A MENTE QUE SE ABRE A UMA NOVA IDEIA JAMAIS VOLTARÁ AO SEU TAMANHO ORIGINAL.
Albert Einstein

domingo, 26 de junho de 2011

A Semana na Ciência


O sol pode amenizar o aquecimento global?

Cientistas americanos afirmam que um novo período de baixa 

atividade do astro deve reduzir as temperaturas na Terra

André Julião
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O medo do aquecimento global pode ser em vão. Pelo menos é o que dizem três estudos independentes que geraram polêmica nas últimas semanas. Cientistas anunciaram que o Sol passará por um novo período de baixa atividade. O último evento do tipo é conhecido como Mínimo de Maunder, ocorrido entre 1645 e 1715. O período coincide com as menores temperaturas registradas na Europa, época conhecida como Pequena Idade do Gelo, quando rios congelaram e vilarejos foram cobertos de neve. O frio inesperado compensaria os efeitos das mudanças climáticas, que podem aquecer o planeta em até 6 ºC até 2100, segundo as previsões mais pessimistas.

Os estudos analisam dados do interior, superfície e atmosfera superior do astro e concluem que o próximo ciclo solar – que define, entre outros, o calor que ele emite – vai acontecer com pelo menos dois anos de atraso, se é que vai acontecer. O sol está em constante atividade, com o material interno indo para o exterior a cada 11 anos. O próximo desses eventos, previsto para se iniciar em 2020, só começaria em 2022.

O fenômeno pode ser detectado pela observação das chamadas manchas solares. Trata-se do material que se resfria quando chega à superfície do Sol e se torna mais claro. Já no século 17, os astrônomos Galileu Galilei e Giovanni Cassini rastrearam as manchas com telescópios especiais e registraram a ausência de atividade durante o Mínimo de Maunder. Na mesma época, cientistas reconheceram que essa movimentação acontece em ciclos regulares. Estamos agora no ciclo 24, com um máximo de atividade solar previsto para 2013.

Apesar da aparente regularidade, os cientistas concordam que é imprudente cravar qualquer previsão quanto à atividade de um astro literalmente imprevisível. “Os estudos sobre o Sol são muito recentes e ainda precisamos presenciar mais eventos para testar novas teorias”, diz o astrônomo Victor D’Ávila, do Observatório Nacional. “Será um evento excitante”, disse à ISTOÉ Matt Penn, do National Solar Observatory, nos EUA, autor de um dos estudos. “Temos a chance de presenciar um comportamento nunca antes visto”, afirma.

O pesquisador é cauteloso ao comentar a possível influência da atividade solar na temperatura da Terra. “Não sou cientista climático. Mas meus conhecimentos dizem que o Sol controla o clima terrestre de uma maneira muito complexa: o aquecimento gera entrada de calor no planeta, mas a radiação solar muda a nossa atmosfera e controla também a saída desse calor”, explica.

Como pontuou o especialista em ciência da revista americana “Wired”, Brandon Keim, estudos anteriores já haviam sugerido que a Pequena Idade do Gelo pode ter sido resultado da atividade vulcânica, que cobriu os céus de cinzas e limitou os raios solares que normalmente penetram na atmosfera. Um estudo de 2001, publicado na revista especializada “Science”, mostra que a atividade solar reduzida contribuiu para a diminuição da temperatura terrestre em meras frações de grau.

No ano passado, em outro estudo, Georg Fuelner e Stefan Rahmstorf, do Instituto de Pesquisa em Impactos Climáticos de Potsdam, na Alemanha, se propuseram a responder o que aconteceria à Terra se um novo período de baixa atividade solar ocorresse. A resposta: o futuro será muito mais quente, com ou sem um novo Mínimo de Ma­un­­der. “Outro evento desses não é páreo para o aquecimento causado pelos gases de efeito estufa”, concluíram os cientistas.

O climatologista Michael Mann, um dos autores do estudo de 2001, exem­­­­plifica do seguinte modo. “O efeito estufa hoje equivale a 2 watts de energia iluminando cada metro quadrado da superfície da Terra. É como uma árvore de Natal a cada metro quadrado. No meio do século, esses 2 watts serão 4”, diz. “O impacto máximo do Sol é de 0,2 watt por metro quadrado.” Não será o Sol uma solução milagrosa para o aquecimento do planeta. A saída deve continuar por nossa conta.  
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Telefone pela Internet

Usando a rede mundial de computadores é possível reduzir a 

conta em até 80%

por Adriana Nicacio e Monique Oliveira
Quatro letras estão mudando o perfil da telefonia no Brasil e no mundo: VoIP, a abreviação do termo em inglês Voice over Internet Protocol, o mesmo que telefonia via IP ou telefonia via internet. Essa tecnologia permite a transmissão de conversas telefônicas pela rede, seja entre dois computadores, seja entre um computador e um telefone comum ou até mesmo entre dois celulares conectados na internet. Como as ligações são feitas por meio da rede mundial e praticamente não utilizam a infraestrutura das operadoras de telefonia, o custo é muito mais baixo do que um telefonema convencional, principalmente nas chamadas de longa distância. Apesar do nome complicado, essa tecnologia já está sendo usada por um grande número de brasileiros sem que eles se deem conta. Os telefones que são comercializados pelas empresas de tevê a cabo, por exemplo, nada mais são do que números VoIP. Muitos dos números que as empresas fornecem para contato com os clientes também são VoIP. Existem várias opções no País para se aproveitar das vantagens dessa nova maneira de se comunicar. 
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O novo concorde

Fabricante europeu apresenta modelo que promete voar duas 

vezes mais rápido do que os aviões supersônicos sem poluir

Larissa Veloso
Assista ao vídeo e saiba como funciona a nave:
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Se depender dos projetos apresentados na última semana no Salão Aeronáutico de Le Bourget, na França, a experiência de voar de avião no futuro será semelhante a uma viagem espacial. No evento, o consórcio de aviação europeia (EADS) lançou o seu conceito de aeronave hipersônica. Apelidada de Zehst (sigla em inglês para Transporte Hipersônico de Emissão Zero), a máquina lembra o Concorde – aposentado em 2003 – mas promete superar o supersônico (leia quadro). Uma viagem entre Londres e Tóquio, por exemplo, levaria menos de três horas. E o melhor: sem cuspir CO2 na atmosfera.

O modelo será desenvolvido até 2020 e comercializado após 2040. A ideia é que o voo do Zehst seja dividido em três fases. Primeiro, a aeronave decolaria usando motores comuns. A diferença aqui é o biocombustível feito à base de algas. Depois dos cinco quilômetros de altitude, entrariam em ação os propulsores de foguetes, que levariam os passageiros a 32 quilômetros de altura, na estratosfera. A partir daí, o voo seria conduzido por motores a hidrogênio.

O sistema é tão inovador que, ao menos por enquanto, os pesquisadores não sabem estimar a quantidade de combustível que seria necessária para a viagem. “Não existem parâmetros para esse cálculo. Estamos no início. Mas sabemos que a alta velocidade exigirá muito combustível, por isso os motores terão que ser os mais limpos possíveis”, explica o diretor de Comunicações e Tecnologia do EADS, Gregor von Kursell. Utopia? Só resta esperar até 2040 na esperança de poder dar um pulinho em Tóquio no fim de semana.
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