A MENTE QUE SE ABRE A UMA NOVA IDEIA JAMAIS VOLTARÁ AO SEU TAMANHO ORIGINAL.
Albert Einstein

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A morte do Super-Homem ( Remix )



A leitura de "A Morte do Superman - Volume 1", relançada neste mês em um livro de capa dura (Panini, 396 págs., R$ 92), esconde muito mais do que a história de fato é. Houve uma combinação de fatores que ajudaram a tornar a série uma das mais comentadas do início da década de 1990, dentro e fora dos Estados Unidos, Brasil inclusive. A época em que a sequência de histórias foi lançada , entre dezembro de 1992 e janeiro de 1993, havia um clima editorial pró-personagens mais violentos e menos certinhos.Também não iam tão bem as vendas das quatro revistas mensais do herói, "Superman", "Superman: The Man of Steel", "The Adventures of Superman" e "Action Comics".

A soma desses elementos ajudou a criar no público a impressão de que a editora não via futuro num personagem tão politicamente correto. Daí a decisão da morte. Sabe-se, hoje, que não é verdade. Mas a DC Comics, que publica o herói nos Estados Unidos, soube alimentar tal sensação na mídia pré-internet. Não demorou para o assunto tomasse as imprensas escrita, televisiva e radiofônica. As matérias, em geral, davam voz à decisão de a editora matar o Super-Homem. No Brasil, mais de uma publicação abordou o tema, com maior ou menor ceticismo. Chegou a haver disputa acirrada e até briga para conseguir um exemplar original aqui no país.

O ponto é que o assunto saiu do âmbito do leitor tradicional e chegou até pessoas que normalmente não tinham o hábito de ler quadrinhos, incluindo os do herói, criado em 1938. Mike Carlin, editor das revistas do herói na época, diz na introdução desta reedição que a ideia inicial não era uma jogada de marketing. Era apenas contornar uma trama abortada. O grupo de autores - três roteiristas, três desenhistas e um, Dan Jurgens, que acumulava as duas funções - queria casar Clark Kent, alter-ego do herói, com a repórter Lois Lane. Os dois já haviam iniciado um namoro e firmado noivado em edições anteriores. O plano, no entanto, foi cancelado a pedido da empresa. O motivo: o seriado que começaria na TV.


"Lois & Clark - As Novas Aventuras do Superman" - nova traduzido no Brasil - estrearia em 1993 e tinha como mote o relacionamento dos dois personagens centrais. A ideia da empresa seria prorrogar o enlace até que casasse com o momento da série mais propício para isso, o que, de fato, ocorreu poucos anos depois, na TV e no papel. Uma das alternativas, dada pelo roteirista Jerry Ordway, foi matar o personagem. Ideia aceita, foram traçadas as linhas gerais das sete histórias que culminariam na morte. Super-Homem iria enfrentar um ser indestrutível, Apocalypse, criado especificamente para a trama. A cena final, mostrada em "Superman" número 75, mostrada a queda de ambos.

Se a série não tinha de início um interesse marqueteiro, se valer a descrição de Carlin, o desfecho seguramente teve. E foi acentuado pela editora, não só nas entrevistas à mídia.À morte se seguiu uma nova série, "Funeral para um Amigo", também nas revistas mensais. As oito partes foram reunidas neste livro da Panini, porém com cortes.Para acentuar o clima de "o herói morreu mesmo", a DC deixou de circular as quatro revistas mensais por dois meses e meio. Isso, claro, atiçou dúvida nos leitores. A circulação foi retomada em junho de 1993, com a edição 500 de "The Adventures of Superman". As quatro revistas mensais traziam uma versão diferente baseada no herói.

Uma versão meio homem e meio máquina, um clone adolescente, um negro de armadura com o "s" do homem de aço e um ser enigmático, com um novo visual do uniforme.A estratégia da editora era cliar um clima de dúvida: Qual dos quatro seria o verdadeiro?Essas primeiras histórias também foram reunidas no livro. O desfecho da série fica para o segundo volume, sem data de lançamento informada pela Panini.Mas, de um jeito ou de outro, já se sabe como terminou a história: Super-Homem voltou, como normalmente ocorre no gênero super-heróis, por mais que as editoras neguem.

A série foi lançada no Brasil pela primeira vez pela Abril, que detinha então os direitos de publicação dos personagens da DC Comics. Saiu num especial, em novembro de 1993. Esta nova edição traz outra tradução e usa o formato original norte-americano. A revista da Abril foi lançada no chamado formatinho, semelhante ao das revistas infantis.Ocorreu com a série algo que dificilmente seria repetido hoje com a velocidade da internet. Houve algo assim há pouco com a "morte" do Capitão América, mas em menor escala. Apesar do marketing, a morte do Super-Homem rendeu uma boa história e um caso editorial que merece ser registrado. Pontos que mais do que justificam uma reedição.






CURIOSIDADE DO DIA

É possível armazenar a energia dos raios? 


Em teoria, sim. Em termos práticos, ainda não, pelo menos em grandes quantidades. Em uma época na qual a sustentabilidade é assunto dos mais comentados e a economia de energia está incluída na pauta, a ideia de armazenar energia gerada por raios parece agradável e útil.
Porém, nos conta Flávio Roca, professor de química e física do colégio Liceu Santista, em Santos, que "em termos práticos, há dificuldades consideráveis para o sucesso desses experimentos, tais como captação dos raios, armazenamento da energia liberada pela descarga, etc. Seria necessário um sistema um tanto quanto elaborado para captar os raios, como várias hastes, por exemplo".
Mas Steve LeRoy, cientista da Universidade de Harvard, inventou em 2007 um sistema capaz de captar e armazenar a energia de um raio. Só que o invento difere do objetivo de uso da captação de energia em um ponto: seu aparelho conseguiu captar apenas energia suficiente para manter funcionando uma lâmpada de 60 watts durante 20 minutos.
Roca explica a complicação para armazenamento em maior escala. "O armazenamento é complicado. As companhias elétricas administram a energia produzida por métodos comuns, já que a distribuem ao invés de armazená-la", diz.
A Companhia Piratininga de Força e Luz (CPFL), responsável pela distribuição de energia no interior do Estado de São Paulo, explica em seu site exatamente o que o professor Roca diz: assim que a energia é gerada, é transmitida e distribuída. O armazenamento de energia só é possível, por enquanto, em pequenas quantidades.





TIRINHA DO DIA








Muito PAZ em 2011





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