Qual é a primeira imagem que vem à sua cabeça quando o assunto é tecnologia 3D? Certamente, são grandes as chances de você visualizar aqueles óculos de papelão ou cartolina, com uma lente azul e outra vermelha, né? Pois isso não está errado, apesar de um tanto quanto ultrapassado.
Na verdade, essa imagem consagrada esteve associada ao cinema 3D desde o seu lançamento, em 1952, em "Bwana Devil" (Estados Unidos), considerado o primeiro filme em cores com personagens "pulando para fora da telona”.
Naquele início da década de 1950, produtores buscavam inovações para recuperar o público perdido pela popularização dos aparelhos de TVs nos lares norte-americanos. Mal sabiam eles que, cerca de 60 anos depois, uma nova invasão de aparelhos de TV começaria a ser preparada justamente com essa tecnologia 3D, hoje altamente aperfeiçoada para deixar a sala de casa com jeito de sala de cinema.
O funcionamento de uma TV 3D depende de alguns fatores técnicos importantes, mas de nada adianta ter o principal aparelho de última geração do mundo se o conteúdo que você vai assistir não tiver sido produzido em 3D. Ou seja: você pode até ter uma televisão moderníssima e sentar de frente para ela com seus óculos especiais, esperando ver personagens saindo da tela para o meio de sua sala, mas isso não acontecerá se você estiver vendo a reapresentação da novela "Vale tudo" no canal Viva, ou a reprise de "Curtindo a vida adoidado" na "Sessão da Tarde".
Com o tempo, no entanto, mais e mais atrações serão produzidas com a tecnologia 3D, especialmente eventos ao vivo, como jogos de futebol (a Copa do Mundo de 2010, por exemplo, já contou com alguns jogos transmitidos dessa forma). Além disso, a recém-enxurrada de filmes gravados em 3D para o cinema trazem automaticamente, a reboque, um número maior de opções de consumo desses títulos em casa, por meio dos Blu-Ray's.
Na tecnologia usada nas TVs 3D, os óculos assumem um papel diferente e se tornam ativos, em vez de "passivos", como aqueles de cartolina lentes coloridas. A TV exibe imagens para cada olho, de forma alternada e absurdamente rápida - cerca de 240 imagens por segundo para cada olho, nos aparelhos mais modernos.
Diante disso, os óculos atuam em sincronia com a TV e bloqueiam ou deixam passar as imagens para cada olho. Ou seja: quando a TV exibe as imagens para o olho direito, a lente direita dos óculos fica aberta; logicamente em uma velocidade imperceptível de tão alta. Mas, no final das contas, a intenção é a mesma: enganar o cérebro.
Seja como for, as TVs 3D já demonstraram que estão por aí para ficar e, equipadas, entre outras coisas, com acesso à internet, vão ganhar cada vez mais espaço em nossas salas. Com o tempo, assim como qualquer nova tecnologia que se populariza, estarão disponíveis a preços bem mais acessíveis que as de hoje.
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