A MENTE QUE SE ABRE A UMA NOVA IDEIA JAMAIS VOLTARÁ AO SEU TAMANHO ORIGINAL.
Albert Einstein

segunda-feira, 4 de julho de 2011

O pi não é mais o tal


Um grupo de matemáticos propõe eliminar o célebre número pi e substituí-lo pelo obscuro tau
PETER MOON
Roger Viollet Collection
EURECA! 
O matemático e filósofo grego Arquimedes foi o primeiro a calcular com exatidão o valor do pi = 3,1416...
Hoje em dia há datas para celebrar quase qualquer coisa. Nos Estados Unidos, 6 de junho é o dia nacional do ioiô e 7 de junho o dia do sorvete de chocolate. Em São Paulo, 24 de abril é o dia do samurai. Agora é a vez do tau. Um grupo de matemáticos de diversos países quer instituir a data de 28 de junho como o dia internacional do tau. O que vem a ser esse tal do tau? Tau (t) é a letra grega que na matemática simboliza um número de valor igual a 6,2831... ou simplesmente 6,28. Daí a inspiração para a escolha do dia 28 de junho. Tau é o dobro do célebre pi (p) ou 3,1416..., aquele mesmo que se aprende na escola na hora de calcular a circunferência e a área de um círculo. (Leia o quadro abaixo.)

O físico americano Michael Hartl, que já pesquisou na Universidade Harvard e no Instituto de Tecnologia da Califórnia, lançou um manifesto conclamando a comunidade matemática do mundo a abraçar o tau e derrubar o pi. Para Hartl, o tau é um dos números mais importantes da matemática. No manifesto, Hartl explica as razões pelas quais o pi deveria ser substituído por tau. É evidente que tais razões são tão incompreensíveis quanto irrelevantes para quase todos nós.

O dia do tau já é celebrado informalmente por um grupo crescente de matemáticos desde 2001. A tradição surgiu quando o matemático americano Bob Palais, da Universidade de Utah, publicou o trabalho intitulado “O pi está errado”. Obcecado com a beleza da precisão das notações matemáticas, Palais afirma que o uso do pi nos cálculos do círculo é impreciso. Substituir pi por tau eliminaria tal imprecisão. Para Palais, pouco importa que o pi esteja em uso desde o tempo dos cálculos para a construção da Grande Pirâmide de Queóps, há 4.500 anos. Também é irrelevante o argumento de que o valor do pi tenha sido calculado com precisão pela primeira vez pelo filósofo grego Arquimedes de Siracusa, um dos maiores matemáticos da história. Ele viveu na Sicília dois séculos antes de Cristo.

O matemático inglês Kevin Houston, da Universidade de Leeds, diz que o manifesto “é uma das coisas mais esquisitas” que já viu. Mas o apoia. “É surpreendente que ninguém tenha pensado nisso antes. Quando se compara o uso do pi ao do tau, o tau vence.” Por enquanto, é claro, os matemáticos continuam andando em círculos.

   Reprodução 

3 comentários:

  1. Richard Evencio da Silva4 de julho de 2011 às 20:31

    Caro Kleber, toda vez que falamos nos números irracionais, termos muitas contradições, eles foram os responsáveis pela queda dos pitagóricos. Foi só em 1872 que o matemático alemão Dedekind (1831-1916) fez entrar na Aritmética, em termos rigorosos os números irracionais que a geometria sugerira há mais de vinte séculos. De fato a origem histórica da necessidade de criação dos números irracionais está ligada com dados geométricos que se podem concretizar no problema da medida da diagonal do quadrado quando a comparada com o seu lado. De fato já na época de Pitágoras o problema tinha surgido. Ainda ouviremos falar muito sobre os números irracionais e não só o Pi, mas o número de Ouro e a Proporção aurea, que talvez seja a mais interessante.
    Proporção áurea, número de ouro, número áureo ou proporção de ouro é uma constante real algébrica irracional denotada pela letra grega φ (PHI), em homenagem ao escultor Phideas (Fídias), que a teria utilizado para conceber o Parthenon, e com o valor arredondado a três casas decimais de 1,618. Também é chamada de seção áurea (do latim sectio aurea), razão áurea,[2] razão de ouro, média e extrema razão (Euclides), divina proporção, divina seção (do latim sectio divina), proporção em extrema razão, divisão de extrema razão ou áurea excelência. O número de ouro é ainda frequentemente chamado razão de Phidias
    Desde a Antiguidade, a proporção áurea é empregada na arte. É frequente a sua utilização em pinturas renascentistas, como as do mestre Giotto. Este número está envolvido com a natureza do crescimento. Phi (não confundir com o número Pi π), como é chamado o número de ouro, pode ser encontrado na proporção dasconchas (o nautilus, por exemplo), dos seres humanos (o tamanho das falanges, ossos dos dedos, por exemplo) e nas colméias, entre inúmeros outros exemplos que envolvem a ordem do crescimento.
    Justamente por estar envolvido no crescimento, este número se torna tão frequente. E justamente por haver essa frequência, o número de ouro ganhou um status de "quase mágico", sendo alvo de pesquisadores, artistas e escritores. Apesar desse status, o número de ouro é apenas o que é devido aos contextos em que está inserido: está envolvido em crescimentos biológicos, por exemplo. O fato de ser encontrado através de desenvolvimento matemático é que o torna fascinante.

    ResponderExcluir
  2. Grande Richard, obrigado pela contribuição. Espero que nossos alunos estejam ligados nos comentários e possam aprender, como nós, cada dia um pouco mais. Um abraço do amigo e irmão que muito te admira.

    ResponderExcluir