A MENTE QUE SE ABRE A UMA NOVA IDEIA JAMAIS VOLTARÁ AO SEU TAMANHO ORIGINAL.
Albert Einstein

domingo, 12 de junho de 2011

A Semana na Ciência


Vida nas nuvens

Novo serviço criado pela Apple promete consolidar de vez a era da computação livre de discos rígidos - e aumenta ainda mais a influência da empresa sobre seus clientes

André Julião
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SHOWMAN
Jobs apresenta o iCloud em evento na segunda-feira 6
Steve Jobs escapuliu de novo de sua licença médica para ditar mais uma nova onda do mercado de tecnologia. O detalhe é que o iCloud, principal lançamento anunciado pelo presidente da Apple na segunda-feira 6, não é exatamente novo. O serviço, porém, chega para consolidar a tendência de os usuários confiarem às companhias de internet o armazenamento de seus arquivos, como milhões já fazem no Gmail, no Hotmail e no Facebook, por exemplo. É a chamada era da “computação na nuvem”, termo que compara a grande rede a um universo digital que paira sobre nossas cabeças.

O atrativo agora é que os usuários terão uma plataforma de uso mais intuitivo e acessível em até dez aparelhos da Apple. A partir de setembro, o iCloud funcionará da seguinte forma: o usuário – que não paga para armazenar até 5 gigabytes de arquivos – baixa uma música, filme ou documento em seu iPhone, iPad, iPod ou computador da linha Mac. Ele o salva no iCloud e então pode acessá-lo em qualquer uma das máquinas quando estiver conectado à internet.

“Se você disser aos consumidores que eles poderão ter acesso ao seu conteúdo em qualquer computador ou celular, todos entenderão na hora”, disse ao jornal inglês “Financial Times” Brian Hall, executivo da Microsoft. Segundo ele, três itens são essenciais nesse tipo de serviço: facilitar a transferência de dados para a nuvem, a conexão com os demais serviços que o usuário utiliza e o acesso por meio de qualquer dispositivo – ninguém, diz Hall, chegou lá até o momento.

Uma limitação para o iCloud é a necessidade de conexões velozes de internet – o que, pelo menos no Brasil, continua sendo quase uma utopia. Corre-se o risco, também, de ter uma quantidade ainda maior de informações e arquivos pessoais acessada por hackers ou usada indevidamente pela própria Apple. Os atrativos, porém, ainda se sobrepõem aos riscos.

No futuro, aliada à maior velocidade das conexões de internet, a “nuvem” pode fazer com que os aparelhos se tornem cada vez menores, pois não precisarão armazenar os dados em discos rígidos, como ocorre hoje. Com o iCloud, a Apple usa ainda outra estratégia conhecida de seus produtos anteriores: a sensação de fazer parte de um clube – já que a maioria das aplicações do serviço é exclusiva para os produtos da Apple.

O especialista em Apple e Microsoft da revista “Wired”, Brian Chen, resumiu da seguinte forma a estratégia, chamada por ele de “lock in” (fechada, numa tradução livre). Se você é um usuário do iPhone hoje, como poderá resistir a comprar um Mac ou iPad? Por que compraria um computador com Windows ou um tablet ou smartphone com Android (sistema operacional do Google)? E se é um usuário do iCloud, por que usaria outros serviços de armazenamento na nuvem, como o Dropbox ou o Google Docs, se a tecnologia Apple reúne tudo de forma otimizada para você?

“As novidades da Apple foram produzidas para fazer as pessoas se sentirem um lixo se elas não forem usuárias da marca”, resumiu Brian. Com o iCloud, tudo o que o usuário salvar numa máquina da Apple estará automaticamente salvo em todas elas. Novamente, a ordem foi dada: concorrentes, à luta. 
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O nosso vulcão-problema

Depois de entrar em erupção no Chile, o Puyehue cobre boa parte da Argentina com 

seus detritos e gera caos nos aeroportos de cinco países. Só no Brasil foram mais de 200 

voos cancelados

Larissa Veloso
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FÚRIA
A coluna de fumaça e detritos do vulcão Puyehue atingiu 12 quilômetros de altura
Em seis dias de atividade do vulcão Puyehue, no sul do Chile, os voos cancelados nos aeroportos brasileiros passavam de 200, conforme balanço da Infraero. A nuvem de cinzas expelida pelo vulcão a uma altura de 12 quilômetros foi carregada pelo vento nas direções leste e nordeste (veja quadro a seguir). Partículas foram detectadas no Rio Grande do Sul na terça-feira 7, e aeroportos do Brasil, Chile, Argentina, Paraguai e Uruguai foram fechados, num raio de até 2,3 mil quilômetros de distância da cratera. Mais uma vez, a natureza demonstra força e nos coloca à sua mercê.


Composta de gases tóxicos e partículas de sílica, material semelhante ao vidro, as cinzas podem facilmente danificar os aviões comerciais. Caso entrem nas turbinas das aeronaves, o risco é de que o material derreta e impeça o funcionamento dos motores. Além disso, de acordo com o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes da Aeronáutica (Cenipa), a nuvem pode prejudicar a visibilidade dos pilotos durante o voo. Em nota, a instituição esclareceu que está monitorando o avanço das cinzas junto ao escritório argentino da organização internacional Volcanic Ash Advisory Centers, responsável pelo acompanhamento desse tipo de situação.


Segundo o professor Antonio José Ranalli Nardy, especialista em rochas vulcânicas da Universidade Estadual Paulista (Unesp), a distância percorrida pelas cinzas está ligada às características do Puyehue. “Esse vulcão é do tipo explosivo. Gera uma coluna de fumaça que pode chegar facilmente a 20 quilômetros de altura. Como são pouco densas, essas partículas são carregadas pelo vento em qualquer direção”, explica.
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SOLO
Centenas de voos foram cancelados na Argentina, no Uruguai, Paraguai,
Chile e Brasil. Acima, avião coberto de cinzas em Bariloche
O episódio lembra os ocorridos na Islândia em abril de 2010 e no mês passado. Na última ocorrência, o Grimsvötn, vulcão mais ativo do país, cuspiu cinzas durante nove dias, gerando interdições parciais em aeroportos do Reino Unido, da Alemanha, Dinamarca e Islândia. No ano passado, o Eyjafjöll foi responsável pela maior interdição do espaço aéreo já ocorrida na Europa. Mais de 100 mil voos foram cancelados, afetando mais de oito milhões de pessoas.


Voltando à América Latina, apesar de a fumaça continuar se espalhando, a atividade do vulcão diminuiu de intensidade já na quarta-feira 8. Mesmo assim, ainda não é possível prever o fim da história. “A erupção pode durar meses ou até anos, embora isso seja raro. O que sabemos pela história do Puyehue é que se trata de uma estrutura explosiva e perigosa”, afirma a vulcanóloga brasileira a serviço da Nasa, dra. Rosaly Lopes.


Os vulcões classificados como explosivos estão entre os mais nocivos do mundo, pois podem soltar grandes quantidades de material flamejante de uma só vez. Apesar disso, os especialistas acreditam que os impactos do Puyehue sejam pequenos se comparados a outros eventos históricos. “Esta erupção tem índice de explosão 3 em uma escala de 0 a 8. Outras, como a de 18 de maio de 1980, do Mon­te Santa Helena (nos EUA), e a de 1883 do Krakatoa (na Ilha de Java), atingiram índice 6”, compara Nardy. Mesmo assim, o nível 3 de atividade vulcânica já foi suficiente para causar prejuízos a cinco países. O que prova que, quando o assunto são os fenômenos naturais, pouco importa se a batata quente está com o país vizinho.
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A volta de Eduardo e Mônica

Entre o 1,5 milhão de pessoas que assistiram no You Tube ao 

clipe "Eduardo e Mônica", idealizado pela agência Africa para a 

Vivo, poucas têm a autoridade de dona Carminha

Gisele Vitória com Bela Megale
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Entre o 1,5 milhão de pessoas que assistiram no You Tube ao clipe “Eduardo e Mônica”, idealizado pela agência Africa para a Vivo, poucas têm a autoridade de dona Carminha. A mãe do músico Renato Russo conhece o casal (que existe de verdade) muito antes de o filho transformá-lo em música do Legião Urbana, há 25 anos. “Eu os amo, mas não moram mais em Brasília. Eles não sabem de nada. Ou melhor, não sabiam. Devem ter visto o vídeo”, diz ela.

"Em 1919, Hitler já pregava o 
  Holocausto"
Antonio Carlos Prado e Juliana Dal Piva
Estará exposta a partir do mês que vem em Los Angeles, no Tolerance Museum, uma carta escrita à máquina em 1919 (foto) por Adolf Hitler – nela o futuro ditador nazista defende pela primeira vez a eliminação de judeus. Hitler assumiu o poder 15 anos depois e promoveu então o Holocausto. O documento tem quatro paginas e é conhecido como “Carta de Gemlich” – resposta ao militar alemão Adolf Gemlich que questionava a posição do país diante da chamada “questão judaica”. No trecho final da mensagem o ditador escreveu que seu “objetivo final é a eliminação sem limites de todos os judeus juntos”.

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