal é de 8.9, o que faz deste terremoto o sétimo maior de toda a história. Mas inúmeros

outros abalos mais fracos, chamados réplicas, foram registrados com magnitude menor do 5.

O mais intenso terremoto da história aconteceu em maio de 1960 no Chile e atingiu magnitude 9,5..

O terremotos abriu fendas no solo na cidade de Yabuki no Japão

Após a ocorrência das calamidades, o governo japonês decidiu imediatamente criar um departamento de resposta de emergência responsável pelo contato com as regiões atingidas pelo sismo.

Segundo as estatísticas de monitoramento divulgadas pela China, é possível que o tsunami causado pelo terremoto chegue às regiões costeiras do leste de Taiwan e das províncias de Guangdong e Fujian na noite. Porém, a calamidade não causará muitos impactos nestas zonas.

::COMO ACONTECEM OS TERREMOTOS

Terremotos, sismo ou abalos sísmicos, como também são conhecidos, são tremores bruscos e Pssageiros que afetam a superfície da terra e a sua grande maioria são causados por choques subterrâneos de placas rochosas (placas tectônicas). Outros motivos podem ser o grande deslocamento de gases, atividades vulcânicas e ação antrópica (causados pelo homem), porem os causados pelo movimento das placas tectônicas são os terremotos mais intensos.

O terremoto no Haiti ocorreu devido ao movimento lateral das placas do Caribenha e da Norte-Americana.

O terremoto no Haiti ocorreu devido ao movimento lateral das placas Caribenha e da Norte-Americana.

Estas placas normalmente se movimentam: afastando-se, colidindo ou deslizando uma sobre a outra. Quando duas placas se chocam ou se raspam, elas geram um acumulo de energia e esta energia é liberada através de ondas sísmicas, o que provoca o terremoto.

Vamos entender melhor? Imagine que você tem uma régua na mão. Se você curvar um pouco a régua, você sentirá uma tensão (uma força) deste objeto contra seu dedo. Se você soltar uma das pontas, a tensão fará a régua vibrar. A maioria dos terremotos acontece quando essa tensão é liberada.

É como se essas placas, ao se chocarem, exercessem uma pressão entre elas, mas ficam presas entre si. Em um determinado momento, essa força acumulada entre elas, vence o atrito e provoca um rápido deslizamento e libera a energia acumulada. Essa energia liberada desencadeia uma seqüência de ondas de choque e causam os tremores na terra.

Existem também os terremotos causados pelo homem, que se originam de explosões, extração de minérios, água, fósseis entre outros, mas neste caso, os tremores são de magnitudes bem inferiores.

O terremoto no Chile ocorreu devido o mergulho da placa de Nasca sob a placa Sul-Americana.

Já que falamos em magnitudes, os sismógrafos são os aparelhos utilizados para registrar a hora, a duração e a amplitude das vibrações. A escala Richter é a mais conhecida e varia de 0 à 9 pontos. Os terremotos de magnitude inferiores a 3,5 quase não são sentidos, os que estão entre 6,1 e 6,9 afetam uma área de até cem quilômetros do epicentro e os acima de 8,0 são destrutivos por um raio de centenas de quilômetros.

Dois exemplos de terremotos recentes que tiveram uma destruição muito grande, foram os que ocorreram no Haiti e no Chile. Oterremoto no Haiti teve magnitude de 7,0 na escala Richterenquanto que no Chile teve magnitude 8,8. O que ocorreu no Haiti teve conseqüências mais pesadas do que o do Chile, pois o epicentro foi a 25km de distancia da capital do país e a 15km de profundidade, enquanto que no Chile, o epicentro foi a 40km da costa (325km da capital do país) e a 50km de profundidade.

O maior terremoto da historia registrado cientificamente ocorreu no Chile, em 1960, com 9,5 pontos na escala Richter. Esse terremoto teve reflexos no mundo inteiro, incluindo a erupção do vulcão Puyehue.

:: A Escala de Magnitudes

A magnitude M de um terremoto é definida por uma escala logarítmica que compara a amplitude A do terremoto registrado com a amplitude A₀ de referência, ou seja, a menor amplitude que pode ser medida pelo sismógrafo. Assim podemos escrever M como sendo:

Usando propriedades logaritmicas podemos escrever:

A expressão acima nos diz que a cada magnitude M a amplitude do terremoto cresce por um fato de 10^M. Assim:

Num terremoto com magnitude M = 1 temos A = 10¹.A₀ = 10A₀
Num terremoto com magnitude M = 2 temos A = 10².A₀ = 100A₀
Num terremoto com magnitude M = 3 temos A = 10³.A₀ = 1000A₀
... e assim por diante

A tabela abaixo nos mostra a amplitude relativa das ondas sísmicas registradas para M = 0, 2,..., 9.

Para efeito de comparação, na semana passada houve um terremoto de cerca de 5 graus de magnitude na China. Este de hoje no Japão, com quase 9 de magnitude, num cálculo grosseiro, teve a sua amplitude registrada 10^9-5= 10⁴= 10000 vezes maior, ou seja, foi cerca de 10000 vezes mais intenso.

:: Como se forma a onda gigante?

Após o abalo de magnitude 8.9 no Japão foi emitido um alerta de Tsunami, ou seja, a perigosa possibilidade de formação de ondas gigantes que poderiam arrasar a costa japonesa. E, infelizmente, o fato se confirmou. Foram medidas ondas violentas de cerca de 10m de amplitude que arrastaram carros, barcos, edificações e tudo o que encontravam pela frente no nordeste japonês.

Estas ondas podem viajar pelo oceano e atingir outros continentes, inclusive o americano. Por isso o alerta de tsnunami é mundial e foca pelo menos vinte países com maior risco de serem atingidos por ondas gigantes.

A formação desta onda gigante pode ser explicada por equações simples da Ondulatória. A primeira delas diz respeito à velocidade v de propagação da onda na superfície da água:

onde g é a gravidade local e h é profundidade do oceano.

Um abalo sísmico com epicentro no fundo do mar pode dar início a uma onda que se propaga na superfície da água com velocidade inicial v. Mas na medida em que a onda se aproxima da costa, a profundidade h do oceano diminuiu. Pela equação acima deduzimos que com a diminuição de h, uma vez que g é constante, a velocidade v de propagação da onda será também menor.

E aí entra outra importante equação nos dá a energia E que a onda que se propaga na superfície da água transporta:

onde K é uma constante de proporcionalidade, v é a velocidade de propagação da onda na superfície da água e a A a amplitude da onda.

Sabemos que E é (praticamente) uma constante. Assim, se v diminui, para compensar e manter o valor constante de E, a amplitude A tem que crescer. É Físico. E matemático! E é aí que reside o perigo. A onda cresce atingindo valores enormes de amplitude A.

Conclusão: quando mais perto da costa, menor a profundidade h do mar e, portanto, menor a velocidade v da onda o que faz com que a amplitude A da onda cresça, atingindo valores enormes. No caso do terremoto de hoje no Japão foram registradas, como dito acima, ondas gigantes de A = 10m.

Veja nesta postagem um exemplo numérico calculado passo a passo para uma onda que começou com amplitude de 1m em alto mar e chegou à costa com amplitude cinco vezes maior.